Antevisão — Paris-Nice

A Corrida do Sol.

Antevisão — Paris-Nice
Paris-Nice

Introdução

A primeira das Big-7 e uma das mais espetaculares, a Corrida do Sol, para ver se nos anima nestes dias chuvosos.

É uma corrida com um percurso bastante versátil, que permite que todo o tipo de corredor se possa destacar. Este ano conta com um contrarrelógio por equipas e, esperamos nós, muita ventania. Jonas Vingegaard é o grande favorito à vitória final.

João Almeida, Ivo Oliveira e Iúri Leitão são os portugueses presentes enquanto Matteo Jorgenson e Maximilian Schachmann (2x) são os únicos ciclistas que já venceram esta corrida e que estão à partida para esta edição.

Matteo Jorgenson derrotou Remco Evenepoel na última edição. (foto: Sébastien Nogier/EPA)

O percurso

Etapa 1 — Abertura ao sprint, como de costume. Tim Merlier é o favorito a vestir a primeira camisola amarela.

Le Perray-en-Yvelines - Le Perray-en-Yvelines (156.1km)

Etapa 2 — Com um final em falso plano, vai ser mais uma etapa discutida ao sprint e com alguns pinos a disputarem a camisola às bolinhas.

Montesson - Bellegarde (183.9km)

Etapa 3 (TTT) — Contrarrelógio por equipas, com alguma ondulação, onde o que conta são os tempos individuais de cada ciclista. O início e o fim exigem alguma perícia. Estas etapas são propícias a surpresas mas a Visma e o seu líder não vão dar abébias.

Circuit Nevers Magny-Cours - Nevers (28.4km)

Etapa 4 — A primeira chegada em alto. Em 2023, Pogačar e Gaudu dominaram esta subida, deixando Jonas Vingegaard (6.º) a mais de 40 segundos. Tem de puxar pelos galões e limpar a indecente e má figura apresentada nesse dia.

Vichy - La Loge des Gardes (163.4km)

Etapa 5 — Um miminho para a fuga. Os últimos 50 quilómetros são explosivos, com uma série de subidas curtas e empinadas onde não há tempo para Almeidadas. Tem tudo para ser um etapón.

Saint-Just-en-Chevalet - La Côte-Saint-André (203.3km)

Etapa 6 — Sprint ou fuga, dependendo dos interesses das equipas dos sprinters e do vento.

Saint-Julien-en-Saint-Alban - Berre l'Étang (209.8km)

Etapa 7 — Vai dos 0 aos 1600 metros de altitude em 147 quilómetros, com a La Colmiane pelo meio, e sem passar por terreno plano

Nice - Auron (147.8km)

Etapa 8 — Tudo pode mudar em 120 quilómetros. E quem se acagaçar nas descidas já sabe o que lhe espera.

O que esperar

Domínio da Visma nos TTT e nas etapas duras. Jonas Vingegaard vai brilhar e meter no CV a sua primeira Corrida do Sol. Matteo Jorgenson é o campeão em título e pode perfeitamente ir ao pódio novamente.

Voltistas de segunda linha, como João Almeida e Aleksandr Vlasov, têm mais uma oportunidade para liderar numa grande corrida e vão lutar pelo pódio. Ben O'Connor e Mattias Skjelmose têm no Tour o seu objetivo principal e querem começar já mostrar que conseguem andar bem nas estradas francesas. Vão estar bem protegidos no plano mas têm de provar o que valem na montanha.

Para os sprints Tim Merlier é o único tubarão presente mas não vão ser favas contadas. Há a raposa velha Alexander Kristoff, há o expert em abanicos Mads Pedersen, e há muitos sprinters de terceira linha que querem mostrar-se.

Favoritos

Jonas Vingegaard — Nem vale a pena. Em qualquer prova por etapas — mesmo no Eneco Tour —, há dois corredores no mundo que não dão qualquer chance aos seus adversários.

A não perder de vista

João Almeida — O nosso Bota Lume dificilmente ganha isto mas é o nome mais confiável para subir ao pódio, se excluirmos o pescador da Visma.

Matteo Jorgenson — É o campeão em título, é um ciclista do caraças e costuma andar muitíssimo em França.

Ben O'Connor — Um dos corredores mais underrated do pelotão. O que tem de fazer mais?

Mattias Skjelmose — Mostrou-se a um bom nível nas Fauns, como é habitual. Na última edição ficou às portas do pódio.

Lenny Martinez & Santiago Buitrago — A dupla da Bahrain está a andar muito e vão querer intrometer-se na luta pelo pódio.

Thymen Arensman — Dispensa apresentações.

Maximilian Schachmann — Ganhou duas vezes, no pico da sua carreira, e apresentou-se no Algarve em grande nível — foi 5.º.

Apostas falso plano

André Dias — Agora que acabou a época de ciclocrosse, já não sei de nada. Tejada faz top-3 ou assim.

Fábio Babau — João Almeida, enquanto dou um murro na mesa.

Henrique Augusto — Bota Lu...Tou a gozar, ganha o Alaphili... Vingeegard, pronto.

O Primož do Roglič — João Revenge.

Miguel Branco — Jonas Vingegaard. Easy.

Miguel Pratas — Pescaria farta para o dinamarquês da Visma.

Nuno Gomes — Jonas... Na resposta à Strade Bianche.

Rogério Almeida — Jonas, o dinamarquês.