Antevisão — Tour Down Under
A espera terminou, o World Tour regressa na Austrália e 2025 promete deixar-nos ainda mais presos ao sofá.
Introdução
As saudades que eu já tinha da minha alegre casinha a dar ciclismo só no EU, meu deus como é bom sonhar com o regresso de Pogačar ao melhor lugar do céu.
Eu tentei, o entusiasmo é grande, espero que passe aí para esse lado, porque deste está ao rubro com o regresso do ciclismo World Tour, para uma época que já antes de começar promete ser memorável.
Há coisas que não mudam e uma delas é o início do calendário WT. Novamente na Austrália, o Santos Tour Down Under celebra a vigésima quinta edição e tem sempre uma mistura interessante de nomes conhecidos e jovens talentosos do pelotão principal.
Este ano a prova conta com os dois últimos vencedores desta prova, Jay Vine (2023) e Stephen Williams (2024). A questão que se coloca é se efetivamente alguém irá conseguir impedir o britânico de vencer pela segunda vez consecutiva esta prova e se esse alguém poderá ser da equipa da casa, a Jayco AlUla, que com certeza quer fazer boa figura dado a equipa A que apresenta para esta prova.
O percurso
Etapa 1 — A primeira etapa terá início em Prospect e termina em Gumeracha num circuito de duas voltas. Longe de ser um etapa plana, a maior dificuldade será sem dúvida a dupla passagem pela Berry Hill Climb (1.5km a 6.6%), seguindo-se depois a descida até Gumeracha.
Etapa 2 — A segunda etapa é a primeira etapa do ano passado na versão 2.0. O Menglers Hill passa de 1 quilómetro para 2.8 quilómetros de extensão e a pendente média passa de 5.2% para 6.6%. O final é novamente feito em descida.
Etapa 3 — A terceira etapa terá um início duro em Norwood logo a subir até ao Norton Summit (7.9km a 4.0%) e depois aligeira até ao quilómetro 106 onde o Pound Reserve (2.7km a 7.7%) é passado pela primeira vez seguido da primeira passagem pela meta em Urailda e novamente ao quilómetro cento e quarenta e dois que irá deixar os ciclistas a aproximadamente seis quilómetros da meta.
Etapa 4 — O sobe e desce continua e desta feita não será diferente do dia anterior. A partida em Glenelg começa logo a subir e será depois na segunda metade que virão as dificuldade destacando a segunda e última, o Nettle Hill (1.8km a 8.4%), que termina já dentro dos últimos trinta quilómetros.
Etapa 5 — É no penúltimo dia de prova e a receita histórica repete-se e com isto quer dizer Willunga Hill (3.3km a 7.4%), a dobrar. É a etapa rainha da prova australiana e irá colocar um ponto final na classificação geral.
Etapa 6 — E porque nada parece ser plano na Austrália, a última etapa irá ser feita num circuito de vinte voltas em torno de Adelaide com uma "pequena lomba " de 300m a cada oito voltas, o Montefiore Hill (0.3km a 3.7%). Fora isso é praticamente uma etapa plana.
O que esperar
É a primeira prova do ano e com o passado recente em mente, as equipas do World Tour sabem que as épocas se começam a construir no início e aquelas que não contam com os aliens nos seus quadros sabem que qualquer prova sem que estes estejam presentes, é uma boa oportunidade para somar pontos.
Stephen Williams foi o vencedor do ano passado e é a meu ver o principal candidato à vitória e como tal será um dos principais alvos a abater pelas restantes equipas.
A Jayco AlUla aposta novamente forte para tentar atacar a geral da prova e tem em Luke Plapp e Mauro Schmid as melhores armas para tentar vencer a prova.
A UAE faz regressar Jay Vine a esta prova, que venceu em 2023, apoiado pela cara nova Jonathan Narváez, por quem eu estou particularmente curioso por ver correr de branco e preto. Também o sempre imprevisível Marc Soler e a promessa Pablo Torres acompanharão o australiano.
A renovada Astana com Bettiol e Higuita também certamente terá uma palavra a dizer, assim como a Red Bull BORA ao leme de Finn Fisher-Black.
Nota final para a tão esperada estreia de Afonso Eulálio ao serviço da Bahrain e também para a participação na prova do nosso campeão de pista Rui Oliveira.
Favoritos
Stephen Williams — Campeão em título e depois do que nos habituou no ano passado espera-se um britânico ainda mais forte e explosivo.
Luke Plapp — Corre em casa e se não cair é um sério candidato à vitória na classificação geral.
Finn Fisher-Black — O início de época no ano passado foi promissor, mas talvez a falta de espaço não lhe permitisse ter dado continuidade. Nova casa, e sem dúvida muito espaço para este ano poder fazer algo bonito.
A não perder de vista
Oscar Onley — O britânico foi no passado quarto na geral e segundo na juventude. Tenho a certeza que este ano irá querer melhorar o resultado anterior.
Sergio Higuita — Eu vou colocá-lo aqui desta vez porque quero acreditar que uma mudança nunca vem só e se ele mudou de equipa também pode perfeitamente ter mudado de atitude. O percurso tem na sua grande maioria a sua cara, mas efetivamente nos últimos anos tem estado irreconhecível. Veremos se a mudança traz de volta Higuita.
Magnus Sheffield — Fez parte da equipa que no ano passado teve o pior resultado dos últimos quinze anos, mas é também parte da esperança para o regresso às vitória que a Ineos ambiciona para este ano de 2025. O britânico é este ano ainda mais parte do futuro e do caminho que a equipa britânica quer percorrer nos próximos anos, depois das saídas de nomes estruturais como Pidcock e Narváez.
Apostas falso plano
André Dias — Estamos na época dos Óscares, é a Onley option.
Fábio Babau — Stephen Williams, who else?
Henrique Augusto — Ganha o Bine, que o falso plano tá no Porto.
O Primož do Roglič — Narváez, the revenge.
Miguel Branco — Finn Fisher-Black. From Bejes to the World.
Miguel Pratas — Pablito Torres.
Nuno Gomes — Narváez.
Rogério Almeida — Bi-campeão Jay Vine.