Antevisão — Grand Prix Cycliste de Montréal
O que vem a seguir à estreia do Touro?
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Introdução
Depois de dois anos sem competição, o ano passamos vimos o regresso desta clássica canadiana ser marcada pela vitória de Tadej Pogačar, que foi o primeiro voltista a vencer aqui, batendo Wout van Aert e quebrando a tendência que se vinha verificando de serem os homens rápidos com bom punch a levantarem os braços no Canadá.
Tivemos já a irmã desta prova corrida ontem, no Québec, onde o protegido falso plano Arnaud de Lie se estreou a vencer em provas do principal escalão. Por isso, para nós, este par de corridas canadianas começou muito bem. Agora é só manter o nível.
O percurso
Um percurso semelhante ao que vimos ontem, muitas voltas a um circuito ondulante, poucos metros planos. Aquilo a que normalmente se chama um perfil rompe pernas.
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A principal diferença, e que foi fundamental na edição passada para que o grupo vitorioso fosse restrito a cinco homens, é que a principal dificuldade é mais comprida e dá mais tempo para os trepadores imporem a sua lei e deixarem os muitos sprinters presentes fora da discussão, mesmo os que têm um perfil mais versátil como a maioria dos que aqui se apresentam.
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O que esperar
Uma discussão entre as equipas dos homens rápidos e os puncheurs. Os primeiros a quererem levar a discussão para os metros finais, que são planos, e os segundos a tentarem que a diferença se faça nas subidas e se crie um grupo forte o suficiente e colaborante para discutir a vitória entre si.
A história diz-nos que os ataques decisivos acontecem nesta prova dentro das duas últimas voltas e, sem nenhum dos principais dinamizadores do pelotão presentes, acredito que essa seja a tendência a manter nesta edição.
Favoritos
Matej Mohorič — Acredito numa corrida mais seletiva este Domingo. Isso associado a ser um dia com mais de 220 quilómetros, da abordagem à meta ser em descida e de ontem ter feito 5.º ao sprint (mostrando estar bem de pernas) faz-me considerar o esloveno como um dos principais favoritos.
Mattias Skjelmose — Está a andar que se farta neste fim de ano e tem-se mostrado muito forte em provas de um dia. Mais um que contribuirá para que não chegue um grupo de 50 ciclistas.
Neilson Powless — Precisa de chegar isolado e tem capacidade para isso. A forma é boa, a equipa é das mais fortes e o perfil assenta-lhe muito bem.
A não perder de vista
Alex Aranburu — O espanhol vem a andar muito bem mas falta-lhe sempre um bocadinho para vencer. Era difícil pedir um perfil mais adequado ao seu perfil e acho que pode muito bem ter aqui o seu dia de glória.
Michael Matthews — Clássicas do Canadá e MM são quase sinónimos. Já venceu aqui em 2018, fez 3º na sexta-feira e é, entre os homens mais rápidos, o que melhor passa as subidas.
Julian Alaphilippe — Olá, eu sou o Henrique Augusto e acho sempre que o Alaphilippe pode voltar ao que era. Tenham dó de mim.
Arnaud de Lie — O Touro finalmente venceu entre os grandes e quererá aqui mostrar desde já que não foi por acaso. Eu acho que é demasiado duro para ele passar mas não me podia arriscar a deixá-lo de fora.
Valentin Madouas — Venceu a clássica da Bretanha a semana passada, mostrando que está bem. Adora dias longos e duros, em que as pernas pesam muito a todos. Sempre uma hipótese a ter em conta neste tipo de percurso.
Tim Wellens & Marc Hirschi — A dupla da UAE tem estado muito ativa nesta fase da época e tentará estar presente no momento decisivo da prova, quando os ataques se derem. Chegando num grupo pequeno, ambos podem almejar a vitória.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Ben Healy.
Henrique Augusto — Julião. A Quick-Step precisa de boas noticias. E eu também.
Lourenço Graça — Laporte. Por todo o mundo há abelhas.
Miguel Branco — Hirschi. Naturlamente.
Miguel Pratas — Skjelmose solo win.
Ricardo Pereira — Skjelmose. A época nunca mais acaba?