Velogames — Giro d'Italia

Levar os dois monstros é ficar descalço. Há quem goste de pisar a natureza e fazer campismo. Mas também há quem vá à praia de ténis. Quão freaks são vocês?

Velogames — Giro d'Italia
Italy 2023
Tao Geoghegan Hart conquistou o Giro em 2020. É o único vencedor da startlist.

Análise ao percurso: ver Antevisão — Giro d'Italia.

Sistema de Pontuação: Italy 2023 — Scoring Points.

Shortlist falso plano

All Rounder (2):

  • Remco Evenepoel (26) — Vá, deixem-se de coisas, é obrigatório. Mesmo que sejam haters, fechem os olhos e paguem os 26.
  • Primož Roglič (24) — Pagar 24 paus por um tipo que vai cair e desistir é sempre aquela coisa aborrecida. Mas imaginem que ele só cai na última semana… pode não ser mau. O problema é que levar Remco e Roglič significa descalçar o resto da equipa.
  • João Almeida (16) — Eu não sou grande fã de patriotismos. Ainda assim: se for um Almeida ao seu melhor nível, tendo em conta o resto do elenco dos all-rounders, não é uma opção terrível.
  • Aleksandr Vlasov (14) — Mesmo para um fã incondicional como eu começa a ser cada vez mais difícil acreditar no rapaz. Vlasa parece ter passado a melhor fase da sua carreira e a verdade é que não deixou grande história. Se calhar vou levá-lo e encarar a coisa como uma espécie de prémio honorário.
  • Thymen Arensman (12) — Olhando para o que fez até aqui na época levar o neerlandês parece fora de questão. Mas há três contrarrelógios, um inicial, e isso pode dar pontos. Convenhamos que as opções nesta categoria não abundam.
  • Rigoberto Urán (8) — Não é só por ser o senhor que todos sabemos que é. Não é só por ser o Mick Jagger colombiano. É que Urán ainda parece ser capaz de subir com os melhores — ou com os segundos melhores. Se calhar nem sempre, mas talvez as vezes suficientes para compensar. Ou não.

Climber (2):

  • Tao Geoghegan Hart (16) — Alguém pode fazer uma estatística sobre corredores que estavam a voar e chegam a grandes voltas e flopam? Pronto, é só para o caso de isso acontecer com o Tao. A 16 só mesmo não levando os dois monstros e mesmo assim…
  • Jack Haig (12) — Está a andar bem e a um preço simpático. Resta saber se é mesmo o líder da Bahrain, ou se a estrada vai ditar outra história.
  • Hugh Carthy (10) — A imagem que deixou nos Alpes é apelativa — ainda que a sua forma de pedalar não seja propriamente um portento estético. Confiamos no Carthy? Vamos juntos nisto? Já estou cheio de arrepios.
  • Damiano Caruso (10) — "Gorazd Štangelj, se estiveres a ler isto, o líder sou eu."
  • Lennard Kamna (10) — Dizem que vai tentar a classificação geral, ou seja, isso já pressupõe um flop de Vlasov. Eu acho que isso não é boa ideia. Kamna é um caça-etapas e se assim for é um grande candidato a vencer duas, pelo menos.  
  • Santiago Buitrago (8) — Buitrago a 8 parece um sonho de Verão, ou o nome de um filme do Tarantino. Ou uma bola de snooker de ouro.
  • Lorenzo Fortunato (8) — Quinto lugar nos Alpes. Vitória nas Astúrias. Anda, Lorenzo, contamos contigo.
  • Domenico Pozzovivo (8) — Pozzo no Giro é sempre Pozzo. Ou então cai numa descida da primeira semana.

Sprinter (1):

  • Mads Pedersen (14) — Nome mais do que evidente. O dinamarquês é dos mais rápidos aqui presentes e dos maiores candidatos à maglia ciclamino.
  • Michael Matthews (10) — Vai ser difícil ganhar ao sprint, a não ser que os puros sprinters fiquem pelo caminho. Mas é o maior rival de Pedersen à ciclamino.
  • Fernando Gaviria (10) — Acho que já disse 150 vezes que Gaviria nunca mais. No entanto, cá estou a ponderar seriamente incluir o Nandito na equipa. Um dia isto acaba. Juro.
  • Kaden Groves (8) — A sua irregularidade assusta-me. Mas a 8 dá ares de alperce sumarento. Alpercin, portanto.
  • Alberto Dainese (8) — O comboio é uma maravilha. Resta saber se o italiano sobe de forma. A temporada até então está a ser bastante fraquinha.
  • Vincenzo Albanese (6) — A sua regularidade assusta-me. No bom sentido.

Unclassed Rider (3):

  • Filippo Ganna (10) — A 10 pode ser demasiado caro. Um dos contrarrelógios é demasiado duro para ele. E há muitos bons contrarrelogistas aqui presentes. Não quero com isto dizer que não vai vestir de rosa no final da primeira etapa e aguentá-la até à etapa três ou quatro. Só não sei se pagar 10 compensa. Depende de como organizam a equipa.
  • Cort (8) — Se tiver inspirado, o bigode loiro pode render duas etapas e mais uns top-10.
  • Ben Healy (6) — Logicamente, uma bela opção. É preciso dizer mais alguma coisa?
  • Eddie Dunbar (6) — Se não fosse líder, diria que ia estar bem. Sendo líder, sinto que a pressão pode afectar a coisa. O facto é que vem muito bem da Romândia, onde foi nono.
  • Niccolò Bonifazio (6) — Sprinter muito pouco fiável, mas é um sprinter e está nos unclassified, pode servir para cobrir essa quota se apostarem mais na geral.
  • Samuele Battistella (6) — Começou bem a temporada, em Valência. Depois disso, foi quase sempre a descer, com desistências pelo caminho. Talento não lhe falta e a correr em casa, numa equipa sem aspirações à geral, pode ser uma boa opção.
  • Lorenzo Rota (6) — Livre e solto, sem responsabilidades, cuidado com as fugas. Vai tentar tantas vezes que é bem menino para vencer alguma.
  • Stefano Oldani (6) — As memórias são boas, e não deve ter de trabalhar para Groves. Ou seja, boa perspectiva.
  • Jake Stewart (6) — Não é um sprinter puro, mas julgo que vai tentar inserir-se nas chegadas de pelotão compacto. Mais um para cumprir a quota sprinters.
  • Filippo Zana (6) — O campeão italiano é mais um Jayco com pernas em aparente bom estado. Se quiser a geral não renderá grande coisa, se se atirar às etapas ou à montanha a conversa pode ser outra.
  • Will Barta (4) — Contrarrelogista de grande qualidade. E menino para ainda tentar inserir-se numas fugas. A 4 não há milagres. A ver se não suja a Barta.
  • Alex Kirsch (4) — Lançador principal de Mads Pedersen. Assist points.
  • Alex Baudin (4) — É um jovem talento da AG2R, que não traz grande equipa. É claro que uma primeira grande volta nem sempre é fácil, mas uma fuga ou coisa parecida, quem sabe.

Wildcard (1): Esta categoria é de difícil conselho. Se não incluirem sprinters presentes nos unclassified (e que não são muitos, diga-se), diria que o wildcard pode bem servir para preencherem o vosso comboio para chegadas rápidas (Groves, Dainese, Albanese, se o orçamento já for curto). Se acham que Mads Pedersen é suficiente, carreguem forte na geral, sobretudo na categoria dos climbers, onde há bons corredores a preço acessível.