Antevisão Etapa 7 — Giro d'Italia
O Nome da Rosa.
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Rescaldo da Etapa 6
A etapa ciclística de hoje realizou-se na capital mundial do futebol dos últimos dias. Antes do início da etapa tivemos o privilégio de ver Remco Evenepoel, ex-Anderlecht, a exibir os seus dotes futebolísticos e a mostrar que se calhar a lesão não afetou assim tanto as pernas. Por outro lado tivemos o campeão italiano Filippo Zana a demonstrar um domínio de bola ao nível de um Esgaio.
O primeiro a chutar a bola para a frente foi Alessandro De Marchi. Simon Clarke e alguns pinos formaram com o italiano a fuga do dia. Verre, outro Alessandro, tentou integrar este grupo mas não conseguiu passar do meio-campo. As equipas dos sprinters foram controlando mas quem fez mais diferença na perseguição foi a INEOS, talvez para testar alguma debilidade em Evenepoel. O belga não se deixou driblar.
De Marchi e Clarke arrancaram em contra-ataque na segunda subida do dia e chegaram à grande área — ou último quilómetro — com cerca de 15 segundos de vantagem para o pelotão. Em vez de fazerem pedra papel tesoura, ficaram a discutir quem iria bater o penalty. Quando deram conta, Consonni arrancou, já nos últimos 400 metros, levando consigo Gaviria, que viu de perto a vitória de Mads Pedersen à frente de Jonathan Milan e Pascal Ackermann. O dinamarquês completa desta forma a trilogia de vitórias em grandes voltas. E de forma consecutiva: Tour 2022, Vuelta 2022 e Giro 2023. Chapeau!
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O Nome da Rosa
Esta etapa termina no Campo Imperatore, também conhecido como Pequeno Tibete, uma montanha situada no Parque Natural Gran Sasso e Monti della Laga, local onde foram gravados dezenas de filmes, sendo o mais conhecido O Nome da Rosa, baseado no romance de Umberto Eco e interpretado por Sean Connery e Christian Slater. Será que esta etapa nos vai dar mais pistas sobre o nome da rosa que vai chegar a Roma no dia 28 de Maio?
Depois de etapas com pouca dureza ao nível da inclinação e altitude mas com condições climatéricas muito duras, os corredores chegam aqui com as pernas moídas e logo numa etapa de 218 quilómetros em que os últimos 45 são feitos quase sempre a subir (Calascio: 13.5km @ 6.1% & Campo Imperatore: 26.5km @ 3.4%). Com pouca ou nenhuma chuva, espera-se, mas com baixas temperaturas.
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A primeira chegada em alto é também a primeira subida de 1ª categoria desta edição e a primeira vez que a altitude ultrapassa os 2000 metros. Os derradeiros quatro quilómetros são os mais duros, com pendente média a rondar os 8%.
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O que esperar
A Soudal - Quick Step de Remco Evenepoel deverá correr de forma conservadora. Não lhes interessa ficar já de rosa e também não têm a força dos números, tal como demonstraram na etapa 5 em que correram de forma agressiva no início mas no final o seu líder chegou à meta sem qualquer companheiro junto a si.
Já a INEOS Grenadiers de Geraint Thomas e Geoghegan Hart nesse dia chegou com cinco corredores no grupo dos favoritos, uma demonstração de força, apesar de não terem conseguido manter a rosa em Evenepoel. Espero vê-los a controlar o pelotão e quem sabe lançar Sivakov ou Arensman para pressionar os seus rivais.
A UAE Team Emirates está contente com a posição do João Almeida e deverá manter-se na roda de Evenepoel e Roglič. McNulty pode ser lançado na fuga e Vine, que já tem algum tempo de atraso, pode atacar na última subida.
A Jumbo-Visma de Primož Roglič não tem um bloco do nível dos seus rivais e vai ter de se limitar a levar o esloveno em segurança até aos últimos quilómetros.
A Team DSM e a AG2R Citroën Team estarão focadas na difícil tarefa de manter as boas classificações dos seus líderes.
É dia para as outras equipas lançarem os caçadores de etapas e esperar que a INEOS seja meiguinha na perseguição.
Favoritos
Primož Roglič — O cenário mais provável é um sprint reduzido entre os favoritos. E aí não há quem faça frente ao canibal esloveno.
João Almeida — Depois do brilharete no ITT inicial, vamos acreditar que também recuperou a ponta final de outrora. E aí o esloveno que se cuide.
A não perder de vista
Remco Evenepoel — Espero vê-lo na melhor forma, sem se notar qualquer sequela das quedas recentes. Será que houve bluff por parte da Quick Step sobre as lesões de Remco? No final da última etapa disse que se sente o mais forte, depois de disparar que acha Roglič e a Jumbo muito nervosos. Veremos se o tiro não lhe sai pela culatra.
Tao Geoghegan Hart — Vai disputar o pódio com os nomes acima mencionados.
Lennard Kämna & Santiago Sánchez (Buitrago para os amigos) — Late attack nos últimos quatro quilómetros.
Ben Healy — Mostrou vontade — talvez demais, até — na etapa 4 mas não conseguiu entrar na fuga certa.
Brandon McNulty — Outro que tentou na etapa 4. Aqueceu o motor mas o Wolfpack não o deixou arrancar. O perfil da etapa é mesmo ao jeito dele.
Lorenzo Rota — Hoje até sprintou...
Apostas falso plano
Fábio Babau — Roglič. Cannibal strikes again.
Henrique Augusto — Tao. A finalizar um grande trabalho da INEOS.
Lourenço Graça — Primož Roglič. Há dúvidas?
Miguel Branco — Thibaut Pinot. Mas ele não quer ganhar, só quer lutar pela camisola da montanha.
Miguel Pratas — Finalmente a primeira vitória de João Almeida no Giro.
Ricardo Pereira — Roglič ao sprint bate Remco e Tao.