Antevisão — Il Lombardia
Que monumento! Prova em que dizemos adeus a mais uma época de ciclismo e a dois dos melhores corredores dos últimos 20 anos.
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Introdução
Último monumento e a oportunidade, para alguns, de salvar a época, para outros de somar mais um grande momento e para outros de coroar as suas carreiras. Esperemos que ninguém escancare a bacia numa descida qualquer e que o Pogačar trabalhe para a vitória do João.
O percurso
Este é o único monumento que faz grandes alterações ao seu percurso quase anualmente, o que proporciona mais variedade nos vencedores mas também mais dores de cabeça aos fantasistas. Depois de uma edição com subidas mais longas e virada para os trepadores, vem uma edição mais para puncheurs. Infelizmente no ciclismo moderno isso não interessa nada e devemos ter quase os mesmos a discutir a prova. Uma vergonha.
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O percurso deste ano divide-se em três partes. Os primeiros 120 quilómetros com algumas subidas longas, que servem para cansar as pernas dos maiores especialistas da média-montanha. Depois 50 quilómetros sem grandes dificuldades. E os últimos 70 quilómetros em constante sobe e desce.
É nesta última parte que se vai decidir a corrida, sendo que a San Fermo della Battaglia (2.8kms a 6.7%) e Civiglio (4.0kms a 10%) deverão ser as subidas mais importantes. Principalmente a Civiglio, em que os ataques dos mais fortes trepadores deverão surgir, devido à extensão da mesma e, sobretudo, à alta inclinação.
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Tácticas
Não acredito que vejamos muita animação nos primeiros 170 quilómetros, talvez dê para perceber se há alguns favoritos ou potenciais outsiders que não estão ao nível que seria esperado mas pouco mais que isso. Depois deverá começar a festa, acredito que a partir da Madonna del Ghisallo a corrida será endurecida e aparecerão os primeiros ataques por parte de outsiders mas a subida decisiva será Civiglio. Aqui, toda a gente deverá querer distanciar corredores com um bom sprint como Mohoric e, claro, Pogačar, mas, em relação a este último, só dois parecem ter capacidade para o fazer: Enric Mas e Vingegaard — se estiver na forma do Tour. O problema é que Pogačar não tem só um bom sprint...
Acredito que ao topo de Civiglio, chegue um grupo de um a cinco corredores. Dois, se Mas estiver na forma que tem demonstrado nestes últimos tempos. Um, se Pogačar estiver ao seu melhor nível. E mais, se nenhuma das hipóteses anteriores se confirmarem, com nomes como Adam Yates, Nibali e Urán à espreita. A partir daí, acredito que só haverão diferenças se alguém atacar a descida de Civiglio ou nos típicos ataques de final de corrida em que alguém se aproveita de alguma indefinição no grupo.
Favoritos
Tadej Pogačar — Tem de ser o maior favorito. Na sua melhor forma só Vingegaard o bate a subir e o seu sprint é do nível dos melhores do mundo também. O Jakobsen reza todos os dias para que ele não decida virar sprinter.
Enric Mas — Se eu algum dia pensei escrever este nome aqui. Vai com a intenção de dinamitar a corrida em Civiglio de certeza.
Jonas Vingegaard — Não seria a primeira clássica que ganhava. Se estiver na sua melhor forma, pode discutir a prova. Caso contrário, vale mais ir preparar a época natalícia, em que é a pessoa mais requisitada das televisões por este mundo fora.
Julian Alaphilippe — Não se pode deixá-lo de fora mas não acredito nada.
Adam Yates — Tanto pode discutir a prova como não aguentar a primeira subida e desistir. Para este nunca há meio-termo.
Vincenzo Nibali — Só tens de aguentar a subida de Civiglio e atacar a descida como se não fosses correr mais na tua vida.
Alejandro Valverde — Operación ultimo puerto.
Apostas falso plano
Diogo — Nibali. Obrigado, ídolo.
Henrique Augusto — Bardet. Era óptimo para a minha fantasy.
Lourenço Graça — Vingegaard vai bailar outra vez à frente de Pogačar.
Miguel Branco — Jonas Vingegaard. Só espero estar errado.
Miguel Pratas — Primeiro e último Monumento do ano para Pogačar.
Ricardo Pereira — Pogačar vai salvar a época.