Antevisão Etapa 9 — Tour de France

É dia de espetáculo.

Antevisão Etapa 9 — Tour de France
Le Tour de France

Rescaldo da Etapa 8

Etapa em que à partida havia dúvidas sobre como iria ser corrida, se seria um género de uma clássica ou se seria mais um sprint, mas a fuga ficou desde muito cedo estabelecida com o já habitual Jonas Abrahamsen, no início acompanhado por dois EF (Powless e Bissegger) e mais tarde a solo, sendo que a única equipa realmente interessada em fazer desta uma etapa mais caótica era a equipa norte-americana.

Ora, com tantas equipas interessadas num sprint era mais do que óbvio que seria esse o desfecho da etapa. O resto da etapa não teve história e no fim houve um frente-a-frente entre Girmay e Jasper Philipsen, com De Lie a tentar passar pelo buraco da agulha, e o eritreu levou a melhor nos últimos 50 metros tirando partido da inclinação da estrada. Somou a segunda vitória neste Tour, reforça assim a sua posição na classificação dos pontos (já tinha ganho o sprint intermédio no pelotão) e vai ser muito difícil ao belga dar a volta à situação.

Desta vez de verde. (foto: Twitter @Reuters)

O percurso

Chegou a etapa do sterrato/gravel o que lhe quiserem chamar, não é alcatrão e é isso que importa. São 14 setores off-road, alguns deles a subir que facilitam a criação de diferenças, ainda que estes fiquem todos a mais de 50 quilómetros da meta.

O que esperar

Sem olhar ao perfil, a partir do momento em que se ouve falar em troços off-road leva a pensar que Pogačar pode tentar fazer diferenças. Em teoria, o esloveno é melhor neste terreno que todos os seus adversários na classificação geral sendo também o único que já ganhou provas deste género. Mas isto não é a Strade Bianche. Não há grandes dificuldades no terreno e, as que há, acabam a 50 quilómetros da meta, sendo por isso pouco provável que algum homem da geral esteja disposto a despender esse tipo de energia. Outra coisa que joga a favor deste cenário é que é a equipa de Vingegaard aquela que em teoria parece ser a mais forte neste terreno.

Por isso espero mais um braço de ferro entre os sprinters e os atacantes. Com a Intermarché, a Alpecin e a Lotto (que pode jogar com os dois cenários) a tentar controlar para que os seus homens rápidos cheguem na melhor condição possível a um sprint plano. E do lado dos atacantes, a Lidl, para Stuyven ou Skujiņš, a Groupama, com Grégoire ou Geniets, a EF, através dos seus 50 atacantes, a Movistar, com Lazkano e Aranburu, a Lotto, para Van Gils e Campenaerts (para além do próprio De Lie), a Uno-X, com Søren e Cort, e a Bahrain, através de Fred Wright ou Mohorič, são as equipas que parecem melhor apetrechadas para disputar esta etapa.

Braço de ferro esse que acredito que irá ser ganho pelas equipas dos sprinters. E na geral penso que só um azar poderá criar diferenças.

Favoritos

Arnaud De Lie — Hoje podia ter ganho mas lançou o sprint tarde e não escolheu a linha certa. Tem experiência nestes terrenos e uma equipa capaz de o ajudar.

Jasper Philipsen — Está a bater à porta de uma vitória e tenho a certeza que acontecerá. No papel um possível sprint aqui favorece-o e devido à classificação dos pontos acredito que a Alpecin deve apostar nele.

Fred Wright — Apresentou-se bem neste sábado e é uma ameaça numa fuga tardia ou numa fuga de la fuga.

A não perder de vista

Mathieu van der Poel — Philipsen não é o meu maior favorito por causa deste senhor. MvdP está a confirmar as expectativas que eram não fazer nada mas pode ter esta etapa marcada, e é obviamente difícil à sua equipa dizer-lhe que não. Ainda assim a dupla com Philipsen já resultou várias vezes em clássicas.

Biniam Girmay — É neste momento o favorito à camisola verde e a sua equipa tem de correr para ele. Ou isso ou correr em catenaccio e facilitar que uma fuga grande roube pontos.

Tom Pidcock — Deve ter liberdade para fazer a sua corrida e é um dos especialistas deste pelotão. Acredito que gostaria que o percurso fosse mais duro.

Jasper Stuyven — Com o abandono de Mads ganha outra preponderância dentro da equipa nestas etapas. Ataque, fuga, sprint de grupo reduzido, são tudo cenários em que é muito forte.

Oier Lazkano — O super motor do espanhol tem de vir ao de cima nestas etapas. Quero ver um ataque com ele e Jonas Abrahamsen algures neste Tour.

Matej Mohorič — É sempre uma ameaça. Ainda não apareceu este ano mas costuma picar o ponto e tem aqui uma boa oportunidade.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Rainbow jersey. Mathieu van der Poel.

Henrique Augusto — Não foi hoje, é amanhã. MvdP.

Lourenço Graça — Já hoje Poga esteve bem. Amanhã vai tentar mesmo vencer.

Miguel Branco — Oier Lazkano. Anda lá, miúdo, só tens de atacar ao quilómetro 0.

Miguel Pratas — É dia de Matej Mohorič.

Ricardo Pereira — Finalmente Philipsen.

Sondagem falso plano