Antevisão — Volta ao Algarve em Bicicleta

Oh Malhão Malhão, que vida é a tua? Comer e beber, depois fazer chi-chi, para ver o Remco na rua.

Antevisão — Volta ao Algarve em Bicicleta
Volta ao Algarve em Bicicleta

Introdução

São as "bodas de ouro" da Volta ao Algarve e este ano nem a Visma | Lease a Bike quis ficar de fora. Remco Evenepoel, Wout van Aert, Thomas Pidcock, Daniel Martínez e Sepp Kuss são alguns dos nomes de luxo que irão compôr o pelotão, que este ano conta com a presença de 13 equipas World Tour, o número mais elevado que iguala a marca de 2018.
Depois do aperitivo no passado fim-de-semana com a Figueira Champions Classic, com as estrelas que não participaram na Clássica Jaén em Espanha, os corredores vão assim descer do centro até ao Sul de Portugal para participar na prova mais consagrada em solo lusitano, a única por etapas que pertence ao circuito UCI Pro Series.

O percurso

Etapa 1 — Com mais desnível ou menos desnível, a primeira etapa da Volta ao Algarve tem terminado sempre num sprint compacto. Este ano prevê-se terminar da mesma forma.

Portimão - Lagos (200.8km)

Etapa 2 — Irá ser o primeiro teste para os homens da geral. Esta etapa foi ligeiramente endurecida, a subida de Alferce (3km - 7.1%) aparece já nos 30 quilómetros finais, seguida da subida da Pomba (3.8km - 7.9%), que antecede a mítica subida final do Alto da Foia (7.5km - 5,9%).

Lagoa - Alto da Foia (171.9 km)

Etapa 3 — Será definitivamente mais uma oportunidade para os espectadores em Tavira verem em ação alguns dos homens mais rápidos do mundo em cima da bicicleta. Quer com isto dizer, será mais um dia de sprint compacto.

Vila Real de Santo António - Tavira (192.2 km)

Etapa 4 (ITT) — Este é o twist da 50ª edição da Volta ao Algarve. Este ano o esforço individual não será após o Malhão, mas sim antes. É um dia que conta muito para a geral (que o diga o Dani Martínez), estou curioso para ver se os melhores roladores se irão poupar para estar bem na etapa rainha.

Stage 4 (ITT) | Albufeira - Albufeira (22 km)

Etapa 5 — Etapa rainha da volta ao Algarve. Se dúvidas houverem, no final serão desfeitas. Será o último esforço da Elite em solo lusitano e com as top-5 WT teams de 2023 presentes em prova, ninguém irá querer ficar para trás.

Faro - Alto do Malhāo (165.8 km)

O que esperar

Estamos sem dúvida a falar de uma prova que irá ser altamente disputada entre as principais equipas do pelotão World Tour. Temos equipas que irão estar à procura de etapas e outras focadas em levar os seus líderes ao lugar mais alto do pódio depois da chegada ao Malhão.

A luta pela geral irá estar certamente entre a Soudal - Quick Step, Lidl - Trek, INEOS Grenadiers, BORA - hansgrohe e UAE Emirates. Não sinto que a Visma | LAB venha aqui com intenção de levar a amarela, pois as montanhas parecem duras de mais para Wout van Aert, que ainda procura estar na melhor forma.

A Soudal - Quick Step pela falta de profundidade que tem na sua equipa, sempre que tem Remco em prova, é como se estivesse all-in. A verdade é que grande parte das vezes resulta, pois ainda no passado fim-de-semana o belga dizimou a concorrência na Figueira Champions Classic. É o principal candidato à vitória e a Soudal precisa destes pontos.

Estreia de Tao Geoghegan Hart pela Lidl - Trek que trás aqui um bloco super interessante com nomes fortes como Bagioli e Stuyven, equilibrados por uma força de trabalho que não anda nada mal. Certamente Tao e Bagioli serão os protegidos, resta saber como lhes irá correr o ITT.

A INEOS Granadiers é a vencedora em título por equipas desta prova. No ano passado, conseguiu fechar com Ganna no segundo lugar do pódio e ainda viu o seu prodígio britânico Thomas Pidcock vencer no Alto do Malhão ao nosso menino João Almeida. Este ano trazem novamente um bloco interessante enquanto equipa no geral com nomes como Thymen Arensman, Geraint Thomas, Thomas Pidcock e Filippo Ganna.

Já a BORA traz um bloco muito versátil, o que me faz crer que irá tentar ganhar 4 das 5 etapas desta edição (risos). Daniel Martínez, vencedor da edição do ano passado irá aqui tentar repetir o feito pelas novas cores, por outro lado Jordi Meeus virá aqui aproveitar para continuar a mostrar que é um dos melhores sprinters da atualidade.

Last but not the Least, uma menção para a UAE que vem aqui com um bloco menos experiente, mas com muito talento. Nomes como Isaac del Toro ou António Morgado não passam despercebidos no pelotão internacional e se aliarmos estes dois à experiência de Marc Hirschi, no final poderemos ter uma surpresa. Difícil, mas podemos sonhar com isso. Vai António.

Favoritos

Remco Evenepoel — Só uma queda ou alguma indisposição irão tirar a amarela do corpo deste menino depois da chegada ao Malhão.

Tao Geoghegan Hart — O facto de existir um Remco e um ITT entre Portimão e o Malhão faz com que fique mais complicada a vitória na geral. No entanto é um dos favoritos a vencer a prova.

Daniel Martínez — Venceu sem vencer. Se isto não faz dele um favorito não sei o que o possa fazer.

A não perder de vista

Thymen Arensman — Se conseguir ficar em cima da bicicleta é um dos possíveis outsiders a vencer a prova. Eu não acredito, mas ele é que tem de acreditar.

Andrea Bagioli — Depois do brilhante final de 2023, já desiludiu na Figueira. Tem aqui mais uma oportunidade para provar que pode ser um líder por unanimidade. O ITT poderá ser uma contrapartida.

Isaac del Toro — O prodígio mexicano quer muito causar impacto neste ano de 2024. Não tenho dúvidas que virá com a força toda depois de ter estado muito ativo na Figueira.

António Morgado Se o deixarem ir ele vai. Está aqui porque é o mais próximo que temos para almejar a glória no ciclismo internacional.

Sepp Kuss — O vencedor da La Vuelta 2023 é a melhor opção da Visma para a geral. O ITT fecha um pouco essa porta. Mas temos de respeitar o talento.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Remco Evenepoel. Com a mesma dúvida e emoção de quando escolho o Tadej.

Henrique Augusto — Wout van Aert. Sem Ving nem Kooij, que comece a saga de GC WvA.

Lourenço Graça — Kuss, o melhor voltista do mundo.

Miguel Branco — Remco Evenepoel. Que seca.

Miguel Pratas — Remco Evenepoel, com um par de etapas no bolso.

Ricardo Pereira — Remco muito fácil.

Sondagem falso plano