Velogames — Volta a la Comunitat Valenciana
Em Fevereiro, qualquer troço de dois quilómetros a 9% é motivo de excitação.
![Velogames — Volta a la Comunitat Valenciana](/content/images/size/w1200/2023/01/velogames_hero_valencia_2023.png)
Análise ao percurso: Estamos de volta ao primeiro aperitivo mais consistente da temporada europeia de ciclismo. Cinco etapas algo acidentadas em torno da região de Valência, com poucas oportunidades para sprinters e um terreno interessante para trepadores e puncheurs perceberem como estão de pernas. No ano passado Aleksandr Vlasov derrotou Remco Evenepoel e Carlitos Rodríguez.
- Etapa 1 — É possível que dê para alguns sprinters: duas subidas sem grande exigência, ainda que consecutivas, nos últimos cerca de 60 quilómetros da etapa. Mas a altitude (cerca de 600 metros), bem como as descidas acentuadas, no fundo, o terreno acidentado, prevê dificuldades numa chegada compacta.
- Etapa 2 — 179 quilómetros já bastante durinhos, num sobe-e-desce constante. Quatro segundas categorias, uma terceira, uma primeira a 35 quilómetros da meta e uma chegada com dois quilómetros bem pronunciados. Os homens da geral vão aparecer esfomeados.
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- Etapa 3 — A terceira etapa não é carne, nem é peixe, fica ali nos interstícios da alimentação valenciana. São 146 quilómetros com uma segunda categoria que mais parece uma quarta e uma primeira categoria com 4.6 quilómetros a 6.9% que só é primeira categoria porque nos seus 2.3 quilómetros iniciais tem uma média de 11.1%. Ao mesmo tempo o alto da subida fica a 28.5 quilómetros da meta, ou seja, quase todos cumpridos em descida. Uma chegada com um grupo não é descabida.
- Etapa 4 — A ligação entre Burriana e Altura pode bem ser decisiva para a classificação geral da Valenciana. A etapa tem alguma altitude (chegam a rondar os 1000 metros) e não tem praticamente terreno plano, portanto é aquilo a que se pode chamar rompe pernas. A subida final é algo fraquinha — são três quilómetros a rondar os 7% de pendente média, portanto é natural que as diferenças sejam curtas e a vitória seja discutida num sprint montanhoso. A não ser que alguém esteja muito melhor do que os seus concorrentes e os consiga distanciar.
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- Etapa 5 — A derradeira etapa só não é a típica chegada de consagração a Valência porque tem uma primeira categoria — 5.2 a 9%; a mais dura de toda a corrida — aos 50 quilómetros numa tirada que conta apenas com 95. Ou seja, pode haver gente com ideias, sobretudo sendo uma etapa tão curta e sendo a ascensão de La Frontera tão exigente. Pode ser suficiente para os homens mais rápidos não conseguirem recolar e os líderes da geral tentarem fazer diferenças. Ao mesmo tempo, 45 quilómetros entre o topo de La Frontera e o centro de Valência ainda são alguns quilómetros.
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Sistema de Pontuação: Fantasy Volta a la Comunitat Valenciana 2023 - Scoring Points.
Shortlist falso plano
- Aleksandr Vlasov (24) — Venceu o ano passado e quer a dobradinha. Tem explosividade para este tipo de terreno acidentado, sprinta bem em grupos reduzidos e é o meu ciclista preferido. A 24 é uma pechincha. Anda, miúdo.
- Carlitos Rodríguez (22) — Fechou pódio em 2022 e esclareceu que era um corredor com peso dentro da INEOS. Deve querer dizer a Arensman que o último a chegar espera no final da fila.
- Thymen Arensman (20) — É uma aposta grande da equipa britânica para o presente e futuro. Diria que ainda deve estar em processo de se familiarizar com a estrutura, mas o talento é evidente, portanto nunca se sabe. Como nos mostrou na Vuelta 2022, gosta de correr em Espanha.
- Pello Bilbao (20) — É um dos melhores corredores do mundo em provas de uma semana, estando quase sempre na luta pelo primeiro lugar. A meu ver é o maior rival de Vlasov para a conquista da prova.
- Mikel Landa (18) — Vai ser o Landa da Volta a Itália do ano passado ou o Landa da Volta a Espanha? #olandismonaomorreu.
- Brandon McNulty (16) — É o corredor mais forte da UAE-Emirates e gosta deste tipo de terreno. O problema é os outros favoritos serem muitos caros. Ainda se o McNulty estivesse em Europoupança…
- Lennard Kämna (14) — Adora escapar-se do pelotão a solo e esta corrida tem algumas oportunidades para isso. Pode bem vencer uma etapa e fechar top-10.
- Alex Aranburu (12) — Não o vamos ver a ganhar em alto, mas nas etapas que terminam em descidas ou em terreno plano é um forte candidato.
- Diego Ulissi (12) — Pareceu estar a afinar a forma no Challenge de Maiorca. Tem uma boa ponta final e já alguma idade.
- Matej Mohorič (12) — Ainda não correu este ano, pode estar fora de forma. Mas Mohorič só há um e com tanta descida…
- Biniam Girmay (12) — A este preço e com a facilidade com que passa algumas subidas…
- Rui Costa (10) — Uma coisa é certa: o campeão do mundo de Florença está em forma. E não há pendentes assim tão agressivas que o retirem da hipótese de disputar etapas e até quem sabe um top-10 da classificação geral.
- Olav Kooij (10) — É indiscutivelmente o melhor sprinter da startlist. Resta saber se vai ter capacidade para superar as dificuldades e chegar no pelotão.
- Fred Wright (10) — O azarado de 2022 consegue sprintar e passa bem algumas destas montanhas, diria que vai estar na discussão de várias etapas.
- Bauke Mollema (10) — Os anos passam e Mollema continua na estrada. Não se surpreendam muito se ele atacar em alguma descida.
- Koen Bouwman (8) — O líder da Jumbo-Visma para a geral é um trepador com créditos firmados — recordemos o Giro de 2022, onde ganhou duas etapas e levou a camisola da montanha para casa. A este preço parece bem.
- Alexander Kristoff (8) — O Stavanger Stallion quer mostrar serviço neste regresso a casa. Tudo depende de como a corrida vai ser feita. Pode ser cedo…
- Juan Sebastián Molano (8) — O ano passado fez três top-10 e ia ganhando um sprint a Jakobsen. Parece-me que este percurso é mais complicado, mas é possível que esteja na luta em eventuais chegadas ao sprint.
- Ivan García Cortina (8) — Já sabem que o Cortina é um corredor fetiche do falso plano. À imagem de Aranburu, pode andar a rondar a vitória em alguma etapa.
- Georg Zimmermann (6) — Teima em não explodir. Mas 2022 já foi um ano mais interessante para o alemão da Intermarché. Eu gosto dele e acho que o preço compensa. Mas isto sou eu. Não se guiem por mim.
- Fernando Barceló (6) — Quando o vi ganhar uma etapa no Tour de l'Avenir de 2018 — à frente de gente como Pogačar, Vlasov, João Almeida —, achei que ia ser o novo príncipe do ciclismo espanhol. Pronto, enganei-me. Mas fez dois bons resultados no Challenge de Maiorca e só custa 6…
- Thomas Gloag (6) — O miúdo anda muito. Talvez algumas das chegadas sejam demasiado exigentes, mas em algumas delas pode perfeitamente surpreender.
- Madis Mikhels (6) — Este benjamim é um sprinter com bastante velocidade. Não sei se consegue lidar com algumas destes pendentes, mas o Pratas matava-me se não o colocasse na lista.
- Matteo Moschetti (6) — Só está aqui porque venceu uma etapa nesta prova em 2022.
- Blake Quick (6) — Não sei se compensa o risco, mas eu acho que o campeão australiano sub-23 de 2022 tem um kick muito interessante. E é o único sprinter dentro da Jayco-AlUla.
- Filippo Fiorelli (6) — Tanto é sprinter, como é pseudo-trepador. Eu sei, é confuso, mas o rapaz pode bem garantir uns top-10.
- Andrés Camilo Ardila(4) — Venceu o Giro Sub-23 em 2019 e foi isso. Mas a esperança é a última a morrer.
- Filippo Conca (4) — Ganhou a camisola da montanha do Tour de La Provence de 2021. Acho que isso diz tudo.
- Michel Hessmann (4) — O terceiro classificado do Tour de l'Avenir 2022 é um corredor todo-o-terreno. Deixem-no ir, deixem.