Antevisão — Il Lombardia

Passo di Gandačar.

Antevisão — Il Lombardia
Il Lombardia

Introdução

O último Monumento do ano: a Classica delle foglie morte (tradução: a Clássica das folhas caídas). Esta corrida italiana é a segunda corrida mais importante do Outono, apenas superada pelo Tour of Taihu Lake, que está a decorrer durante esta semana.

Com 119 edições, foi dominada por Alfredo Binda na década de 1920 — venceu em 1925, 1926, 1927 e 1931 — e mais tarde por Fausto Coppi — poker entre 1946 e 1949, voltando a vencer cinco anos mais tarde, em 1954. Mais ninguém chegou aos quatro triunfos até à última edição, onde Tadej Pogačar concretizou um solo de quase 50 quilómetros para somar a quarta Lombardia consecutiva. Tudo indica que igualará Coppi no sábado.

Fausto Coppi venceu pela quinta vez o Giro di Lombardia em 1954.

Bauke Mollema — 3.º na Gran Piemonte, o seu melhor resultado nos últimos anos —, além de Pogačar, é o único antigo vencedor desta corrida presente nesta edição — Fuglsang, Pinot ou Nibali, que venceram as edições anteriores, já arrumaram os capacetes. Ainda assim, a lista de participantes é recheada de talento e com vários talentos geracionais, como Remco Evenepoel, Isaac Del Toro ou Paul Seixas, todos em grande forma.

O percurso

Um percurso duro, com cerca de 4600 metros de acumulado distribuídos pelos mais de 240 quilómetros que vão ser percorridos entre Como e Bergamo. Nos primeiros 100 quilómetros, há apenas duas subidas: a Madonna del Ghisallo (8.8km @ 3.9%), praticamente um falso plano, e a Roncola (7.5km @ 7.4%), com os seus últimos quilómetros com pendente média superior a 8%. Até aqui não se espera grande ação.

A 90 quilómetros da meta, surge o Passo della Crocetta (11.7km @ 5.8%), seguido da Zambla Alta (falso plano & últimos 2600m a 6.9%), onde os ciclistas menos aptos vão começar a encostar. Depois de atingirem aqui o ponto mais alto do dia, a 1260 metros de altitude, vão descer durante mais de 20 quilómetros num percurso técnico que passa por Gorno. Aqui o pelotão fragmenta-se.

Finalmente aparece o Passo di Ganda (9.3km @ 7.1%), a ascensão mais relevante do dia — sobe-a tu, com 200 quilómetros nas pernas. A partir daí, é sempre a descer, com a lomba do Colle Aperto (1.3km @ 7.4%), a três quilómetros da meta, a ser a última chance para um ataque tardio.

Como - Bergamo (238km)

O que esperar

Fuga com um ou outro nome interessante e a UAE Emirates a controlar com um ritmo alto até ao ataque de Tadej Pogačar. A luta pelo pódio vai iniciar-se a partir desse instante.

Com tanta montanha, há imensos desfechos possíveis:

  1. Pogačar vence com um ataque desde o quilómetro zero;
  2. Pogačar vence com um ataque na subida da Madonna del Ghisallo;
  3. Pogačar vence com um ataque na descida da Madonna del Ghisallo;
  4. Pogačar vence com um ataque na subida da Roncola;
  5. Pogačar vence com um ataque na descida da Roncola;
  6. Pogačar vence com um ataque na subida da Berbenno;
  7. Pogačar vence com um ataque na descida da Berbenno;
  8. Pogačar vence com um ataque na subida da Passo della Crocetta;
  9. Pogačar vence com um ataque na subida da Zambla Alta;
  10. Pogačar vence com um ataque na descida da Zambla Alta;
  11. Pogačar vence com um ataque na subida do Passo di Ganda;
  12. Pogačar vence com um ataque na descida do Passo di Ganda;
  13. Pogačar vence com um ataque na subida do Colle Aperto;
  14. Pogačar vence com um ataque na descida do Colle Aperto;
  15. Pogačar vence ao sprint.

Vencedor

Tadej Pogačar — O esloveno iguala Fausto Coppi com cinco triunfos.

Candidatos ao pódio

Isaac Del Toro — É um craque. Não é à toa que soma já 15 triunfos em 2025, a maioria em corridas de um dia. Isto são números históricos e o miúdo tem apenas 21 anos.

Remco Evenepoel — Teve a sua chance em 2020, quando ainda não havia Pogačar na Lombardia. Deitou essa oportunidade pela ribanceira abaixo.

Paul Seixas — Já que estamos a falar de prodígios, toma lá mais um. Com apenas 19 anos, partilhou o pódio no campeonato europeu com Pogačar e Evenepoel.

Primož Roglič — Forma um trio de respeito com Hindley e Pellizzari.

Lenny Martinez — A Bahrain tem uma equipa muito interessante, com Caruso, Eulálio e Tiberi mas o francês parece-me ser a melhor opção.

Thomas Pidcock — A boa forma da Vuelta ainda não foi embora, como comprovam os bons resultados nos mundiais e no Giro dell'Emilia.

Ben Healy — Sobe cada vez melhor e pode perfeitamente repetir aqui o pódio de Liège e de Kigali.

Mattias Skjelmose — Tu não és voltista, tu és disto.

Toms Skujiņš — 5.º nos mundiais, 5.º nos europeus e 6.º na Tre Valli Varesine. Late season Skujiņš é um ciclista de culto.

Adam Yates — Se a UAE Emirates quiser fazer 1-2-3.

Apostas falso plano (para o 2.º lugar)

André Dias — Mattias Skjelmose. Mas vai-lhe sair da Lombar.

Fábio Babau — Ben Healy, se calhar.

Henrique Augusto — Apostei no Vine no restaurante Tigelinha. Ou seria Vinho? Acho que era bfkdofbdkdnczzzz

O Primož do Roglič — O mariachi no guitárron durante o solo do esloveno.

Miguel Branco — O segundo é Del Toro. O terceiro é Jay Vine. O quarto é Adam Yates. Mem na boa.

Miguel Pratas — Resignado Evenepoel.

Nuno Gomes — Torito... De mão dada com o G.O.A.T.

Rogério Almeida — Onze anos depois voltamos a ter um português no pódio. Vai Paulinho Seixas.