Antevisão — Grand Prix Cycliste de Québec
Imaginem que o WVA não ganha. Até era capaz de ser uma corrida gira.
![Antevisão — Grand Prix Cycliste de Québec](/content/images/size/w1200/2022/09/GPC_22_Header_QC_MTL_2000x1080-FR-EN_v02-1-1.jpg)
Introdução
Após dois anos de interregno, o pelotão WorldTour volta a deslocar-se até ao Canadá para as únicas provas do escalão disputadas no continente americano.
É ao sprint em grupos restritos que a prova tem sido decidida, com vitórias de Michael Matthews nas últimas duas edições e de Peter Sagan nas duas anteriores. Greg Van Avermaet fechou pódio nas últimas quatro edições, pelo que se percebe bem quais as características necessárias para se estar bem aqui — resiliência nos pequenos topos e boa ponta final.
A startlist deste ano inclui muitos corredores deste estilo mas também muitos puncheurs que terão que se lançar de longe e endurecer ao máximo a corrida, vimos bem na Bemer Classic que os sprints óbvios já não existem em 2022.
Com tantos pontos em disputa (a vitória vale 500 pontos, mais que fechar quarto na Vuelta) e com tanta qualidade à partida, a corrida pode tornar-se mais imprevisível do que tem sido hábito nos últimos anos. Esperemos que sim!
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O percurso
Esta prova é feita em circuito, com os ciclistas a percorrerem por 15 (!) vezes o percurso em volta da cidade canadiana e que totaliza duzentos e quatro quilómetros.
Sem muita história, o circuito apresenta apenas uma subida, divididas em três pedaços — 0.3km a 8,3%, seguidos de 0.4km a 6% e para finalizar com 1.1km a 4% — e que terá que ser severamente atacada se não querem os sprinters na discussão da vitória. O final da prova está colocado exatamente no topo desta subida.
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O que esperar?
Como já foi referido, estamos em 2022 e por isso é de esperar uma corrida louca. Teremos poucas equipas com interesse em manter o grupo compacto e muitas a querer parti-lo, pelo que os jogos táticos e a escolha dos melhores momentos serão essenciais para conquistar a vitória. Equipas como a UAE Emirates (Pogačar e Ulissi), a EF Education Easy-Post (Cort, Bettiol e Rúben), a DSM (SKA e Bardet) ou a Bahrain-Victorious (Mohorič e Bilbao) sabem que não ganharão em grupos de quinze ou vinte unidades e tentarão desde cedo jogar os seus diferentes trunfos e ver se caem na movimentação certa. Com tantas equipas neste registo será difícil para equipas como a Bike-Exchange Jayco de Michael Matthews, a Intermarché-Wanty de Girmay ou a Trek-Segafredo de Stuyven controlarem a prova e o mais provável será também elas tentarem colocar os seus líderes no grupo decisivo.
Pelo descrito acima, acreditamos num grupo de cinco a oito unidades a disputar entre si a vitória na subida final e ataques desde muito cedo para partir a corrida.
Favoritos
Wout Van Aert — Ele sabe que é o alvo a abater. Nós e os seus adversários também sabemos. E o problema às vezes é esse. Se nada de estranho acontecer, é difícil imaginar o belga perder esta corrida.
Michael Matthews — O australiano quer defender o título e tem sobre as suas costas o peso de salvar a equipa da despromoção. Corrida importantíssima para a equipa e para ele.
Tadej Pogačar— Se não é uma etapa plana daquelas do UAE Tour, sou incapaz de não colocar Pogi na primeira categoria de favoritos.
Ninguém ficaria surpreendido com… (se o WVA furar sete vezes)
Biniam Girmay — Já bateu Van der Poel ao sprint, falta bater WVA. É quase tão difícil como abrir garrafas de champanhe, mas há-de chegar o dia.
Matej Mohorič — Desapareceu depois da primavera mas está na hora de voltar aos grandes momentos. A descida técnica e o sentido de oportunidade podem ser decisivos para uma vitória do esloveno.
Alex Aranburu — Vem em grande forma, tem boa ponta final e se a concorrência não fosse tão forte seria um dos principais nomes em prova. Assim terá que aproveitar alguma desatenção dos favoritos.
Estar atento a…
Diego Ulissi — Tem histórico na prova, costuma andar bem no fim do ano e pode aproveitar o foco no seu líder para surpreender.
Cristophe Laporte — Laporte está transformado num mini WVA. Está sempre bem, vai a todas e se a oportunidade aparecer, lá estará ele para voltar a levantar os braços.
Magnus Cort & Alberto Bettiol & Rúben Guerreiro — A EF Education Easy-Post põe a carne toda no assador para se salvar. Vão estar na luta.
Apostas falso plano
Henrique Augusto: Simmons. God Save the Quinn.
Lourenço Graça: WVA. O meu aert bate por ti.
Miguel Branco: Ulissi. Lançado por James Joyce.
Miguel Pratas: Pogačar. O melhor ciclista com o bloco mais forte. Só dá para fazer um trocadilho com este nome e seria inadequado.
Ricardo Pereira: Boivin. Mas é com a minha ovelha que eu quero estar fachabor!