Antevisão — World Championships ME - ITT
Ganna vs Evenepoel.
Introdução
Os mundiais de Wollongong iniciam-se no dia 18 de Setembro com os contrarrelógios individuais feminino e masculino. Ambas as provas têm exatamente o mesmo percurso.
O nível de participantes é, como esperado, de alto nível, ainda assim destacam-se algumas ausências de peso como Wout Van Aert, Primož Roglič e Rohan Dennis.
João Almeida e Nelson Oliveira representarão as cores nacionais com o objetivo de colocar Portugal entre os dez mais. Ambos vêm em boa forma da Vuelta mas dada a concorrência será dificil ambicionar a mais do que isso.
A prova inicia-se às 13:40 locais — 4:40 em Portugal continental.
O percurso
O percurso, que se inicia na Market Street e termina na Marine Drive, consiste em duas voltas pela cidade de australiana de Wollongong, com um total de 34.2 quilómetros de distância e 312 metros de acumulado.
Várias curvas e contra curvas exigem técnica por parte dos participantes — tem lá atenção, Bissegger.
As duas passagens por Dumfries Avenue (700 metros a 6.7% — só um cheirinho de falso plano) não são particularmente exigentes mas podem favorecer alguns corredores como Evenepoel e Pogačar.
Favoritos
Filippo Ganna — É o atual bi-campeão do mundo e o percurso, sem grandes dificuldades, é ao seu jeito. Num dia normal, só Evenepoel consegue rivalizar.
Remco Evenepoel — O prodígio belga em 2022 ganhou 4 dos 6 contrarrelógios individuais em que participou. Ficou em 2º nos outros dois, mas com características totalmente diferentes: perdeu para Ganna por 11 segundos no Tirreno-Adriatico num ITT plano com menos de metade da distância (13.9 km) e perdeu por 5 segundos para Roglič num curto e técnico prólogo de 7.51 km no Itzulia Basque Country. Estará cansado da Vuelta ou arrasará a concorrência mais uma vez?
Candidatos ao último lugar do pódio
Ethan Hayter — Abandonou na Vuelta antes da 10ª etapa, sem conseguir a etapa nem a roja, pelo que a sua forma atual é uma incógnita. A distância é do seu agrado e o pódio um objetivo realista.
Stefan Küng — O suiço mostrou boa forma no Tour Poitou — venceu o ITT — e no Tour du Doubs, onde colaborou para a vitória do colega de equipa, Valentin Madouas, fechando ainda em sétimo.. Falhou o título europeu por um segundo, apenas atrás do seu compatriota Stefan Bissegger, num percurso de apenas 24 km.
Stefan Bissegger — O campeão europeu tem um motor impressionante embora preferisse um percurso mais curto. Abaixo dos 25 km é um dos melhores mas acima dessa distância ainda tem de mostrar mais competência.
Tadej Pogačar — Provavelmente vem só aquecer o motor para a prova de fundo. O percurso é demasiado plano mas nunca, nunca, podemos descartar o esloveno.
Nomes a ter em conta para o top 10
Magnus Sheffield — O americano é uma das revelações de 2022 e pode surpreender com um top 5. Na Dinamarca venceu o contrarrelógio plano de 12.2 km e na cronoescalada de 11.8 km na Polónia apenas perdeu para Thymen Arensman.
Rémi Cavagna — No ITT da Vuelta, semelhante a este, fechou pódio apenas atrás de Evenepoel e Roglič. Será uma surpresa se terminar fora do top 10.
Yves Lampaert — Vice-campeão belga de contrarrelógio, apenas atrás de Remco Evenepoel. Leva já duas vitórias este ano em ITT mas em distâncias mais curtas — 12 e 13 km. Bateu Wout Van Aert em Copenhaga. Nome sólido para o top 10.
Mikkel Bjerg — O tri-campeão mundial de ITT de sub-23 (2017, 2018, 2019) tarda em conseguir afirmar-se como um dos melhores contrarrelogistas do pelotão senior mas já deu boas indicações com algumas exibições de alto nível no Tour e com o 4º lugar nos campeonatos europeus, apenas atrás do trio de favoritos, Bissegger, Küng e Ganna.
Apostas falso plano
Henrique Augusto — Ganna. Aparece sempre no pico de forma nos seus principais objetivos e o percurso permite sonhar com o tri.
Lourenço Graça — Remco Evenepoel. Se fossem três semanas… agora é só um dia.
Miguel Branco — Remco Evenepoel. Só porque Miguel Angel López não vai.
Miguel Pratas — Remco Evenepoel. Vai arrasar a concorrência mais uma vez.
Ricardo Pereira — Ganna ganha.
