Antevisão — Paris - Roubaix
Alpecin contra o resto. As voltas que o ciclismo dá.
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Introdução
Estamos em contagem decrescente para o terceiro monumento da época. "O inferno do norte" é sem dúvida o mais imprevisível e caótico monumento da época. Todos os atletas lutam pela chance de ganhar uma pedra da calçada e uma placa à entrada de um chuveiro. Quedas, mais quedas e furos, tudo pode acontecer. Se iam algum lado este domingo, aconselho-vos a trocar as poeiras vindas de África pela poeira de Roubaix.
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O percurso
Como já vem sendo habitual, o perfil desta corrida não reflete a sua realidade, pois embora os trinta setores de pavé sejam — alguns deles — parte relevante da corrida, as condições meteorológicas são geralmente o que apimenta a tarde de quem se desloca até ao Norte e de quem está no sofá.
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Este ano e para surpresa de todos, a menos de uma semana da prova, a UCI, a pedido da C.P.A. (Associação de Ciclistas Profissionais) e com objetivo de reduzir a "perigosidade" da corrida, decidiu incluir um novo elemento, que será parte integrante do percurso deste ano e dos próximos, uma chicane à entrada do Arenberg, com o objetivo de os atletas não entrarem no setor de pavé a velocidades de 60km/h.
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A cinquenta metros da entrada no Arenberg os atletas irão ter uma curva para a direita, seguida de uma outra de 180º para a esquerda, para aí sim entrarem pelo bosque a dentro. Esperamos que nenhum se esqueça da curva e acabe por levar a chicane à frente.
O que esperar
Há umas semanas esperávamos mais um duelo entre Mathieu van der Poel e Wout Van Aert, no entanto uma queda na Dwars fez com que o belga perdesse a hipótese de poder competir no próximo domingo.
A Alpecin é neste momento a equipa mais confiante e — a meu ver — mais forte em prova. Depois de vencerem os dois primeiros momentos da época, têm aqui uma excelente oportunidade para vencer o terceiro. A dupla Mathieu & Jasper, são sem dúvida "o alvo a abater" por parte do pelotão, resta saber se têm capacidade para isso.
Com uma Visma enfraquecida pelas baixas de Wout Van Aert (lesão) e de Matteo Jorgensen (opção) e uma Trek desmoralizada pela má tática no Tour de Flandres, não acredito que haja mais alguma capaz de fazer frente à locomotiva belga.
No entanto, isto é Roubaix e tudo pode acontecer, mas uma coisa é certa, vamos ter espetáculo garantido no monumento mais emocionate do ano.
Favoritos
Mathieu van der Poel — Vencedor em título e só se não quiser não irá voltar a repetir este ano. Com 3 provas nas pernas é o grande favorito. Se quiser, claro.
Jasper Philipsen — Diz-se nas ruas que tem milhões em jogo com esta prova. Se ganhar, muitos, se não ganhar, poucos. Eu penso que vai ser para ele e caso vença irá ser o quinto ciclista a vencer a MSR e Roubaix no mesmo ano, juntando-se a Cyrille van Hauwaert (1908), Sean Kelly (1986), John Degenkolb (2015) e Mathieu van der Poel (2023).
A não perder de vista
Não aplicável — Finalmente já não estou a recibos e como efetivo a mente pode achar o que lhe apetece. Vão todos perdê-los de vista.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Jasper Philipsen. Vence o desastre no palco dos desastres.
Henrique Augusto — Quando MvdP está presente, a minha aposta é feita by default. Low-key bet - Joshua Tarling.
Lourenço Graça — Laporte para dedicar aos colegas Ving, Wout e Rogla.
Miguel Branco — Adrien Petit. Tranquilo.
Miguel Pratas — Jasper Disaster strikes again.
Ricardo Pereira — Nils Politt bate MvdP ao sprint.