Antevisão Etapa 5 — La Vuelta ciclista a España

A Roja chegou à sua conhecida casa. Ficará por lá?

Antevisão Etapa 5 — La Vuelta ciclista a España
Irún - Bilbao (187.2 km)

Rescaldo da etapa 4

Primeira etapa com algumas dificuldades e primeiras questões respondidas. Roglic está bem e recomenda-se. Chega à Roja e acaba o carrossel dentro da Jumbo, a camisola chegou ao seu dono.
Numa etapa rápida, o endurecimento da Bora terminou com a fuga a 35 km da meta, no sopé da subida ao Puerto de Herrera, onde não houve ataques e Roglic aproveitou para bonificar três segundos.
Remco ainda testou a atenção dos rivais na descida, mas ficou tudo para o quilómetro final a 8% onde um grande lançamento de Elissonde para Pedersen deu início ao sprint e o dinamarquês já só foi batido por Roglic, que liderou um grupo de doze ciclistas onde não estavam Yates, Carapaz e João Almeida, que perderam sete segundos.

A subir: Pedersen somou o terceiro segundo lugar consecutivo e destaca-se na luta pela verde; Enric Mas mostrou boa forma e fechou 3º; Camisola da montanha num homem da Euskaltel, Joan Bou, em território basco é sempre bom de se ver.
A descer: Alaphilippe viu a equipa à sua procura na subida final mas as pernas ainda não estão lá;  Higuita sofreu com o calor e não correspondeu ao trabalho da Bora num final que lhe assentava bem; Nibali foi o único nome com eventuais aspirações à geral a perder tempo - 45 segundos.

Não há pai para Roglic nestes topos espanhóis. 10º vitória na Vuelta (foto: twitter Jumbo-Visma)

Um percurso com história...

Este 5º dia é uma clássica etapa basca. Rompe pernas de início ao fim, 5 contagens de montanha e uma chegada a Bilbao. Deixaram a mais dura subida para o fim e os ciclistas vão ultrapassá-la por duas vezes, a última das quais coincide com um sprint bonificado e fica a menos de 15 km da meta.
Falamos do Alto del Vivero, que faz a sua 4º aparição na Vuelta nos últimos 11 anos, sempre colocada na fase final da corrida a caminho de Bilbao e apesar de nunca ter causado grandes diferenças na geral, teve vencedores ilustres como Igor Antón (2012) e Phillipe Gilbert (2019). Os seus 4,7 km a 7,8% incluem um km a 9,9% e já este ano marcaram presença na Volta ao País Basco (ganhou Dani Martinez) e no Circuito de Gexto (ganhou Juan Ayuso).
Segue-se uma descida que deixará o que resta do pelotão a 2km da meta, num terreno plano que os levará à linha de meta.

Também Gilbert levanta os braços pela 10º vez na Vuelta, em Bilbao (foto: GettyImages)

O que esperar?

Se bem conheço a Jumbo, não vão desgastar a equipa para manter a camisola. Aliando a isso o flop do trabalho da Bora hoje e as não tão boas indicações dadas pelos homens rápidos da Quick-Step (Alaphilippe) e da Ineos (Hayter), não vejo quem possa controlar a fuga neste sinuoso percurso.
Isso fará com que tenhamos a primeira grande batalha pela presença na fuga, pois poderá estar um cocktail de etapa, camisola da montanha e Roja em disputa.
Independentemente disso, vai haver no pelotão quem queira testar as pernas dos favoritos nesta primeira semana nas duas passagens pelo Alto del Vivero e é de esperar que tenhamos as primeiras surpresas no que aos candidatos ao top10 diz respeito. A estrada é dura o suficiente para isso e os blocos mais fortes como Bora e Ineos podem inclusivamente acelerar a corrida e lançar um dos seus múltiplos líderes ao ataque de forma a criar o caos no pelotão e obrigar a Jumbo a responder.
Tem tudo para ser uma disputa de etapa espectacular e o vencedor deste imprevisível traçado, vindo da fuga ou do pelotão, chegando a solo ou em grupo reduzido, terá que ter um grande dia para levantar os braços em Bilbao.

Quem vai vencer?

Marc Soler -  Perdeu 14 minutos hoje e duvido que tenha sido por incapacidade. Quererá picar o ponto antes de se colocar ao trabalho e estas etapas são a cara dele.

Kenny Elissonde - Hoje mostrou que a forma está lá, sabe o que é estar de Roja, não é um perigo de longo prazo para a geral e a dureza tirará a responsabilidade de trabalhar para Pedersen.

Fred Wright - Outro nome que a Jumbo veria com bons olhos de vermelho. Consegue passar a dureza e tem um sprint que lhe permite lutar pela vitória num grupo restrito.

Xandro Meurisse - Acabando os dias planos, o foco da Alpecin vai estar nas fugas. É o melhor neste tipo de terreno e a aposta deve recair sobre ele.

Quentin Pacher - Híbrido. Pode vencer a partir da fuga ou do grupo dos favoritos caso a corrida não seja muito endurecida.

Pavel Sivakov - Um ataque de longe foi a receita de Sivakov para o sucesso em Burgos. Bem sei que o nível e a liberdade são diferentes, mas transpira confiança e a Ineos poderá jogá-lo como carta ofensiva.

Simon Yates - A média montanha tem sido o seu território este ano e atacando na última subida pode chegar isolado.

Sergio Higuita - Ficou hoje aquém do esperado mas amanhã terá outra hipótese. Quer seja de longe ou ao sprint com os favoritos, o colombiano tem que ser tido em conta.

Primoz Roglic - Quando Roglic está bem é um perigo em todas as etapas. Seguirá os principais ataques e pode usar a sua ponta final para a dobradinha.

Remco Evenepoel - E lá vai ele. Mais dia menos dia irá. Talvez seja já amanhã.

Será na subida de Vivero que se verá quem estará na disputa pela etapa

Apostas Falso Plano

Miguel Branco: Quentin Pacher. Só de pensar que a Jumbo fica com a Roja durante toda a Vuelta tenho vómitos.

Miguel Pratas: Lutsenko. Hoje aqueceu o motor e amanhã ninguém o agarra.

Henrique Augusto: Acho que vai dar fuga e que Fred Wright vai finalmente coroar a grande época com a sua 1º vitória como profissional.

Ricardo Pereira: Remco está cansado de esperar.

Lourenço Graça: Mads. À quarta é de vez.

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