Antevisão Etapa 1 — Giro d'Italia
A batalha pela maglia rosa começa aqui.
Introdução
O Giro d'Italia volta a abrir com um contrarrelógio na etapa inicial. É um dia importantíssimo para alguns pois não é simplesmente a oportunidade de conquistar uma etapa, é também uma chance única para envergar a maglia rosa.
O percurso
São 19.6 quilómetros, sem qualquer dificultade técnica, que começam com 16.8 quilómetros em plano até chegar ao Corso Garibaldi, uma pequena subida de 1.2 km com 5.2% de pendente média que vai permitir aos trepadores recuperarem alguns segundos. Nos restantes e derradeiros 1600 metros o plano volta a dominar e há traçado em calçada, muito pouco pronunciada, que não deve fazer a diferença.
O que esperar
Um contrarrelógio para os especialistas, não acredito que a pequena subida na parte final possa ferir a vantagem conquistada no plano. Prevejo um duelo a três, entre Ganna, Küng e Evenepoel. Se o Roglič deixar.
Os chefes de fila que não se dão bem nesta modalidade terão de dar tudo para não começarem de marcha-atrás.
O percurso é fácil, o tempo vai estar bom em Ortona e o vento do Adriático vai estar sereno. Se o mecânico da Intermarché não aparecer, não há razões para haver infortúnios.
A maglia azzurra também está em jogo. Veremos quem será o Rick Zabel desta edição.
Favoritos
Filippo Ganna — Em 2020 e 2021 não desiludiu o público italiano e arrasou nos contrarrelógios de abertura. Este ano tem estado bem, já ganhou no TT inicial no Tirreno. Pode perder uns segundos na subida, mas a vantagem que vai alcançar até lá deve ser suficiente para vestir primeiro a maglia rosa.
Remco Evenepoel — Vai certamente ganhar uns metros na subida final, a questão é quão "perto" se consegue manter de Ganna no plano. Vai vestir já a rosa ou vai ter de esperar mais uns dias?
Stefan Küng — Mais um contrarrelogista classicómano que está a fazer uma grande temporada, tal como Ganna. Em Fevereiro derrotou o italiano no contrarrelógio de Lagoa, na Volta ao Algarve. Contra ele tem o facto de não ser italiano e a falta de killer instinct.
A não perder de vista
Primož Roglič — Não o vejo a derrotar os três nomes supracitados, a subida não não é suficientemente relevante. Mas nunca podemos descartar o canibal esloveno, campeão olímpico de ITT em 2021.
Geraint Thomas — Este homem gere a forma com pinças e deve estar a apontar o seu pico para terceira semana. Mas não se surpreendam se fizer já top-5 e deixar o Tao a mais de um minuto.
João Almeida — A capacidade que o João tem ganhado na montanha, perdeu a rolar e na ponta final. Ainda assim não acredito que falhe o top-10. Um top-5 seria um resultado excelente.
Edoardo Affini & Josef Černý — Dois especialistas que não se vão limitar a dar referências aos seus chefes de fila. O primeiro, que em 2021 apenas perdeu para Ganna no contrarrelógio inicial, tem a motivação extra de correr em casa. O segundo, que já venceu no Giro em 2020, chega motivadíssimo depois da vitória no prólogo da Romandia.
Brandon McNulty, Jay Vine, Lennard Kämna & Thymen Arensman — Têm muita qualidade nesta modalidade e num dia demasiado bom podem ameaçar o pódio e trocar as voltas às hierarquias pré-definidas dentro das próprias equipas.
Mads Pedersen — Acredito que vá a full gas para manter a maglia rosa a uma distância relativamente curta e poder sonhar em raptá-la com as bonificações das duas etapas seguintes.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Remco. Andava todos os dias de rosa, se o deixassem.
Henrique Augusto — Ganna de rosa já é um clássico da primeira semana do Giro.
Lourenço Graça — Küng. Hoje apetece-me ser diferente
Miguel Branco — Will Barta. Chega à etapa 13 de rosa. Depois não digam que eu não avisei.
Miguel Pratas — Mais um show de Top Ganna.
Ricardo Pereira — Remco começa a voar.
