Antevisão Etapa 7 — La Vuelta ciclista a España
Sestas leva-as o vento.
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Rescaldo da Etapa 6
Etapa de loucos nesta Vuelta. Com todo o pelotão a saber da anunciada disponibilidade de Remco Evenepoel em ceder a vermelha, a luta pela fuga, a valer etapa mais a roja, foi frenética e já tínhamos mais de uma hora de corrida quando se começou a definir.
E que fuga, ou mini-pelotão se quiserem, se formou. Soler, Kuss (com mais 3 Jumbos), Landa, Lenny Martinez e Carthy foram alguns dos nomes perigosos para a geral (todos a menos de dois minutos) que integraram a movimentação de 42 ciclistas que instaurou o pânico no pelotão, chegando a ter 7 minutos de vantagem. A Soudal-Quickstep contou com o precioso apoio da INEOS e da Movistar para manter as coisas minimamente controladas até à entrada da subida inicial.
Na subida final há duas histórias para contar, embora se misturem. Rubio abriu as hostilidades no "primeiro pelotão", tendo resposta de Lenny Martinez, Bardet e Kuss. O americano tão rápido como chegou foi-se embora, seguindo isolado para uma merecidissima vitória e mostrando que se houvesse quarta grande volta lá estaria , já que pernas não faltam. O jovem Lenny da FDJ fez segundo, conseguindo manter a distância curta o suficiente para envergar a camisola da liderança. Que duas exibições incríveis.
Quanto ao "segundo pelotão" vinha três minutos atrás no início da subida e foi Roglič quem, a três quilómetros da meta, lançou o primeiro ataque. Desde logo Remco mostrou dificuldades e apenas Ving e Mas conseguiram dar o salto para a roda do esloveno. As abelhas seguiram trabalhando juntas, o espanhol ficou para trás e foi ainda ultrapassado pelos diesel da UAE, Ayuso e João Almeida (que fecharam 3° e 4° entre os GC, perdendo 7 e 14 segundos, respetivamente) e por Cian, mais um que não encara a idade como um posto. Remco chegou trinta segundos depois, mantendo-se como o melhor classificado dos favoritos à vitória final mas dando más indicações para o que ainda está por vir, embora o cenário tenha acabado por ser menos negativo do que chegou a parecer. Nota final negativa, mais uma vez, para a INEOS, que viu os seus dois líderes afastarem-se ainda mais da luta pelos primeiros lugares.
Que etapón. E que resto de Vuelta nos espera. Nunca mais é sábado.
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Percurso
Etapa longa que pelo perfil não terá grande história, prevê-se um dia de siesta.
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Mas com um olho meio aberto, que os últimos 80 quilómetros serão percorridos na costa valenciana, bem junto ao mar, o que, como bem sabemos, pode resultar nuns belos abanicos. Está previsto vento, nenhuma loucura mas o suficiente para permitir tentativas.
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O que esperar
Provavelmente mais uma etapa calma com uma fuga fraquinha até à chegada à zona costeira. A partir daí, o stress será muito entre as equipas dos homens da geral e dos principais velocistas. Eu acredito que em algum momento alguma das equipas de topo tentará surpreender as restantes (apostaria na INEOS), mas há muito desgaste do dia de hoje e bons blocos para rolar entre os favoritos pelo que dificilmente algum será apanhado desprevenido. O que este stress causará será uma maior propensão a quedas e caos, que já tem sido receita habitual nesta Vuelta.
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Quanto ao prevísivel sprint, quer seja com um pelotão mais reduzido ou não, deverá voltar a pautar-se por alguma anarquia devido à ausência de comboios e pela superiodade da Alpecin e do seu homem hápido, Kaden Groves. Nota para o facto dos últimos metros serem em ligeira descida, beneficiando os ciclistas mais possantes.
Favorito
Kaden Groves — Pelo domínio até agora demonstrado, por ele e pela sua equipa, merece uma categoria só para ele. Tudo o que não for a sua vitória será, a meu ver, uma surpresa. Mas não vai ganhar sempre.
A não perder de vista
Juan Sebastián Molano — Será talvez o homem com a ponta final mais aproximada do australiano. Na primeira tentativa lançou-se demasiado cedo (os colombianos realmente só servem para subir montanhas) e na segunda caiu. Será à terceira?
Alberto Dainese — No Giro só fez dois top-30. Um foi uma vitória. Assim é Dainese, pode ganhar, pode desistir a 500 metros. É ver o que sai na rifa amanhã.
Filippo Ganna — Imagino que num dia tão tenso na frente do pelotão como o de amanhã se adivinha, ele terá um trabalho essencial na proteção dos seus líderes, mas eu sei lá. Em Fevereiro era trepador, agora é sprinter.
Marijn van den Berg — 400 na fantasy. Acho bem que comeces a render qualquer coisa para eu não me sentir tão mal por não ter levado o Cian.
Apostas falso plano
Fábio Babau — It's groovy, it's groovy, powers like Austin, we watchin' the movie.
Henrique Augusto — Eu disse que iam ser 4. Começo a temer que supere o registo do Disaster. Hattrick para Groves.
Lourenço Graça — Late attack de Vadim Pronskiy.
Miguel Branco — Pippo Ganna. Se não é este mano...
Miguel Pratas — Vitória para o sprinter mais rápido: Filippo Ganna.
Ricardo Pereira — Dainese.