Antevisão Etapa 8 — Tour de France
Durmam a sesta à vontade mas não é à vontadinha. O final vai ser caótico.
Rescaldo da Etapa 7
Depois de duas tardes com muita ação, eis que o pelotão nos presenteou com um passeio de cicloturismo com direito a sesta no sofá.
A fuga formou-se desde cedo com Abrahamsen, Burgaudeau, Gugliemi e Nélson Oliveira. Um quilómetro depois já o norueguês e o português tinham voltado ao pelotão, por perceberem que não teriam a mínima hipótese de sucesso. O francês da TotalEnergies não quis colaborar e uns metros depois também parou de pedalar, deixando Gugliemi sozinho. As altas temperaturas não fizeram o Arkèa voltar ao pelotão e lá seguiu, sozinho, passando isolado pelo sprint intermédio. Latour e Peters foram ter com Gugliemi e fizeram-lhe companhia por quase uma hora. O último a ser alcançado pelo pelotão foi o corredor da TotalEnergies, já a pouco mais de 3 quilómetros da meta.
Aí foi o festival do costume. Retas que não são retas, desvios ilegais para alguns e movimentações naturais para outros, enfim, mais um sprint dominado pela Alpecin: Van der Poel voltou a deixar Jasper Disaster bem colocado e este voltou a não desiludir. Por instantes deu a sensação que Mark Cavendish podia ganhar mas o 35 vai ter de ficar para outro dia.
Percurso
Uma etapa para sprinters que não são sprinters puros.
As três curtas subidas categorizadas nos últimos 75 quilómetros vão criar alguma tensão.
E no fim tem uma rampa de um quilómetro. Estes últimos três quilómetros são imperdíveis, não adormeçam.
O que esperar
Fuga controlada pelas equipas dos favoritos: Jumbo e Alpecin. Há outras equipas interessadas que podem ajudar: Intermarché (Girmay), Trek (Pedersen) e Cofidis (Coquard).
A Alpecin conta com duas excelentes opções: Mathieu van der Poel, num late attack ou caso Jasper não esteja bem colocado, e Philipsen, em caso de sprint. Não descarto ver o belga a trabalhar para MvdP.
A mesma coisa para a Jumbo: Van Aert pode ser chamado a responder a um ataque de MvdP, por exemplo, ou pode ir ao sprint. Laporte pode ser ele mesmo lançado ao ataque ou ficar de backup para WvA.
Os últimos três quilómetros vão ser caóticos, vai haver malta a tentar surpreender. É fundamental estar bem posicionado na entrada do último quilómetro.
Favoritos
Jasper Philipsen — Depois do que vi nesta primavera, não vejo ninguém a dropá-lo aqui. E depois do que tenho estado a ver em França, não vejo ninguém a derrotá-lo aqui.
Wout Van Aert — Depois da estafa no Tourmalet, hoje andou a distribuir águas até Bordéus. Amanhã vai tentar a primeira vitória nesta edição. Um dos favoritos em múltiplos cenários.
Mads Pedersen — Uma das desilusões até agora mas esta etapa é mesmo ao seu jeito. Isto aqui é mesmo uma chegada à Mads Pedersen.
Bini Girmay — O 3.º lugar de hoje fez subir as expectativas para amanhã. Resta à Intermarché deixar o eritreu bem colocado.
A não perder de vista
Mathieu van der Poel — Vai atacar. Ou lançar ou ser lançado pelo Philipsen.
Christophe Laporte — Ataque ou Backup de WvA.
Bryan Coquard — Tem estado muito sólido nos sprints massivos mas ele gosta é destas. Excelente prestação do francês e da Cofidis até à data.
Caleb Ewan — Mais um flopanço do ex-futuro-vencedor de Milão-Sanremo mas enfim.
Corbin Strong — O jovem neozelandês da Israel vai ganhar muitas destas no futuro.
Tadej Pogačar — Aposta default.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Philipsen. Para não ser sempre Van Vleuten.
Henrique Augusto — C'mon Bini. My fantasy needs you.
Lourenço Graça — Ala, estás aí?
Miguel Branco — Philipsen. A não ser que o Van der Poel ataque dentro dos últimos 10 quilómetros. Ou o Lafay, claro.
Miguel Pratas — Mais uma do Jasper Disaster às cavalitas do MvdP.
Ricardo Pereira — O pai ta on. Mathieu van der Poel a espalhar o terror com Philipsen a proteger as costas.
