Antevisão — European Continental Championships ME - RR
Quem tem Mathieu van der Poel, tem tudo.
Introdução
O europeu de ciclismo de estrada é uma prova que existe há relativamente poucos anos e o seu peso a nível internacional não é o de outras corridas. Vejamos então que a primeira edição aconteceu em 1995, ou seja ainda nem trinta anos tem.
E curiosamente, vai ser disputado apenas pela segunda vez na Bélgica, país mítico no mundo do ciclismo. Mas será a primeira vez, desde 2016, desde que foi criada a categoria de elites, pois até aí era apenas uma prova de juniores e de sub-23.
A inclusão da categoria de elites veio trazer um maior prestígio, mas não ainda o suficiente comparando com outras provas. Ao contrário, por exemplo, com o que acontece com os mundiais o vencedor não é obrigado a vestir a camisola de campeão da Europa nas provas internacionais.
Ainda assim, nomes como Peter Sagan, Matteo Trentin, Fabio Jakobsen ou Christophe Laporte já venceram a prova.
O percurso
O perfil da prova será constituído por dois circuitos. Os ciclistas logo ao início passarão pela meta em Hasselt e depois darão três voltas ao circuito dentro dessa mesma cidade.
Posto isso entrarão no circuito de Limburg que terá duas voltas e consequentemente três passagens pelas subidas de Kolmontberg e de Zammelenberg.
Ao terminarem esse circuito voltarão a passar mais uma vez pela linha da meta antes da derradeira decisão.
O que esperar
Por um lado 220 quilómetros, ou seja não se pode considerar uma prova pouco dura, mas por outro tanto o Kolmontberg, como o Zammelenberg não são subidas que possam criar grandes diferenças entre os ciclistas, por isso o sprint em pelotão compacto parece o cenário mais provável.
Temos claramente três blocos muitos fortes. Os Países Baixos, a Bélgica e a Dinamarca. Num nível um pouco mais a baixo, aparece a Itália, principalmente pelo facto de ter Jonathan Milan.
Mas destes blocos, os Países Baixos é para mim, o país que parte em vantagem. Existe Olav Kooij, terceiro no ano passado, e existe Mathieu van der Poel, que está focado nos mundiais, para o lançar. Existe melhor cenário do que ter van der Poel como lançador? Não me parece.
A Bélgica tem a vantagem de correr em casa e têm Tim Merlier e Jasper Philipsen à cabeça. São dois sérios concorrentes a fazer frente à equipa neerlandesa.
Já do lado da Dinamarca, não existindo nenhum sprinter puro, existe Mads Pedersen que já provou poder competir com os melhores.
Vai ser engraçado.
Nota: a equipa portuguesa vai ser representada pelos campeões olímpicos Iuri Leitão e Rui Oliveira, e pelo seu irmão Ivo.
Favoritos
Olav Kooij — Um dos melhores sprinters da atualidade e vai ser lançado por Van Der Poel. É mais do que suficiente.
Jasper Philipsen — Costuma ter Van Der Poel com ele, mas isso agora não vai acontecer. É também um dos melhores da atualidade, mas já vacilou algumas vezes sem o belga presente.
Tim Merlier — Irá, provavelmente, dividir a liderança com Jasper, e este já provou que sozinho consegue ser melhor que os melhores. Isso quer dizer alguma coisa.
Jonathan Milan — Dos ciclistas que mais tenho gostado de ver nos últimos anos. É um "cavalo" incrível a correr e vai ser um osso muito duro de roer.
A não perder de vista
Pavel Bittner — Esteve muito bem na Vuelta, por isso merece estar aqui.
Christophe Laporte — É o campeão em título e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos.
Alexander Kristoff — E se isto fosse um prémio carreira?
Mads Pedersen — Não é um sprinter puro, mas da ultima vez que correu arrasou juntamente com Milan. É difícil vê-lo como um sério candidato, ainda assim num grande dia ele pode fazer acontecer.
Mathieu van der Poel — Seria um crime não estar aqui. Não acredito que vença, mas mesmo a lançar faz top-10.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Milan. Se não dormir no posicionamento.
Henrique Augusto — Quando MvdP está presente, a minha aposta é feita by default.
O Primož do Roglič — Olav Kooij, já expliquei porquê.
Miguel Branco — Jonathan Milan. O melhor sprinter do mundo.
Miguel Pratas — Olav Kooij.
Ricardo Pereira — Milan.