Antevisão — Milano-Sanremo

É chegar ao Poggio e depois que venha a lotaria.

Antevisão — Milano-Sanremo
Milano-Sanremo

Introdução

A 114ª edição da Milano-Sanremo vai ter a sua partida a 22 quilómetros a sul de Milão, mais precisamente na localidade de Abbiategrasso. "La Classicissima" ou "La Primavera" são outros dois nomes pelos quais é conhecido o primeiro monumento do ano. Como curiosidade, refiro que a primeira edição realizou-se em 1910 e foi organizada pela "La Gazzetta dello Sport". Nessa mesma edição, estavam inscritos 62 ciclistas, mas apenas partiram 33. De tão dura que a prova foi,  pela sua quilometragem, apenas 14 ciclistas terminaram a corrida e o vencedor foi o francês Lucien Petit-Breton. Nos seus primórdios, esta corrida não era vista apenas como uma simples prova de ciclismo, mas também como de resistência e superação. O palmarés da Classicissima também é muito vasto pela imprevisibilidade da prova. Desde Eddy Merckx (o recordista com 7 vitórias) a Rick van Looy, passando por Roger de Vlaeminck, Eric Zabel, Fabio Cancellara, Mark Cavendish, Vincenzo Nibali, Alaphilippe e no último ano Matej Mohorič.

294km de paisagens deslumbrantes na La Classicissima di primavera

O percurso

Tal como referi anteriormente, esta maratona vai partir de Abbiategrasso. A partir daí são 294 quilómetros até chegarmos a Sanremo. Pelo caminho os ciclistas terão uma vida relativamente tranquila, passando apenas pelo Passo del Turchino até ao quilómetro 135. Deixem passar mais cerca de 100 quilómetros ou então apreciem as paisagens, e a partir daí podemos ter alguma animação. Existem alguns topos que em princípio não deixarão ninguém para trás e só a 20 quilómetros para a meta se começará a decidir esta clássica. Cipressa, com pendente máxima de 9%, e Poggio, a 3,7% de média, são as tradicionais subidas que fazem o pelotão se destruir e provavelmente termos um grupo reduzido a disputar o sprint na chegada à Via Roma, em Sanremo.

Abbiategrasso - Sanremo (294kms)

O que esperar?

Tirem notas de que zonas do percurso vão querer visitar no Verão, pois ciclismo a sério só teremos a partir do quilómetro 267 quando os ciclistas começarem a subir a Cipressa. Arrisco a dizer que aqui poderemos ter uma primeira tentativa de Tadej Pogačar até para ver como está a concorrência. Nomes como Alaphilippe, Wout van Aert e Mathieu van der Poel são nomes que na teoria irão responder ao esloveno, mas têm-se apresentado muito irregulares no início desta época. A Bahrain, com Bilbao e Mohoric, a EF, com Cort e Powless, e a Intermarché, com Rota e Girmay, são outras equipas que podem lançar logo alguém também nesta subida para tentar mexer com a corrida. Uma das equipas que me deixa curioso para saber que postura terá é a Jumbo-Visma. Se irão lançar alguém antes de Van Aert, como Laporte ou Attila Valter, que tem estado numa bela forma, ou se as fichas estão todas no belga. Tudo irá depender da sua forma também. Mas apesar de pensar que a festa pode começar na Cipressa, será no Poggio, a subida seguinte e última antes de descerem para a Via Roma, que teremos a batalha final. Aqui também as equipas que levam apenas sprinters tentarão evitar que alguém ganhe vantagem e o grupo seja reduzido e aí destaco a Movistar, com Gaviria e até Cortina, e a BORA, com Sam Bennett. Mas quando ouvimos falar em dificuldades e sprint, não posso deixar de falar de Mads Pedersen e deixei-o para último, porque acho que pela sua forma e caracteristícas da prova é aquele que vai levantar os braços em Sanremo.

Favoritos

Mads Pedersen — O grande favorito. Está numa bela forma e o percurso assenta-lhe na perfeição. As dificuldades estão perfeitamente ao seu alcance e a chegada é ao sprint.

Tadej Pogačar — Em qualquer prova que entra, este menino tem de estar entre os favoritos.

Wout van Aert — Não me parece na sua melhor forma, ainda não ganhou este ano. Mas tem agora uma bela oportunidade de o fazer.

Mathieu van der Poel - Vai estar certamente na discussão pela vitória, a não ser que adormeça como na Strade.

Julian Alaphilippe - Sei que é outro ciclista que não se sabe bem o que esperar, mas não posso deixá-lo de fora. Aliás, não consigo sequer. Já venceu aqui e pode perfeitamente voltar a fazê-lo.

A não perder de vista

Biniam Girmay — Parece estar em subida de forma, sprinta entre os melhores e se estiver com pernas é rapaz para estar no grupo reduzido e até vencer.

Lorenzo Rota — Apesar do belo início de época, não se apresentou bem na Strade, nem no Tirreno Adriatico. Agora a correr novamente no seu país, quer mostrar algo mais certamente.

Magnus Cort — O dinamarquês gosta de surpreender e apesar de ter aparecido em bom plano no Paris-Nice, seria mesmo uma surpresa vencer aqui. Mas estejam atentos, porque ele é capaz disso.

Neilson Powless — Como não o colocar aqui? Está numa forma incrível e se o deixam ir vai mesmo vencer.

Caleb Ewan — E se for este ano que ele ganha aqui?

Jasper Stuyven - Em clássicas, nunca é bom deixá-lo de fora. Tem o favorito na sua equipa, mas sabemos que ele é capaz.

Christophe Laporte - Se não houver Van Aert, pode ser um caso sério. Quem não é na Jumbo?

Apostas falso plano

Henrique Augusto — Mads Pedersen. Poga 🤝 ser lixado por dinamarqueses.

Lourenço Graça — Mads Pedersen. Se não for ele, vou ficar muito desiludido.

Miguel Branco — Neilson Powless. É a Sanremo, achei giro dizer um nome meio à toa.

Miguel Pratas — Mais uma vitória para um esloveno. Desta vez será para Tadej Pogačar.

Ricardo Pereira — Magnus na posição de Centurini.

Sondagem falso plano