Cycling Fantasy — Faun Drôme Classic

Análise ao percurso: este ano realiza-se a 10º edição da Faun Drôme Classic. Esta corrida forma um par com a Faun-Ardèche Classic, prova que surgiu em 2001 e que se realiza no dia imediatamente anterior. Apenas por uma ocasião o mesmo corredor triunfou nas duas corridas no mesmo ano: Petr Vakoč em 2016. Será que Alaphilippe vai conseguir igualar este feito?
Bardet e Calmejane, ambos em competição, já venceram por uma vez cada uma das duas clássicas francesas mas não no mesmo ano.

Esta clássica é uma corrida com alguma dureza — são cerca de 16 subidas, entre os curtos muros de Mur d'Eurre (1km @ 6.7%), Mur d'Allex (0.7km @ 8.4%) e Plateau du Soulier (0.5km @ 6.8%) e outras subidas um pouco mais longas mas menos duras como Col du Devès (4.2km @ 4.5%), Col de la Grande Limite (3.9km @ 6.6%) e Côte des Roberts (4.2km @ 4.9%)  — e o histórico recente mostra uma tendência para o vencedor finalizar a solo. Este ano espera-se muito vento o que pode causar o caos — adoramos abanicos — e se o vento bater de frente aumenta exponencialmente a probabilidade de terminar ao sprint.

A corrida termina com uma rampa no último quilómetro, com 300 metros a 10%, sendo que a última dificuldade antes deste final inclinado é a 3ª subida ao Plateau du Soulier (0.5km @ 6.8km) a cerca de 10 quilómetros da meta.

Shortlist falso plano

1000:

• Sergio Higuita — O colombiano prima pela regularidade e dificilmente não estará entre os melhores. Em caso de sprint é um dos favoritos apesar de a sua ponta final dar indicações de ter perdido algum fulgor. Não esteve entre os melhores hoje, na Faun-Ardèche Classic.
• Julian Alaphilippe — "O Loulou pré-2022 seria o claro favorito, o de hoje é uma incógnita. E quando é uma incógnita supreende-nos." Isto foi o que eu tinha escrito antes dele vencer a Faun-Ardèche Classic. E o contrário também acontece, por vezes. Não vou arriscar não levar o Julião.
• David Gaudu — Aqueceu o motor nos Alpes Marítimos, onde conquistou a camisola da montanha sem dificuldade e hoje, na Ardèche, foi o único capaz de acompanhar Alaphilippe. Já conquistou a Ardèche, falta a Drôme. E o Tour.

800:

• Guillaume Martin — Foi 2º na última edição. Está a andar bem e deverá estar novamente entre os melhores. Mas a 800 exige-se que seja capaz de triunfar. E disso eu já tenho mais dúvidas.
• Mattias Skjelmose — O dinamarquês é um dos ciclistas mais promissores do pelotão. É completíssimo, em provas de uma semana já é uma certeza e creio que tem qualidade e categoria para começar a demonstrar a sua valia em provas deste tipo. Hoje, na Faun-Ardèche Classic, terminou em 3º. Espero mais um excelente resultado amanhã.
• Romain Bardet — Seis participações, quatro top 10 e uma vitória. Neste tipo de provas em França, o trepador da DSM é sempre um dos favoritos à partida mas com o gabarito da juventude aqui presente, não me parece que o françês ainda tenha capacidade de ganhar, até porque a sua ponta final não é das melhores.
• Michael Woods — De rampas gosta ele e a forma está lá. O canadiano hoje esteve entre os melhores — chegou no grupo do Rui Costa.

600:

• Diego Ulissi — Se a corrida não for excessivamente endurecida... É um dos ciclistas com melhor ponta final. Está a ter um início de temporada muito forte e conta já com uma vitória, na 4ª etapa do Tour de Omã.
• Andreas Kron — Desiludiu na Ardèche, onde chegou a 10 minutos do vencedor. Poupou-se para a Drôme? Amanhã saberemos.

400:

• Lorenzo Rota — É a minha aposta. O perfil da corrida assenta na perfeição para as suas características.
• Andrea Bagioli — Para mim, uma das desilusões do dia. Continua muito inconstante...
• Ilan Van Wilder — A vitória vai aparecer, mais dia menos dia. Desperdiçou a oportunidade no Algarve, estupidamente, mas a forma é boa e, para mim, é a segunda melhor opção da Quick Step.
• Quentin Pacher — A rampa final é mesmo ao seu jeito. O corredor francês da FDJ já merecia uma vitória como sénior.
• Victor Lafay — Andou muito bem hoje — 4º lugar. Não acredito na vitória mas deverá estar entre os melhores novamente — top 10.
• Quinn Simmons — Este jovem corredor americano de apenas 21 anos é OBRIGATÓRIO em qualquer corrida de um dia. Aproveitem enquanto ainda só custa 400.
• Clément Champoussin — Não gostei do que vi na Ardèche... Saudades do Champoussin de 2021.
• Mikkel Honoré — Chegou juntinho a quem, sabem? Bagioli. Pois claro, aqui estão os dois flops do dia. Será que amanhã me calam? O final é ao jeito deles.
• Pierre Latour — Uma sólida aposta para o top 10.
• Simon Clarke — Duas participações, 1º em 2020 e 5º em 2021. Está a ter um bom início de temporada, ainda sem vitórias mas já com três pódios: 2º nos nacionais de estrada australianos, 3º na Cadel Evans Great Ocean Road Race e 2º na Vuelta a Múrcia, onde apenas perdeu para Ben Turner. Nunca subestimem Simon Clarke...

200:

• Cian Uijtdebroeks — Não tenho grandes evidências dele para provas deste tipo mas sei lá. Hoje chegou no grupo do Rui Costa, em 16º...
• Lilian Calmejane — Venceu aqui em 2018, um ano antes de terminar a carreira. Agora, na Intermarché, tudo é possível. Já deu boas indicações no Trofeo Serra de Tramuntana — 4º, nesta clássica que foi vencida pelo seu companheiro de equipa Kobe Goossens.
• Rui Costa — Mais uma excelente opção dentro da Intermarché. Está a ter um início de temporada fantástico. O 9º lugar hoje, ganhando o sprint do seu grupo, demonstra que ainda tem gás no tanque.
• Romain Grégoire — Gostei do que vi nos Alpes Marítimos e hoje termina num incrível 5º lugar. Está pronto.
• Lennert Van Eetvelt — Andou muitíssimo nas clássicas espanholas — 3º no Trofeo Andratx e 2º no Trofeo Serra de Tramunta — e, tal como Romain Grégoire, também fez um Tour dos Alpes Marítimos muito positivo.
• Maxim Van Gils — Está a andar muitíssimo em 2023: 5º na clássica de Muscat, 6º em Omã e 12º hoje, na Faun-Ardèche Classic. É mais uma boa opção a este preço.
• Corbin Strong — Se escutar bem os conselhos dos colegas Clarke, Impey e Woods, tem tudo para ser um campeão. Se a corrida não for muito endurecida, pode triunfar.

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