Cycling Fantasy — Tour of Norway

Sou só eu que confundo o Tour of Norway com o Arctic Race of Norway? Porra. Não podiam facilitar um bocadinho?

Cycling Fantasy — Tour of Norway
Remco Evenepoel dominou a última edição com três vitórias em seis etapas.

Análise ao percurso: No ano passado, a Volta à Noruega teve seis etapas e um super Evenepoel. Este ano, volta a uma versão mais curta, com apenas quatro etapas — ou três etapas e um prólogo, mais precisamente. A startlist é francamente menos talentosa do que em 2022, portanto não deve faltar orçamento. O percurso não tem assim tanta dureza, a não ser no prólogo. O que não deixa de ser bastante estranho: normalmente fazem-se prólogos para decidir quem é o primeiro líder, aqui fazem-se prólogos para decidir quem é o primeiro e último líder. Levem homens rápidos — que lidem bem com algumas dificuldades — e homens que subam bem e que devem disputar a geral a partir do prólogo. E nunca se esqueçam: agasalhem-se bem que na Noruega faz frio.

  • Prólogo: Aí está ele, o prólogo de todas as decisões. Saída de Bergen, uma das mais bonitas cidades norueguesas, inscrita entre sete montanhas, e chegada ao Mount Fløyen, um desses sete picos. São 3,5 quilómetros planos e depois… TANTANTAN
Bergen é a segunda maior cidade norueguesa. Não sei porque é que estou a fazer disto um guia turístico, mas estou. 

Acho que é aqui que se vai decidir esta Volta a Noruega. Outros três quilómetros e meio de uma dureza impressionante, que devem servir para fazer diferenças consideráveis. É claro que entre os homens da geral as diferenças podem não ser suficientes para a prova estar decidida, mas os grandes candidatos ficam fechados aqui. Além de ser uma subida linda, é uma subida dura. Belo arranque.

Até choras, bebocas. 
  • Etapa 1 - Esta etapa, convenhamos, não se pode dizer que foi desenhada para os sprinters. Tem bastante inclinação — inclusive uma subida de quase 11 quilómetros a quase 6% que não é categorizada, o que é sempre divertido — e uma segunda metade bastante exigente. Nomeadamente a constante altitude a que se corre e uma segunda categoria puxadinha (3.7kms a 7.7%) a cerca de 25 quilómetros da meta. E a própria meta não é plana. Quem se aguentar com os melhores e tiver kick para o final…
Não parece a forma de um crocodilo? É parvo, porque que eu saiba na Noruega não há crocodilos. 
  • Etapa 2 - A primeira de duas chegadas a Stavanger, uma célebre cidade norueguesa que já é tradição estar inserida nesta prova — de facto, entre a Volta a Noruega e o Tour des Fjords, Stavanger já recebeu chegadas, partidas ou passagens por 19 vezes. O final é um murito relativamente árduo, que deve impedir os puros sprinters de disputarem a etapa, mas os mais versatéis de se infiltrarem na luta pela vitória.
Stavanger menina e moça, menina, da luz que os meus olhos vêem tão pura. 
  • Etapa 3 - A segunda chegada a Stavanger é em circuito e foi a etapa final das edições de 2021 e 2022. Na primeira, Matthew Walls venceu ao sprint para coroar Ethan Hayter; na segunda, Alexander Kristoff venceu ao sprint para coroar Remco Evenepoel. É uma chegada com uma pequena subida pelo meio, com alguma inclinação, mas que não deve causar grandes problemas a ninguém. Só será um problema se os potenciais vencedores estiverem separados por poucos segundos.
Teus seios são as colinas, varina. 

Shortlist falso plano

800:

  • Alexander Kristoff — Nove vitórias em etapas e uma geral (2019). Kristoff é o patrão da prova. E, naturalmente, obrigatório.

600:

  • Jordi Meeus — O início de época foi prometedor. Entretanto, estamos em Maio e a sua primeira vitória foi a semanada passada no modesto Circuit de Charleroi Wallonie. É triste, mas é um sprinter.
  • Jasper Stuyven — Stuyven parece que ainda não começou a época — o melhor que tem são dois décimos lugares: Sanremo e Kuurne. Em teoria, adapta-se ao perfil das etapas após o prólogo, mas o momento de forma é muito incerto.
  • Magnus Sheffield — Tendo em conta a amostra, parece-me um dos candidatos à geral. Anda bem contra o relógio, aguenta subidas curtas…

400:

  • Lucas Plapp — Foi terceiro o ano passado. E sim, isto tem a sua cara — embora eu já não saiba se ele ainda anda bem no esforço individual. A questão é: quem é o líder na INEOS? Ou vão fechar todos top-10? Ou vão todos flopar?
  • Ide Schelling — Tendo em conta a época, é um dos candidatos. Em 2022, ficou em 29.º lugar.
  • Odd Christian Eiking — Não participa na prova desde 2016, quando fechou em quarto lugar, na vitória do neerlandês Pieter Weening. Isso não quer dizer que não conheça os cantos à casa. Deve ser o líder da EF.
  • Atilla Valter — É um dos corredores de quem gosto menos. Mas a verdade é que está barato.
  • Edward Theuns — Acho que o sprinter de serviço vai ser o Nys, embora Stuyven e Theuns estejam presentes. Mas o mais novo pode nem sempre chegar com os melhores ou ter de trabalhar para os mais velhos. É a lei da vida. Ou a confusão da Trek.
  • Mike Teunissen — Menino para fazer uns top-5.
  • Tobias Halland Johannessen — E quando nós achávamos que ele ia ser um corredor do cacete e ganhar grandes voltas? Parece que foi ontem.

200:

  • Axel Laurance — Esperava mais do jovem francês durante esta época, mas a procissão ainda vai no adro e ele está em desenvolvimento, por isso…
  • Ben Tulett — Este é que é o líder da INEOS. É?
  • Simon Carr — Ganhou uma etapa na Volta aos Alpes e chegou nos 15 melhores na Thyon 2000 (aquele paredão na Volta a Suíça). Ou seja, as pernas parecem boas, mas se calhar tem de trabalhar para Eiking.
  • Marijn Van den Berg — Temporada francamente mais positiva do que a anterior. Vai miúdo, vai que é teu.
  • Johannes Staune-Mittet — Uma das próximas grandes cenas do ciclismo internacional. E é norueguês, espero que a Jumbo o escolha como líder — o Valter não vai trabalhar para ti, aviso-te já.
  • Mick Van Dijke — Se precisarem de um sprinter barato.
  • Kevin Vermaerke — Se a forma for a do início do ano…
  • Thibau Nys — Os resultados começam a aparecer, o rapaz é mesmo muito bom.
  • Carl Fredrik Hagen — É norueguês.
  • Walter Calzoni — Uma das boas surpresas da temporada. Especialista a fechar top-10. Se bem que isto não é Itália.
  • Alexander Kamp — Não é norueguês mas é quase. Em 2018 foi segundo na geral.
  • Kristian Aasvold — Mais um viking.
  • Marco Brenner — Temporada péssima até agora. Mas com aquele prólogo inicial…


Play Store: Cycling Fantasy

App Store: Cycling Fantasy