Antevisão — World Championships ME - ITT

Remco Evenepooooooooooel 🇧🇪🌈

Antevisão — World Championships ME - ITT

Introdução

A 31.ª edição dos mundiais de contrarrelógio terá lugar em Zurique e conta à partida com muitos dos maiores especialistas da modalidade, e outra coisa não seria de esperar. O campeão mundial e olímpico, Remco Evenepoel, estará presente para defender o seu titulo. Joshua Tarling, por muitos apontado como o futuro dominador do contrarrelógio mundial, também tem aqui mais uma hipótese de se impor entre os grandes depois do azar olímpico. Filippo Ganna, bi-campeão mundial e ex-dominador do contrarrelógio mundial não parece estar na melhor forma e é ainda uma incógnita se irá participar, havendo informações contraditórias. Foram estes 3 nomes que ocuparam o pódio do ano passado e que, se não fosse o problema mecânico do britânico em Paris, teriam provavelmente também ocupado o pódio olímpico. A estes 3 junta-se o homem que aproveitou o azar para entrar nesse pódio, Wout van Aert, e que teve (mais) uma dose de azar e, após a queda na Vuelta, não estará à partida.

Mesmo excluindo estes nomes, normalmente dominantes neste tipo de esforço, não falta qualidade à partida e gente com potencial para surpreender, sobretudo num esforço tão longo (deverá andar à volta dos 55 minutos) e com fases acidentadas.

Decida-se o melhor do mundo a lutar contra o relógio, e deseje-se que não seja um Tobias Foss.

O piqueno enganou os grandalhões. (foto: Eurosport)

O percurso

46 quilómetros é muita fruta, com a UCI a voltar a mostrar que está interessada em cumprir este tipo de distâncias no maior evento anual da especialidade. O percurso pode dividir-se em 3 partes: A fase inicial 20 quilómetros completamente plana; o miolo da prova bastante mais acidentado, com bastantes topos que poderão ser decisivos no resultado final; e a aproximação à meta que consiste em 12 quilómetros onde o terreno volta a ser totalmente plano.

A temperatura estará amena ao longo da tarde, fazendo prever que não será um fator determinante na corrida. Além disso, deixar nota de um percurso que se diz muito pouco técnico, beneficiando a capacidade das grandes power houses colocarem os watts todos na estrada.

Zurich — Zurich (46km)

O que esperar

Não há ainda ordem de partida pelo que especular sobre o desenvolvimento da corrida seria um exercício demasiado complexo para eu me atirar a ele. Espero uma corrida bastante disputada, interessante de acompanhar ao longo de todos os pontos intermédios. Vai haver gente a surpreender (embora eu ache que não para a vitória) e gente a desiludir, sobretudo com uma distância tão extensa.

Além dos nomes que falo em baixo, há mais alguns que eu penso que, num dia bom, podem lutar por um top-5 e refiro-me a Jay Vine, Mikkel Bjerg, Magnus Sheffield e Stefan Bissegger.

Para fechar, dar nota do contingente tuga que chega aqui com alguma justificada ambição. É uma grande competição pelo que o top-10 de Nélson Oliveira é praticamente certo, o homem não desilude. E depois temos João Almeida que chega aqui sem correr desde a Vuelta, por isso num estado de forma desconhecido, mas que pode surpreender. Tem estado bem nos esforços individuais esta época e 46 quilómetros é espaço mais que suficiente para uma Almeidada.

Favoritos

Remco Evenepoel — É o grande favorito. Tem sido indomável nos esforços individuais, só tendo perdido este ano para a versão Tour do Pogačar, mas isso também é cheat code, não conta. Gosta que a prova não seja totalmente plana e, sinceramente, não vejo ninguém capaz de o bater.

Joshua Tarling — Se alguém pode bater o belga é o jovem britânico, de apenas 20 anos, que nos jogos ficou a apenas 27 segundos mesmo depois de ter sido obrigado a mudar de bicicleta durante a prova. Até agora, a sua maior vitória foi nos europeus do ano passado, mas não faltará muito até andar de arco-íris, isso é certo. Já este ano?

A não perder de vista

Primož Roglič — Também estavam lá estes especialistas todos (o Tarling não que tinha uns 6 anos na altura) quando o esloveno meteu um minuto em toda a gente nos jogos olímpicos de Tóquio, na última vez que representou a Eslovénia nesta especialidade. Era um percurso bem mais duro, é verdade, mas Roglič às vezes saca uns coelhos da cartola incríveis e, ao contrário dos seus concorrentes, não há duvidas sobre a sua forma já que vem de vencer a Vuelta.

Brandon McNulty — Tem sido uma época de afirmação nos contrarrelógios para o americano, contando já com 4 vitórias na época — 3 World Tour e os nacionais americanos — e exigindo colocar o seu nome entre os grandes especialista mundiais. Nos jogos foi o primeiro dos outros, ao fechar 5.º, conseguirá aqui dar mais um passo em frente? Em teoria a distância favorece-o já a forma nem por isso.

Stefan Küng — Que desilusão ter deixado escapar a vitória nos europeus mas o suíço tem aqui, a correr em casa, uma hipótese de se redimir.

Filippo Ganna — Tudo é uma incógnita em volta do italiano mas, tendo o que nível que todos lhe reconhecemos, não podia ser deixado de fora desta lista. Mesmo que apareça "bem", penso que o pódio será o máximo a que poderá almejar.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Foss.

Henrique Augusto — Ganha o senhor que ganhou o ano passado.

O Primož do Roglič — Armirail.

Miguel Branco — Tarling. Quando menos se espera...

Miguel Pratas — Evenepoel.

Ricardo Pereira — Remco.

Sondagem falso plano