Velogames — Etoile de Bessèges - Tour du Gard

Normalmente, para ganhar a Etoile de Bessèges é preciso kick. Este ano é preciso apanhar o Bouquet.

Velogames — Etoile de Bessèges - Tour du Gard
Fantasy Etoile de Bessèges 2025

Análise ao percurso: A nossa querida Etoile de Bessèges. Aí está ela. Um clássico do início de temporada em terras gaulesas. Também conhecida como Parque de Diversões de Mads Pedersen, esta prova é sempre um misto entre etapas para puncheurs ou sprinters-puncheurs e/ou outras categorias de corredores que no fundo tenham kick para chegadas disputadas em curtos e duros muros — aliando a isto alguma capacidade de contrarrelogista.

Ao contrário da edição anterior, vencida por Mads Pedersen, o percurso de 2025 devolve-nos o Mont Bouquet, montanha pertencente à zona sul do Maciço Central, na região da Occitânia. Cumpre-se em 4.6 quilómetros a 9% de pendente média. Foi utilizado nas edições de 2020 (Ben O'Connor), 2022 (Tobias Halland Johannessen) e 2023 (Mattias Skjelmose) e é, naturalmente, decisivo. Vai ser o final da quarta etapa e deve afastar os homens mais rápidos da corrida pela geral.

Apanha o Bouquet e levas a vitória.

Mas há mais: a primeira etapa, com partida e chegada em Bellegarde, é a tradicional tirada de arranque nesta prova, com o típico muro Côte de la Tour a coincidir com a meta — são 600 metros a 9%. O típico contrarrelógio final em Alès com a subida final a L'Ermitage também volta a marcar presença — 1.8 quilómetros a 7.3%. A terceira etapa é também já bastante habitual deste percurso e cumpre-se em Bessèges, num rompe-pernas relativamente exigente. Antes disso, a segunda etapa tem também algum sobe-e-desce, mas com subidas bastante mais soft — estas são as únicas oportunidades para sprinters puros e eles nem sequer abundam nesta startlist.

É claro que em Fevereiro a sede é tanta que qualquer metro de estrada nos precipita naquele excitex próprio de Julho, mas tentando envergar uns óculos mais serenos a verdade é que esta Etoile de Bessèges tem tudo para ser um corridazo: o percurso é maravilha e a lista de participantes top-xuxa para esta altura do campeonato, inclusive Luca Mozzato está presente. Não sei o que é que querem mais.

Hum, pois, se calhar querem uma ajudinha, um vislumbre para formar equipa, certo? Pedersen é obrigatório, depois escolham oito.

Sistema de Pontuação: Fantasy Étoile de Bessèges 2025 — Scoring Points.

©Etoile de Bessèges — Tour du Gard 2024 — Benjamin Nouet

Shortlist falso plano

  • Mads Pedersen (26) — Ok, parece um assalto, eu entendo. Mas sejamos sinceros: quantas etapas é que Mads pode vencer aqui? Ou por outra: a única que não ganha de certeza é a quarta. Este ano, é certo, não vencerá a geral, o que não significa que não seja o corredor mais pontuado.
  • Arnaud De Lie (20) — Nem todos os nomes que constam desta lista são para levar. Alguns são apenas para vos explicar a razão para não o fazerem. De Lie tem estado com dores no joelho, tem um contrarrelógio fraco e sim, já venceu em Bellegarde e até já foi top-10 no Mont Bouquet, mas levar Mads Pedersen significa excluir De Lie. Se quiserem fazer o contrário, quem sou eu para vos contrariar?
  • Maxim Van Gils (18) — Primeira corrida do novo menino bonito da RedBull. O percurso é bem ao seu jeito e se quer ter street cred junto dos tubarões, o melhor é fazer-se à pista. Um dos lógicos favoritos.
  • Kévin Vauquelin (18) — Outro dos grandes candidatos à vitória na geral. O ano passado não conseguiu bater Mads, mas este ano há Mont Bouquet e Vauquelin sai favorecido. Acaba contrato no final da temporada e o leilão pela sua aquisição arranca aqui — se é que já não começou Junho passado em Bolonha.
  • Marijn Van den Berg (16) — Já venceu este ano e sabemos como é dos sprinters com maior potencial neste tipo de terreno mais selectivo. Também é preciso dizer que corre na EF e às vezes o caos reina por aqueles lados.
  • Axel Laurance (14) — Nenhum de nós se vai esquecer do que nos fez em Glasgow. Ainda assim, é preciso reconhecer o talento. E se há coisa que Laurance tem à fartazana é kick. Candidato evidente às três primeiras etapas.
  • Magnus Cort (14) — Ok, se calhar estou a meter demasiados corredores caros e vocês vão ter de escolher, mas é a vida, a mim também ninguém me diz se devo comer kiwis verdes ou amarelos. Cort, no papel, é outro candidato a disputar quatro das cinco etapas. Decidam o que querem para o pequeno-almoço.
  • Richard Carapaz (12) — Não é propriamente especialista em inícios de temporadas. Em 2022 passou por estas bandas e foi um autêntico flop. Não deixa de ser o melhor corredor de geral presente na startlist. E agora que escrevi isto sinto que podia ter feito copy/paste de outra participação qualquer de Carapaz em provas de uma semana.
  • Søren Wærenskjold (12) — Recusou-se a correr no AlUla Tour devido a questões éticas e morais, nomeadamente relacionadas com a falta de respeito no país pelos direitos das mulheres e das pessoas homossexuais. Ou seja, respect. Junta à coragem e princípios uma excelente capacidade para sprintar e para andar lindamente nos contrarrelógios.
  • Paul Magnier (10) — É uma das grandes esperanças da Soudal para os próximos tempos. E, neste caso, as esperanças são baseadas em resultados: aquilo que fez em 2024 é impossível de ignorar. Vejamos se será capaz de bater o pé a Mads Pedersen e a De Lie.
  • Urko Berrade (8) — O nome é classy, o bigode é classy, a equipa é cool e já venceu este ano. Se estão à procura de alguém para lutar para geral a preço simpático…
  • Alexandre Delettre & Sandy Dujardin (8) — Dois corredores com características bem semelhantes, que habitam a mesma formação e que podem dar alguns resultados interessados — levar ambos é só parvo. Com tanta concorrência podem conseguir apenas um ou dois top-10 e isso é curto, mas fica a nota. São franceses.
  • Francisco Galván & Pau Miquel (8) — São espanhóis. Mas a teoria aplica-se de igual forma. Nota para o pódio de Galván no Gran Prix La Marseillaise.
  • Timo Kielich (8) — A equipa que a Alpecin traz a Bessèges não é nada por aí além e Kielich gosta deste tipo de final durinho. Fez um 2024 bem abaixo do esperado, mas eu tenho uma panca por ele, não sei explicar. Não precisam de se enterrar comigo.
  • Victor Lafay (8) — O Henrique Augusto diz que Lafay faz pódio na Flèche Wallone e vence uma etapa no Tour. E se o Henrique diz…
  • Madis Mikhels (8) — Capacidade não lhe falta. Resta saber se a vinda para a EF foi a melhor opção. Além de Mikhels, há Marijn Van den Berg, Carapaz, Battistella, Rafferty, Carthy. Ok, o Carthy não conta, mas ainda assim…
  • Dylan Teuns (8) — A chegada ao Côte de la Tour é a cara de Teuns. Em 2023, foi quarto atrás de De Lie, Mads e Cosnefroy. Vejamos se consegue embalar aí para uma semana interessante.
  • Samuele Battistella (6) — Volta não volta faz uns top-10 para surpresa da malta. Mudou-se para a EF, que é especialista em volta não volta. Vejamos se o casamento resulta.
  • Alexys Brunel (6) — Foi um júnior incrível e um belo sub-23. No seu primeiro ano na piscina dos grandes venceu em Bellegarde e foi terceiro à geral nesta prova. Tinha 20 anos e o mundo à sua frente. Mas era 2020 e teve de se fechar em casa. Foi azar.
  • Darren Rafferty (6) — Sai mais um EF para a mesa do canto. E este tem um contrarrelógio bem catita.
  • Gianluca Pollefliet (6) — O ano passado foi nono classificado no GP Fourmies / La Voix du Nord. Há quem diga que vai ser o próximo Milan Fretin.
  • Stan Van Tricht (6) — O ano passado ganhou a Coppa Bernocchi a Baudin, Adriá, Powless, Lemmen e Sivakov. Será que ainda está em forma?
  • Patrick Boje Frydkjær  (4) — Assist points, claro.
  • Lorenz Van de Wynkele (4) — Uno más — e pelo menos não é o Drizners, coitado, é sempre ele.
  • Baptiste Gillet (4) — Tem 20 anos e é um contrarrelogista decente.
  • Andreas Stokbro (4) — É um daqueles corredores que quando pesquisamos pelo seu nome no PCS os seus melhores resultados são em contrarrelógios colectivos. Agora a sério: num dia bom é capaz de sacar um top-25.

Código da liga falso plano: 331446411