Antevisão Etapa 8 — Giro d'Italia

Rescaldo da Etapa 7

Dia muito fácil para explicar o que aconteceu. Nada. Desde o início tivemos uma fuga constituída por quatro elementos (Vacek, Henok Mulubrhan, Davide Bais e Petilli) e rapidamente se percebeu que teria excelentes hipóteses de vingar.

Pelo caminho, dois pontos a realçar. O homem da Bardiani, Mulubrhan, ficou para trás a cerca de 120 quilómetros do fim e a certa altura Petilli sonhou com a rosa, pois a fuga chegou a ter cerca de 12/13 minutos de avanço sobre o pelotão.

O tempo foi baixando e o sonho esmorecendo, até o da vitória. No último quilómetro, o italiano Davide Bais, da EOLO-Kometa, foi o mais forte e venceu a sétima etapa da prova.

No que diz respeito aos homens das geral, nada aconteceu. Muitos se queixaram do vento frontal e deram isso como justificação para não terem atacado. Eu queixo-me da apatia do pelotão. Remco e Roglič sprintaram para o quarto e quinto lugares respetivamente. Já João Almeida ficou na posição número oito. E como já devem ter percebido, nada mudou na geral individual.

Ah! Surpresa. Mudou a maglia azurra. O vencedor da etapa é quem enverga agora a camisola da montanha.

Principal nota desta etapa, 50% do hot take do Miguel Pratas está concretizado. Uma vitória para a EOLO-Kometa.

Percurso

Primeiros 150 quilómetros que bem que podiam ter sido uma continuação da etapa de hoje. A probabilidade de se passar algo será muito reduzida.

Mas a partir daí teremos animação. Pelo menos acho que é o que todos esperamos. Não sei se da geral, se ataques de ciclistas apenas para ganharem a etapa. Ou quem sabe, um sprint. O que interessa é que a parte final promete.

Os corredores irão subir por duas vezes, uma delas a poucos quilómetros da meta, o monte I Cappuccini. Eles que não se lembrem de o beber subida a cima, pois serão quase três quilómetros com percentagens a rondar os 10, 11 e 12%. Queremos festa aqui.

No meio da dupla subida, ainda existe o Monte delle Cesane que ao início tem dois quilómetros entre os 10 e os 11%. E ainda o Montefelcino: 800m  a 10,9%.

O final da etapa será em terreno plano, após a descida do I Cappuccini.

O que esperar

Como já perceberam anteriormente, não sei bem o que vai acontecer. Aliás, este Giro tem sido perito nisso. Surpreender pela negativa.

O óbvio seria apostar num sprint entre Groves, Mads Pedersen e Michael Matthews. Mas eu quero molho com os homens da geral. Será que as percentagens que vão existir amanhã não dão para tentar qualquer coisa nos últimos 40 quilómetros?

Mesmo que não seja alguém da geral, acredito que alguns dos classicómanos e puncheurs presentes poderão tentar algo; e quem sabe alguém da geral apanhar uma boleia. Nomes como Albanese, Rota, Healy, Buitrago, ou até mesmo Covi podem surpreender as equipas da Trek, Jayco e Alpecin que tudo tentarão para deixar os mais puros sprinters para trás.

Como já sabem que o amor é uma doença, estou com um feeling de que poderemos ter um ataque de Primož Roglič pelo menos na segunda passagem do I Cappuccini.

Favoritos

Mads Pedersen — Já venceu uma etapa, mas precisa de pontos para a camisola roxa. Ele para a ciclamino e eu na fantasy.

Kaden Groves — Está feito um sprinter trepador. Tem-me surpreendido imenso neste Giro e acredito que vai continuar a fazê-lo.

Michael Matthews — Até em plano tem feito boa figura, mas por mim pode parar por aqui. Já fez demasiados estragos na fantasy. Agora a sério, começo a vê-lo como um perigo para a — quase já entregue antes do Giro — ciclamino de Mads Pedersen.

A não perder de vista

Lorenzo Rota — Tem andado muito discreto, mas acho que o perfil final da etapa acenta-lhe na perfeição. E seria um belo input para a Intermarché.

Vincenzo Albanese — Outro que tem estado àquem das expectativas, mas amanhã pode ser o dia dele. E estaria cumprido o hot take do Miguel Pratas.

Ben Healy — Será que amanhã que o pelotão lhe vai dar espaço para brilhar?

Santiago Buitrago — Esteve com os melhores na etapa de hoje e parece vir de menos a mais. Não me surpreendia se tentasse algo.

Apostas falso plano

Fábio Babau — McNulty. Se for último também está tudo Bais.

Henrique Augusto — Está vivo, é o que importa.

Lourenço Graça — Sei lá eu, de tanto escrever vou mas é beber um Cappuccini.

Miguel Branco — Samuele Battistella. Sei que não vai flopar por má alimentação.

Miguel Pratas — Dia de cumprir obrigações de namorado. O rapaz merece, está todo o dia agarrado ao Twitter.

Ricardo Pereira — Hilly.

Sondagem falso plano