Antevisão — Omloop Het Nieuwsblad ME
Visma | Lease a bike ou Visma | Lease a Team?
Introdução
Estou? Estão aí? É que vai começar o ciclismo dos graúdos e não sei se vocês fizeram planos para o fim-de-semana, mas vai chover e se o plano era sair para a rua, o ciclismo de sofá é uma excelente alternativa.
Neste fim de semana abrimos a época das clássicas de pavé com a já habitual e tão imprevisível Omloop Het Nieuwsblad seguida da Kuurne-Bruxelles-Kuurne, mas foquemo-nos na primeira que é por causa dela que estamos aqui.
Se nos últimos dois anos (2022 e 2023) as vitórias de Wout Van Aert e Dylan Van Baarle foram feitas num ataque a solo, nos dois anos anteriores (2020 e 2021) Jasper Stuyven e Davide Ballerini tiveram de sprintar para vencer a prova.
Este ano o cenário não é diferente, temos presente alguns dos melhores sprinters, roladores, classicómanos, puncheurs e promessas do pelotão World Tour e só ter escrito isto tudo parece que fiquei sem fôlego. Será que vou sentir esta falta de ar quando estiver a tentar fazer a Cycling App?
O percurso
Os primeiros cento e setenta e cinco quilómetros irão ser o starter para aquela que eu acredito que será a batalha final. Até lá os corredores irão passar por 11 setores de pavé que na minha opinião não serão suficientes para definir a corrida, mas sim talvez a fuga, o pelotão, e aqueles que para trás ficaram.
Ao entrar nos últimos 16 quilómetros, então sim temos as "paredes" que eu acredito serão aquelas que irão definir a corrida. De destacar logo a primeira, a tão esperada ascensão ao Murr - Kalpelmuur (1.2km - 7%). A corrida irá certamente partir nesta zona, resta saber com quantos ciclistas. A ela segue-se o Bosberg, e o grupo que lutará pela vitória estará definido.
O que esperar
Creio que longe estão os tempos de um sprint compacto na chegada a Ninove. Basta olhar para a equipa da Visma | Lease a Bike para se perceber que não vão chegar 20 corredores juntos no final. Trazem a melhor equipa e venceram a prova nos últimos dois anos, pensar no Tri é só uma consequência lógica inerente ao funcionamento racional do cérebro do ser humano. Muito técnico? Basicamente o que eu quis dizer foi: a Visma tendo vencido aqui nos últimos dois anos, trouxe uma equipa ainda mais forte para se certificar que vence este ano. Se vão fazer o mesmo shit show de não deixar ninguém sair do pelotão enquanto o Van Baarle os deixa cair um a um, isso não sei. Mas que têm muitas soluções para diferentes cenários, lá isso têm e são a equipa com mais abundância.
Felizmente outra coisa boa que o ser humano tem é a memória, com isto quero eu dizer: o espetáculo só se repete se os intervenientes agirem da mesma maneira, mas aí já estaríamos a entrar por outros caminhos. Há muita concorrência para fazer frente às "abelhas" e da mesma forma que sete tentam controlar um pelotão, pode perfeitamente vir a acontecer o contrário. Alpecin, Ineos, Lotto e UAE são algumas das equipas que também querem vencer e como tal irão tentar certificar-se de que os seus líderes serão protegidos até perto do final, de forma a tentarem levar para casa a vitória na clássica de abertura do pavé.
Está tudo dito, não sei o que fazer com a App, não sei o que beber no sábado, sei que vou estar no sofá on loop.
Favoritos
Team Visma | Lease a Bike — Com esta equipa nem o Affini consigo deixar de fora. É a chamada "carne toda no assador". Van Baarle, Laporte, Van Aert, Jorgenson, Tratnik e Benoot compõem o elenco. Vão querer tomar conta da corrida e têm mais do que condições para isso, inclusive vencê-la com vários corredores.
Jasper Philipsen — Sprinter do ano em 2023 e o que o consagrou como tal foi o facto de não ser apenas um sprinter, mas também ser capaz de passar por dificuldades que alguns dos mais rápidos não conseguem, fazendo dele um favorito se lá estiver no final.
Thomas Pidcock — Top-5 no ano passado antes de ir limpar a Strade. Para mim é favorito porque eu acredito que ele acredita que é capaz.
Arnaud De Lie — Se aprendeu a lição do ano passado, o truque é ir com o Visma que atacar primeiro dentro da parte final porque os restantes colegas vão criar um "tampão" no pelotão. É favorito porque tem as pernas para, só resta saber se terá a tática...
A não perder de vista
Tim Wellens — Atacou cedo de mais na edição passada e isso custou-lhe caro. Creio que este ano irá ser mais cauteloso e não irá tentar ser ele a partir a corrida, para poder ter energia no momento de responder ao ataque certo.
Oier Lazkano — Da forma como está a andar é sem dúvida um "you must have a eye on" porque de facto já provou que se o deixam ir, ele vai. Pavé aqui é alcatrão.
Biniam Girmay — Final com 20 ciclistas? Se acontecer o Eritreu tem muitas chances de fazer aqui um bom resultado. Já venceu este ano. Acredito que esteja confiante.
Julian Alaphilippe — Como alguém que compreende os malefícios da bebida e do álcool. Nesta fase, temos de estar todos com o Julian e não o perder de vista. Isto vai passar e se vencer a culpa também era da bebida. Ala que é Cardoso.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Cristophe Laporte. Com a ajuda do Van Aert e do De Lie.
Henrique Augusto — Rei Julião. Nas trombas do Lefévere.
Lourenço Graça — Wout dizer aqui uma coisa. Vai ser a minha primeira de muitas, este ano..
Miguel Branco — Jan Tratnik. Qual é a dúvida?
Miguel Pratas — A primeira grande vitória de Søren Wærenskjold.
Ricardo Pereira — Depois de Wout e Van Baarle chegou a vez de Laporte.
