Antevisão — Ronde van Vlaanderen Vrouwen

Quem será a Lioness Queen of Flanders?

Antevisão — Ronde van Vlaanderen Vrouwen
Puck Pieterse (foto: Cyclinguptodate)

Introdução

Já se passaram 112 anos desde a primeira edição da Ronde van Vlaanderen para homens, e entre a estreia da prova masculina e a feminina, mais 91 anos se passaram. No próximo domingo, dia 6, teremos a 22.ª edição da Ronde van Vlaanderen Vrouwen, o terceiro Monumento do ano no calendário feminino. Uma prova que, apesar dos seus 22 anos de história e grandes batalhas, nunca conheceu um grande domínio individual. Nenhuma ciclista conseguiu impor-se como rainha absoluta desta clássica flandriana.

Temos um total de dezasseis vencedoras, sendo que apenas cinco conseguiram vencer por duas vezes. Dessas cinco, duas grandes ciclistas ainda em atividade podem alcançar um feito histórico, a tripla: Longo Borghini, vencedora em 2015 e 2024 - nove anos separam estas vitórias, demonstrando a sua impressionante longevidade e qualidade. A sua última conquista foi decidida num emocionante sprint contra Niewiadoma, com Shirin a observar. Lotte Kopecky, por sua vez, venceu em 2022 e 2023. Considerada por muitos como a primeira ou segunda melhor ciclista da atualidade (dependendo dos critérios de avaliação), em 2023 conquistou a vitória de forma solitária.

Entre as outras vencedoras presentes à partida, destacam-se Anna van der Breggen, Elizabeth Deignan, Ellen van Dijk e Marianne Vos.

Ao longo destes 22 anos, tivemos grandes batalhas. Mas talvez a mais memorável tenha sido a edição de 2021, ganha por Annemiek van Vleuten a solo. A ciclista forçou o ritmo e reduziu o grupo no Oude Kwaremont. Ao chegar ao Paterberg, desferiu o ataque final, mas não foi fácil. Na parte mais dura, teve de colocar a mão nas barreiras para não pôr o pé no chão. Depois disso, ligou o modo contrarrelógio até cruzar a meta.

Vleuten vence a Tour de Flandres 2021 (foto: WielerFlits)

O percurso

Oudenaarde vai ter céu limpo o dia todo, na hora da prova vamos ter 10° a 12° de temperatura, com um nível de humidade no ar a rondar o 50%, teremos também vento na casa dos 18 km/h, com rajadas superiores a 30 km/h, a soprar de Este.

E vai-se fazer história nesta edição, com um percurso com 168.9 quilômetros , as ciclistas vão percorrer a maior distância das vinte e duas edições.

Com os primeiros 63 quilómetros praticamente planos, as ciclistas vão ter o primeiro contato com pavé quando alcançarem o Doom, mas a primeira dificuldade para testar as pernas é o Edelareberg (1,5km a 4%). E já abertas as hostilidades, então vai ser um constante sobe e desce com doze setores de pavé e com doze subidas/bergs categorizados, dos quais seis são subidas com pavé.

Um dos mais duros é o Koppenberg ( 0,6km a 8.1%) mas fica a 45 quilómetros da meta. E temos mais perto do final , os míticos Oude Kwaremont ( 2.2 km a 4.1%) e Paterberg (0,4km a 9.2%) que ficam situados entre os 20 e os 14 quilómetros para a meta. Serão talvez os seis quilómetros decisivos da prova.

Oudenaarde Oudenaarde (168.9km)

O que esperar

A corrida deverá decorrer sem grandes fugas nos primeiros 50-60 quilómetros. Só a partir do km 60 é que se espera maior animação, com ataques e um natural endurecimento do ritmo.

No entanto, as principais movimentações das favoritas deverão ocorrer no Koppenberg, onde tentarão reduzir o pelotão. A partir desta fase provavelmente já não existirá qualquer fuga à frente, e formar-se-á um grupo restrito, com as favoritas e segundas cartas dentro das equipas.

O desfecho deverá ser decidido com endurecimento no Oude Kwaremont e um ataque decisivo no Paterberg.

Favoritos

Lotte Kopecky — A principal favorita. Apesar de não ter mostrado a mesma forma de anos anteriores, está super motivada e quer ganhar com a camisola de campeã do mundo, algo que lhe fugiu o ano passado.

Longo Borghini Vem de uma vitória importante na Dwars, e é talvez a única que pode estragar a festa da Kopecky, um pouco à imagem do ano passado. Vem a andar muito bem, nesta época tem atacado muito bem as clássicas.

A não perder de vista

Anna van der Breggen — Acho que num cenário perfeito pode vencer, mas esse cenário exige umas pernas em grande forma (que eu não acredito, pois veio de estágio em altitude) e também exige um ataque de longe, porque das principais ciclistas é a que tem menos ponta final.

Puck Pieterse — Ciclista muito atacante, está destinada a grandes feitos. E porque não agora? Esta época já foi a única acompanhar a Demi em alguns ataques.

Noemi Rüegg — Tem o perfil ideal para esta prova, já mostrou ter as pernas afinadas. Vamos ver como elas se portam com este pavé. Mas diria que menos que top 7 é derrota.

Katarzyna Niewiadoma — Histórico e uma das melhores ciclistas do pelotão. Um pouco à imagem da Breggen tem de ter o cenário perfeito, mas isso ela costuma tentar construir, basta ter as pernas no melhor dia.

Lorena Wiebes — estou curioso para ver como a Wiebes vai correr, ela que ganhou Sanremo, pode começar a ambicionar lutar por esta prova um dia.

O meu desejo

Marta Cavalli — Espero ver a Cavalli de outros tempos, que lutava pelas provas, que tinha pernas para ser das melhores do mundo. Que mostre que voltou a ser a Cavalli que eu gostava de ver correr ou pelo menos que está nesse caminho.

Apostas falso plano

André Dias — Falei como Padre Borga e vai dar Borghini.

Fábio Babau — Lotaria kopecky.

Henrique Augusto — Puck. Gostava que ela um dia ganhasse.

O Primož do Roglič — A Lotte of victories.

Miguel Branco — Lotte Kopecky. Quer, pode e manda.

Miguel Pratas — Lotte 3-2 Elisa .

Nuno Gomes — Wiebes - A nova Demi da Kopecky.

Rogério Almeida — Um longo lotte de vitórias para Puck .