Antevisão — Figueira Champions Classic
Temos Remco. Temos enforca cães. Temos Santana Lopes. Há minis? Estamos como queremos.
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Introdução
As estrelas do pelotão internacional estão de volta a Portugal para a 2ºedição da Figueira Champions Classic. Se a 1º foi boa (e se foi 🙄) esta tem tudo para superar o nível apresentado em 2023. Subiu na hierarquia UCI, sendo agora parte do calendário Pro, subiu na qualidade da startlist (o PCS dá uma subida nesse indice de 126 para 296), contando agora com 10 equipas do pelotão WorldTour (contra 5 na época passada) e com uma estrela do nível de Remco Evenepoel, e subiu também em quilometragem, ultrapassando agora os 200 quilómetros e passando mais uma vez por Enforca Cães, que é o que realmente interessa.
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O percurso
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Mais uma moedinha, mais uma voltinha. Sprinters não pagam, mas também não ganham.
O percurso repete-se face à edição interior, afinal em equipa que ganha não se mexe, mas foi adicionada mais uma volta ao circuito, diminuindo ainda mais a possibilidade dos homens rápidos serem capazes de chegar ao fim da prova em condições de a discutir.
Os primeiros 100 quilómetros servirão só para abrir o apetite, antes de se entrar no circuito cuja estrela é a dupla que se está a preparar para ser a mais famosa do ciclismo nacional. 4 passagens pela sequência de subidas da Rua do Parque Florestal (arranjem lá um nome decente para isto - 2.1km@8%) e de Enforca Cães (nome genial - 0.9@7.3%) decidirão a corrida. Atenção para o facto de sobretudo a primeira ser uma fake news climb, já que o último quilómetro tem média superior a 10% e será lá, tal como no ano passado, que se farão as decisões finais quanto a quem irá lutar pela vitória.
A última passagem pelas duas subidas termina a sete quilómetros da meta, feitos a descer até ao dois finais onde, junto ao mar, levantará os braços o campeão da Champions Classic.
O que esperar
Espero uma corrida mais atacada e desde mais cedo. Mais não seja porque Remco está cá e ele não é dessas coisas de esperar pelo fim para meter tudo em sentido. É verdade que poderá não vir na melhor forma, já que só agora abrirá a época, mas já costuma chegar ao Algarve bem e por isso acredito que estará mais do que em condições de abanar com isto e partir tudo na 3º ou até na 2º volta do percurso. Acho que depois de abertas as hostilidades pelo belga, a corrida começará realmente. O cenário mais provável é que se forme um grupo de 20/30 unidades, com ele ou a persegui-lo, já composto apenas por equipas WT. Depois imperará a lei do mais forte (esperemos que não esteja novamente vento de frente a desincentivar os ataques) pois o percurso permite, e até pede, ataques fortes na última volta ideais para que alguém chegue isolado, pois a aproximação à meta é muito rápida e difícil para perseguições.
Favoritos
Remco Evenepoel — Dispensa apresentações, é o mais cotado ciclista em prova e adora clássicas acidentadas. Depois da Liège, dos campeonatos do mundo, de San Sebastian, não ficava bem no CV de provas de um dia uma Figueira Champions Classic?
Marc Hirschi — Este rapaz passou da maior promessa das Ardenas para o maior comilão de provas de segunda linha do ciclismo internacional. Ainda não correu este ano mas a Figueira parece desenhada para ele, subidas curtas e explosivas depois de um dia longo. Alia à capacidade de explosão uma ótima ponta final que lhe permite disputar a vitória mesmo que o grupo não seja assim tão restrito.
Andrea Bagioli — Um final de 2023 incrível deixou água na boca para ver se o italiano cumpre na nova equipa todo o potencial que desde há muito lhe é apontado. É neste tipo de provas que se sente bem e é outro que, assim se apresente numa forma decente, será tão difícil de deixar para trás nas subidas como de bater ao sprint.
A não perder de vista
Ruben Guerreiro & Pelayo Sanchéz — A dupla da Movistar é muito perigosa neste tipo de terrenos e se Pelayo vem motivado pela recente vitória, o Cowboy faz a sua estreia na Figueira e quererá deixar a sua marca.
Isaac del Toro & António Morgado — A jovem dupla da UAE gosta muito deste estilo de prova, para puncheurs. O Toro já provou que a concorrência WT não assusta e chega com mais trabalho mostrado. O Morgadão não deve querer ficar para trás e pode usar a desculpa de estar a correr em casa para ser mais ousado e tentar ter o seu primeiro grande resultado como profissional.
Marijn van den Berg & Rune Herregodts — Merecem menção pelo pódio alcançado na edição anterior, no entanto acho que será mais apertado este ano, sobretudo para o sprinter neerlandês que com uma corrida mais atacada terá mais dificuldades em manter-se em contato.
Christian Scaroni & Vincenzo Albanese — "Fezadas" minhas.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Remco abraçado por PSL.
Henrique Augusto — Albanese. Já era máquina, agora no WT então vai voar.
Lourenço Graça — É a cara do Hirschi.
Miguel Branco — Isaac Del Toro. O próximo vencedor da Vuelta soma mais uma.
Miguel Pratas — Morgado, à boleia do Remco.
Ricardo Pereira — Remco, à boleia do Morgado.