Velogames — Etoile de Bessèges - Tour du Gard
Normalmente, para ganhar a Etoile de Bessèges é preciso kick. Este ano é preciso apanhar o Bouquet.
![Velogames — Etoile de Bessèges - Tour du Gard](/content/images/size/w1200/2025/02/velogames_hero_besseges_2025.webp)
Análise ao percurso: A nossa querida Etoile de Bessèges. Aí está ela. Um clássico do início de temporada em terras gaulesas. Também conhecida como Parque de Diversões de Mads Pedersen, esta prova é sempre um misto entre etapas para puncheurs ou sprinters-puncheurs e/ou outras categorias de corredores que no fundo tenham kick para chegadas disputadas em curtos e duros muros — aliando a isto alguma capacidade de contrarrelogista.
Ao contrário da edição anterior, vencida por Mads Pedersen, o percurso de 2025 devolve-nos o Mont Bouquet, montanha pertencente à zona sul do Maciço Central, na região da Occitânia. Cumpre-se em 4.6 quilómetros a 9% de pendente média. Foi utilizado nas edições de 2020 (Ben O'Connor), 2022 (Tobias Halland Johannessen) e 2023 (Mattias Skjelmose) e é, naturalmente, decisivo. Vai ser o final da quarta etapa e deve afastar os homens mais rápidos da corrida pela geral.
![](https://www.falsoplano.pt/content/images/2025/02/image.png)
Mas há mais: a primeira etapa, com partida e chegada em Bellegarde, é a tradicional tirada de arranque nesta prova, com o típico muro Côte de la Tour a coincidir com a meta — são 600 metros a 9%. O típico contrarrelógio final em Alès com a subida final a L'Ermitage também volta a marcar presença — 1.8 quilómetros a 7.3%. A terceira etapa é também já bastante habitual deste percurso e cumpre-se em Bessèges, num rompe-pernas relativamente exigente. Antes disso, a segunda etapa tem também algum sobe-e-desce, mas com subidas bastante mais soft — estas são as únicas oportunidades para sprinters puros e eles nem sequer abundam nesta startlist.
É claro que em Fevereiro a sede é tanta que qualquer metro de estrada nos precipita naquele excitex próprio de Julho, mas tentando envergar uns óculos mais serenos a verdade é que esta Etoile de Bessèges tem tudo para ser um corridazo: o percurso é maravilha e a lista de participantes top-xuxa para esta altura do campeonato, inclusive Luca Mozzato está presente. Não sei o que é que querem mais.
Hum, pois, se calhar querem uma ajudinha, um vislumbre para formar equipa, certo? Pedersen é obrigatório, depois escolham oito.
Sistema de Pontuação: Fantasy Étoile de Bessèges 2025 — Scoring Points.
![](https://www.falsoplano.pt/content/images/2025/02/Etoile-2024-Etape-3-Photo-01-scaled-600x400.jpg)
Shortlist falso plano
- Mads Pedersen (26) — Ok, parece um assalto, eu entendo. Mas sejamos sinceros: quantas etapas é que Mads pode vencer aqui? Ou por outra: a única que não ganha de certeza é a quarta. Este ano, é certo, não vencerá a geral, o que não significa que não seja o corredor mais pontuado.
- Arnaud De Lie (20) — Nem todos os nomes que constam desta lista são para levar. Alguns são apenas para vos explicar a razão para não o fazerem. De Lie tem estado com dores no joelho, tem um contrarrelógio fraco e sim, já venceu em Bellegarde e até já foi top-10 no Mont Bouquet, mas levar Mads Pedersen significa excluir De Lie. Se quiserem fazer o contrário, quem sou eu para vos contrariar?
- Maxim Van Gils (18) — Primeira corrida do novo menino bonito da RedBull. O percurso é bem ao seu jeito e se quer ter street cred junto dos tubarões, o melhor é fazer-se à pista. Um dos lógicos favoritos.
- Kévin Vauquelin (18) — Outro dos grandes candidatos à vitória na geral. O ano passado não conseguiu bater Mads, mas este ano há Mont Bouquet e Vauquelin sai favorecido. Acaba contrato no final da temporada e o leilão pela sua aquisição arranca aqui — se é que já não começou Junho passado em Bolonha.
- Marijn Van den Berg (16) — Já venceu este ano e sabemos como é dos sprinters com maior potencial neste tipo de terreno mais selectivo. Também é preciso dizer que corre na EF e às vezes o caos reina por aqueles lados.
- Axel Laurance (14) — Nenhum de nós se vai esquecer do que nos fez em Glasgow. Ainda assim, é preciso reconhecer o talento. E se há coisa que Laurance tem à fartazana é kick. Candidato evidente às três primeiras etapas.
- Magnus Cort (14) — Ok, se calhar estou a meter demasiados corredores caros e vocês vão ter de escolher, mas é a vida, a mim também ninguém me diz se devo comer kiwis verdes ou amarelos. Cort, no papel, é outro candidato a disputar quatro das cinco etapas. Decidam o que querem para o pequeno-almoço.
- Richard Carapaz (12) — Não é propriamente especialista em inícios de temporadas. Em 2022 passou por estas bandas e foi um autêntico flop. Não deixa de ser o melhor corredor de geral presente na startlist. E agora que escrevi isto sinto que podia ter feito copy/paste de outra participação qualquer de Carapaz em provas de uma semana.
- Søren Wærenskjold (12) — Recusou-se a correr no AlUla Tour devido a questões éticas e morais, nomeadamente relacionadas com a falta de respeito no país pelos direitos das mulheres e das pessoas homossexuais. Ou seja, respect. Junta à coragem e princípios uma excelente capacidade para sprintar e para andar lindamente nos contrarrelógios.
- Paul Magnier (10) — É uma das grandes esperanças da Soudal para os próximos tempos. E, neste caso, as esperanças são baseadas em resultados: aquilo que fez em 2024 é impossível de ignorar. Vejamos se será capaz de bater o pé a Mads Pedersen e a De Lie.
- Urko Berrade (8) — O nome é classy, o bigode é classy, a equipa é cool e já venceu este ano. Se estão à procura de alguém para lutar para geral a preço simpático…
- Alexandre Delettre & Sandy Dujardin (8) — Dois corredores com características bem semelhantes, que habitam a mesma formação e que podem dar alguns resultados interessados — levar ambos é só parvo. Com tanta concorrência podem conseguir apenas um ou dois top-10 e isso é curto, mas fica a nota. São franceses.
- Francisco Galván & Pau Miquel (8) — São espanhóis. Mas a teoria aplica-se de igual forma. Nota para o pódio de Galván no Gran Prix La Marseillaise.
- Timo Kielich (8) — A equipa que a Alpecin traz a Bessèges não é nada por aí além e Kielich gosta deste tipo de final durinho. Fez um 2024 bem abaixo do esperado, mas eu tenho uma panca por ele, não sei explicar. Não precisam de se enterrar comigo.
Victor Lafay (8) — O Henrique Augusto diz que Lafay faz pódio na Flèche Wallone e vence uma etapa no Tour. E se o Henrique diz…- Madis Mikhels (8) — Capacidade não lhe falta. Resta saber se a vinda para a EF foi a melhor opção. Além de Mikhels, há Marijn Van den Berg, Carapaz, Battistella, Rafferty, Carthy. Ok, o Carthy não conta, mas ainda assim…
- Dylan Teuns (8) — A chegada ao Côte de la Tour é a cara de Teuns. Em 2023, foi quarto atrás de De Lie, Mads e Cosnefroy. Vejamos se consegue embalar aí para uma semana interessante.
- Samuele Battistella (6) — Volta não volta faz uns top-10 para surpresa da malta. Mudou-se para a EF, que é especialista em volta não volta. Vejamos se o casamento resulta.
- Alexys Brunel (6) — Foi um júnior incrível e um belo sub-23. No seu primeiro ano na piscina dos grandes venceu em Bellegarde e foi terceiro à geral nesta prova. Tinha 20 anos e o mundo à sua frente. Mas era 2020 e teve de se fechar em casa. Foi azar.
- Darren Rafferty (6) — Sai mais um EF para a mesa do canto. E este tem um contrarrelógio bem catita.
- Gianluca Pollefliet (6) — O ano passado foi nono classificado no GP Fourmies / La Voix du Nord. Há quem diga que vai ser o próximo Milan Fretin.
- Stan Van Tricht (6) — O ano passado ganhou a Coppa Bernocchi a Baudin, Adriá, Powless, Lemmen e Sivakov. Será que ainda está em forma?
- Patrick Boje Frydkjær (4) — Assist points, claro.
- Lorenz Van de Wynkele (4) — Uno más — e pelo menos não é o Drizners, coitado, é sempre ele.
- Baptiste Gillet (4) — Tem 20 anos e é um contrarrelogista decente.
- Andreas Stokbro (4) — É um daqueles corredores que quando pesquisamos pelo seu nome no PCS os seus melhores resultados são em contrarrelógios colectivos. Agora a sério: num dia bom é capaz de sacar um top-25.
Código da liga falso plano: 331446411