Antevisão — La Flèche Wallonne
Poga, quando vais atacar? Só para saber quando vale a pena ligar a TV.
Introdução
A semana das Ardenas começou sem surpresas, com uma vitória de Tadej Pogačar no passado domingo. Segue-se agora a Flèche Wallonne, que bem que podia mudar de nome para Alejandro Valverde, fazendo assim uma homenagem ao ciclista espanhol que é recordista da prova com 5 vitórias. Nesta octagésima sétima edição, já não teremos a presença dele, nem do vencedor em título Dylan Teuns. Com várias ausências na categoria de puncheurs, incluindo Julian Alaphilippe (três vitórias aqui), será o Mur de Huy atacado na sua primeira passagem por Tadej Pogačar? Ou será que é suficiente só quando for altura de cortar a meta? Se fosse eu aos outros ciclistas honrava o outro nome que se dá a esta icónica subida e ia rezar às sete capelinhas para que o esloveno não esteja para aí virado.
O percurso
São os 194 quilómetros menos interessantes da vossa vida. Se calhar não, porque existe a Milano-Sanremo. Mas a história diz que as onze subidas que existem ao longo do percurso servem apenas para um pequeno passeio dos ciclistas até chegarem ao inferno.
Inferno esse que é ultrapassado três vezes, mas só a última é que vale a pena ver. Se os 193 quilómetros são os menos interessantes das vossas vidas, este último quilómetro parece que nunca mais acaba, mas no bom sentido, tal a dureza. Com uma percentagem média de 9.5% e uma passagem que chega aos 26% de inclinação é das subidas mais espetaculares do circuito internacional. A inclinação é tal que a câmera da meta chega a ser surpreendida pelos ciclistas que aparecem depois da subida.
O que esperar?
A questão que se impõe é apenas uma, Poga. Vais atacar antes do Mur de Huy ou não? Infelizmente ou não, aquilo que se pode esperar da corrida anda muito à volta daquilo que Pogačar achará que precisa de fazer para vencer esta corrida. Se ele achar que lhe é suficiente atacar apenas na ascenssão final é isso que irá fazer, se ele achar que pode correr mal, como já correu o ano passado, irá tentar mais cedo.
E diria que se calhar a penúltima ou última ascenssão ao Côte de Cherave, pela média que tem (7.5%), podem ser momentos da corrida a ter em atenção. Ainda assim, creio que teremos sempre um pelotão ainda demasiado compacto e que a decisão será sempre na passagem final do Mur de Huy que culmina com a chegada à meta.
E aí podemos ter surpresas de novo, porque apesar de Pogačar ser bom em todos os tipos de terreno, existem outros ciclistas com qualidade para este perfil de subida. O ano passado, como já disse, não correu bem ao esloveno, foi décimo segundo e até perdeu sete segundos, mas todos sabemos como ele estuda bem as provas e ansiamos para ver o que acontece este ano.
Favoritos
Tadej Pogačar — O super favorito. Será que estou a ter um deja vu?
Enric Mas - Creio que será aquele ciclista que poderá dar um pouco de luta a Pogačar. Mas pede conselhos ao velhote.
Thomas Pidcock - Mostrou-se em forma na Amstel, mas não chegou sequer para o segundo lugar. Será que guardou forças para o Mur de Huy?
A não perder de vista
Benoît Cosnefroy — Não tem apresentado a melhor forma, parece que tem estado doente. Se o corpo der boas indicações ao longo da corrida, o jeito para estas subidas está lá.
Ben Healy - Depois da exibição monstruosa que fez era impossível não contar com ele.
Michael Woods - Já andou várias vezes perto. Será que é desta? Já não devem existir muitas oportunidades para o conseguir.
Mikel Landa - Disse que tem subidas ao jeito dele, eu não acho assim tanto. Mas se ele o diz, estou aqui para ver se o Landismo continua. Em relação a ter estado doente e ainda estar a recupear, parece-me bluff. Ele corre melhor quando ninguém espera.
Rudy Molard & David Gaudu - Estes dois vão dar que falar.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Healy, o "escalador" vai defender o Paulo Martins no Huy.
Henrique Augusto — Ainda está a fazer a sesta.
Lourenço Graça — Pogačar, já só faço copy/paste.
Miguel Branco — Enric Mas. Só porque nunca disse que ele ia ganhar uma prova.
Miguel Pratas — A dúvida é saber se ataca antes do Mur de Huy. Tadej Pogačar.
Ricardo Pereira — Van Gils. O esolveno não tem hipótese no Huy.
