Antevisão — Liège - Bastogne - Liège

O fim da temporada das clássicas de Primavera.

Antevisão — Liège - Bastogne - Liège
Liège - Bastogne - Liège

Introdução

A 110.ª edição do mais antigo Monumento do ciclismo marca o fim da temporada das clássicas de Primavera. Há uns dias, na Flèche Wallonne, as condições climatéricas foram terríveis e apenas 44 corredores cortaram a meta no Mur de Huy — na edição anterior, por exemplo, 147 ciclistas finalizaram a corrida —, o que comprova bem quão duro foi o dia. Não se esperam grandes melhorias para domingo, numa corrida que consiste num percurso bem mais duro e tem mais cerca de 60 quilómetros.

Ainda não vai ser desta que vamos ter o duelo Pogačar vs Evenepoel na La Doyenne. Em 2021, Evenepoel não participou por estar a recuperar da grave queda sofrida na Lombardia do ano anterior; em 2022 Pogačar anunciou na véspera que iria falhar a defesa do título, viajando para a Eslovénia para a apoiar a namorada que tinha perdido a mãe; e na última edição, o esloveno foi forçado a abandonar devido a uma queda na fase inicial da corrida. Este ano o belga não participa por estar a recuperar da queda sofrida na fatídica etapa 4 da Volta ao País Basco.

Remco Evenepoel, o bi-campeão em título, é o grande ausente desta edição.

O percurso

150 quilómetros para almoçar e tomar café, bem agasalhados, e outros 100 com muitas e relativamente curtas subidas, em que os menos aptos vão ficando para trás.

Liège - Liège (254.5km)

De todos os 10 Côtes — se não me enganei a contar —, o Côte de La Redoute é talvez o mais decisivo tendo em conta a sua dureza e distância para a meta.

É aqui que Pogačar vai arrancar?

O que esperar

Muito frio e um ataque impiedoso de Tadej Pogačar. É o claro favorito, o perfil assenta nas suas características — qual perfil é que não assenta? —, e conta com uma equipa fortíssima ao seu dispôr, com João Almeida e Marc Hirchi, por exemplo.

Só há um corredor capaz de acompanhar o esloveno: Mathieu van der Poel. O neerlandês tem vindo a referir por várias ocasiões que a vitória que lhe falta é a Liège - Bastogne - Liège e todos sabemos o que o corredor da Alpecin é capaz de fazer quando traça um objetivo.

Outro corredor que sabe andar nisto e diz que está na melhor forma de sempre é Mattias Skjelmose, que conta com um belo bloco da Lidl - Trek, mas que passou muito mal com o frio e chuva na quarta-feira. Esperemos que não tenha ficado com mazelas.

Corredores como Stephen Williams, Kévin Vauquelin, Maxim Van Gils, Santiago Buitrago e Richard Carapaz deram muito boas indicações na Flèche e deixam as expectativas elevadas para esta corrida que no entanto tem características diferentes.

Favoritos

Tadej Pogačar — Não há muito a dizer. É o grande favorito.

A não perder de vista

Mathieu van der Poel — A dureza desta corrida está nos seus limites e para vencer precisa de conseguir acompanhar o esloveno da UAE nas fases mais duras.

Mattias Skjelmose — "Estou realmente convencido de que lutarei pelo pódio no Domingo em Liège. Vejo-me lá com o Tadej e o Mathieu. Resta saber a ordem." Confiançudo.

Thomas Pidcock — É um corredor que não me dá garantias, pela sua inconsistência, mas que tem pernas para um pódio aqui, lá isso tem. Venceu a Amstel no último fim de semana.

Stephen Williams — Que ano incrível para o britânico da Israel - Premier Tech. Implacável no Down Under, explosivo na Catalunha e magistral na Flèche.

Maxim Van Gils — Vai estar entre os melhores. Muito consistente.

Santiago Buitrago — Fechou o pódio na última edição e esteve fortíssimo na Flèche. Buitrago caça-etapas e classicómano? Adoro.

Tobias Halland Johannessen — A minha fezada. Os casacos da Uno-X são melhores ou é mesmo a fibra dos nórdicos?

Apostas falso plano

Fábio Babau — Tadej iguala a seis esta luta de Monumentos.

Henrique Augusto — Meu puto Poga não falha. Esperemos que dê luta.

Lourenço Graça — O terceiro Monumento da época para a Alpecin. Quinten Hermans.

Miguel Branco — Santiago Buitrago. Só para não dizer Tadej.

Miguel Pratas — É o sexto Monumento para Tadej Pogačar.

Ricardo Pereira — Eu acho que há poucas probabilidades do Vlasov perder.

Sondagem falso plano