Antevisão — Santos Tour Down Under

Introdução

2024 e eis que está de regresso o ciclismo. Não vos vou desejar bom ano, já chega, mas sim que tenhamos excelentes corridas e muita matéria para nos entreter. O falso plano vai estar sempre por aqui.

A época começa com a tradicional corrida na terra dos cangurus e apesar de não termos presente nenhuma das grandes estrelas, a prova vai ter alguns pontos de interesse, como a estreia de António Morgado pela UAE, o grande sprinter, Ganna, e um fantasma de Alaphillipe.

O Santos Tour Down Under vai contar com um total de cerca de 825 quilómetros divididos por 6 etapas. O início será em Tanunda e o final no Mount Lofty. (Já tinha saudades disto.)

O percurso

Etapa 1 — A prova começa em Tanunda com uma tirada de 144 quilómetros. Três voltas a um grande circuito que inclui uma ligeira subida a Mengler's Hill, mas espera-se uma chegada ao sprint no regresso à cidade.

Etapa 2 — Segundo dia, segundo circuito. Desta vez em Lobethal e com o final a poder ser diferente, ou não. Os vários topos que existem no final da etapa podem ser tentadores para os homens da geral quererem atacar e fazer diferenças.

Etapa 3 — Início logo com uma subida, pode ser propício a alguma fuga. No entanto, o mais provável é acabarem o dia todos juntinhos ao sprint em Campbelltown.

Etapa 4 — Claramente dia para os sprinters.

Etapa 5 — Penúltimo dia de prova e temos o tradicional final do Tour Down Under, Willunga Hill. O pelotão irá passar duas vezes pela subida que tem cerca de três quilómetros a 7.3%, sendo que a segunda passagem coincidará com a meta.

Etapa 6 — Como em equipa que ganha não se mexe, a organização decidiu repetir a etapa final de 2023. Novamente um circuito com três voltas e bem puxadinho. São quatro primeiras categorias, em que três delas são o Mount Lofty. O último dia de prova será mesmo o decisivo para a classificação geral.

O que esperar

Independentemente do que aconteça vou andar muito satisfeito. É o regresso do ciclismo. Ainda assim, como é início de época creio que iremos assistir a uma prova corrida a um ritmo baixo, mas discutida ao segundo. Os ciclistas ainda à procura da melhor forma e o tipo de etapas que teremos são fatores propícios a haver uma luta acérrima pela camisola ocre. O nome do vencedor pode surpreender-nos.

A Jayco, equipa que corre em casa, é encabeçada por Simon Yates e parece-me a favorita a sair vitoriosa, mas equipas como a Ineos, a UAE ou até a Israel podem ter uma palavra a dizer.

No que toca aos sprinters, a luta pode ser equilibrada, mas nivelada por baixo. Caleb Ewan, vindo de lesão, Sam Welsford, na nova equipa, Phil Bauhaus e a dupla Viviani/Ganna prometem umas boas dores de cabeça para as nossas queridas fantasys.

Favoritos

Simon Yates — O segundo classificado do ano transato aparece aqui como o favorito para este ano. A sua equipa corre em casa e o seu currículo faz dele à partida o homem mais forte da startlist.

Jhonatan Narváez — Vindo de ganhar a Down Under Classic e o facto de passar bem algumas dificuldades fazem-me colocá-lo no lote dos favoritos. Outro fator é a questão de sprintar bem, pois como já referi as bonificações podem vir a ser importantes no final da prova.

UAE — Diego Ulissi e Covi são dois ciclistas com características idênticas e propícias para serem felizes aqui. Ou seja, a equipa do nosso Morgado vai à Austrália com algumas ambições. Esta corrida para além de abençoar a sua estreia, também batiza Isaac del Toro, ciclista mexicano que surpreendeu ao terminar no pódio da Down Under Classic.

A não perder de vista

Israel Premier-Tech — Com Corbin Strong à cabeça na minha ótica, pelas características que tem, esta é outra das equipas que traz várias opções válidas. Simon Clarke, Stephen Williams e uma das surpresas de 2023, Derek Gee, são nomes a ter com conta.

Milan Vader — O vencedor do Tour de Guangxi no ano passado. Prova com etapas muito semelhantes a estas.

Julian Alaphillipe — Novo ano esperamos que seja uma nova vida para o francês.

Jack Haig — A correr em casa e a liderar a equipa da Bahrain, se já estiver minimamente em forma, creio que pode estar entre os melhores.

Luke Plapp — Na sombra de Simon Yates, pode fazer pódio.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Simon Yates, a primeira do ano para um Yates.

Henrique Augusto — Alaphillipe, meu amor, da Austrália sairás vencedor.

Lourenço Graça — Corbin, the Strongest.

Miguel Branco — Finn-Fisher Black. Dos poucos capazes de se bater com o Vingegaard.

Miguel Pratas — Geral e Willunga Hill para Ruben Guerreiro

Ricardo Pereira — O ano menos mau de Alaphillipe começa aqui.

Sondagem falso plano