Antevisão — Paris-Nice
Os candidatos ao 3ºlugar do pódio em Julho vão desde já espreitar o ambiente em Nice. Anda João 🔥
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Introdução
A primeira prova por etapas do ano a sério é sempre muito bem vinda e muito amada entre aqueles que seguem o ciclismo. Há estrelas em estreia e muitas que têm aqui o primeiro real objetivo do ano. O percurso é variado o suficiente para todas elas terem espaço para brilhar, como o Sol, e hoje em dia já não há bem o conceito de "provas de preparação" podem esperar uma corrida feita a fundo e muito disputada.
O ano passado ensinou-nos, ou relembrou-nos, que tirar conclusões desta corrida rumo ao Tour é perigoso. No entanto, essa tentação é inevitável e o primeiro confronto da época entre os candidatos ao Tour é o principal ponto de interesse da corrida, com Primož Roglič e Remco Evenepoel a abrirem as hostilidades.
Destaque também para os dois portugueses presentes, João Almeida e Ruben Guerreiro, ambos com objetivos na classificação geral e com liberdade dentro das suas equipas.
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O percurso
Etapa 1 — O primeiro camisola amarela desta corrida rumo ao Sol será certamente um homem rápido. Resta saber se passam todos os sprinters pois equipas como a Lidl-Trek de Mads Pedersen e a Alpecin de Kaden Groves podem tentar descartar homens como Jakobsen e Bennett.
Aposta — Mads Pedersen.
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Etapa 2 — Sprint puro, a não ser que o vento faça a sua habitual aparição anual nesta prova. A amarela continua em disputa e aqui o comboio contará muito.
Aposta — Fabio Jakobsen.
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Etapa 3 — Primeiro dia a contar para os homens da geral. Em teoria quase todos os favoritos têm equipas com qualidade para se defenderem, mas acredito em Remco a ser o mais beneficiado e os líderes das equipas francesas, Gaudu e Gall, a serem os mais penalizados.
Aposta — Soudal - Quick Step
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Etapa 4 — Primeiro dia de montanha onde os favoritos terão de se chegar à frente. Esperemos que haja ataques na penúltima subida, caso contrário, contem com um sprint no topo do Mont Brouilly.
Aposta — Primož Roglič.
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Etapa 5 — Olhando para este perfil diria fuga, mas estão presentes sprinters versáteis o suficiente para ultrapassar estas dificuldades e colocar as equipas a controlar a corrida.
Aposta — Kaden Groves.
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Etapa 6 — Os contenders estarão em modo gestão para o fim de semana e, agora sim, os fugitivos terão ter a sua oportunidade.
Aposta — Christian Scaroni.
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Etapa 7 — É dura, a única real chegada em alto desta prova, mas não é nada de outro mundo. Os trepadores terão de tentar endurecer muito a corrida para se fazerem grandes diferenças.
Aposta — Felix Gall.
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Etapa 8 — A habitual última etapa do Paris-Nice. Sobe e desce constante numa etapa curta, terreno perfeito para ataques longos e retificações na classificação final. Se chegar aqui apertadinho como eu espero, tem tudo para ser um grande dia de ciclismo.
Aposta — Remco Evenepoel.
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O que esperar
Espero uma prova relativamente calma até ao fim de semana final, onde tudo se decidirá.
Nas duas primeiras etapas será interessante ver os sprinters lutarem pela liderança, oportunidade que cada vez mais é rara. Neste início (a que se soma, para alguns, a 5º etapa) os olhares deverão estar focado em nomes como Olav Kooij (que espero ver mais forte e consistente do que no UAE Tour), Mads Pedersen, Dylan Groenewegen, Fabio Jakobsen e Kaden Groves, sem desprezar outsiders como Gerben Thijssen, Arvid de Kleijn, Sam Bennett e Arnaud de Lie. Muito bom o leque de sprinters que se apresentam aqui em prova.
O contrarrelógio por equipas definirá quem, de entre os favoritos, controlará a etapa 4, onde infelizmente não antevejo muito fogo de artificio mas prevejo uma redução no leque de candidatos ao pódio para 5/6 nomes. Nomes esses que depois terão de manter o nível na chegada em alto de Sábado, onde imagino um Roglic à espera do sprint final e um Remco a poder tentar aproveitar ataques de trepadores atrasados (Felix Gall, David Gaudu, Mattias Skjelmose) ou com múltiplas cartas dentro da equipa (Pello Bilbao e Santiago Buitrago, Carlos Rodriguez e Egan Bernal, João Almeida e Jay Vine) que poderão dinamitar a corrida procurando um ataque que crie indecisão e que possa resultar em vitória e consequente subida na GC.
Para o fim está guardado o melhor. Depende muito de como a GC chegar aqui mas há muitos nomes que terão pouco a perder e pouco interesse em defender um top-10 e se podem mandar por ali fora, como já aconteceu noutras edições. Remco adora isto e ditará a vitória final no acidentado percurso à volta de Nice.
Favoritos
Remco Evenepoel — Está em forma, o percurso adapta-se bem às suas características, a equipa é boa e já tem o sprint suficiente para não perder demasiado nas bonificações. Principal favorito.
Primož Roglič — O ano passado abriu a época a ganhar no Tirreno por isso a história do "ainda não está em forma" não me convence particularmente. Quererá mostrar que faz mais falta à Visma do que a Visma lhe faz a ele. O duelo com Remco será uma reedição da Catalunha do ano passado, onde o esloveno levou a melhor.
A não perder de vista
João Almeida — Na época passada não falhou o pódio em nenhuma das três provas de uma semana que realizou no WT e poderá tentar aproveitar alguma sobre marcação entre os acima citados para ganhar vantagem. Será difícil vencer mas, como sempre, andará por lá e acredito que com a equipa ao seu dispor depois do fracasso no UAE Tour dos outros dois potenciais líderes (Vine e McNulty).
Mattias Skjelmose — Já se mostrou bem em provas de uma semana e chega aqui com dois dias de corrida, dois top-5. Muito curioso para ver se dá um passo em frente este ano e esta é a primeira oportunidade para o mostrar.
Matteo Jorgenson — O líder da Visma tem sempre que ser tido em conta, sobretudo se já tiver mostrado a força nas pernas que o americano revelou no fim de semana de abertura. Classicómano ou voltista? Ambas.
Alexandr Vlasov — Participou já em quatro provas esta época e ficou sempre no pódio, pode repetir a façanha? Já o fez nesta prova no passado e ter Roglič como colega pode obrigá-lo a trabalhar mas também lhe pode abrir novas oportunidades.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Bernal, o campeão voltou.
Henrique Augusto — João Almeida todo ciumento da atenção que o Morgado anda a receber.
Lourenço Graça — Roglič. Quem mais? Esta é de coração.
Miguel Branco — Felix Gall. Van Rysel > Quechua.
Miguel Pratas — Remco Evenepoel.
Ricardo Pereira — Remco finalmente bate Roglič.