Antevisão Etapa 4 — Tour de France
Um aperitivo da montanha que virá mais tarde.
Rescaldo da Etapa 3
Vedi, vini, Bini è tornato. Depois de uma etapa em que não se passou nada de nada, a não ser nos últimos quilómetros em que houve uma queda que afastou Jasper Philipsen, Mark Cavendish, entre outros, da disputa pela vitória.
Girmay volta a ser feliz em Itália e a camisola amarela vai para França na posse de Richard Carapaz.
O percurso
Primeira etapa de alta montanha com passagem pelo Col du Galibier a cerca de 2600 metros de altitude (que serão a grande dificuldade do dia). De notar que é, ainda assim, subido pelo lado "fácil", contando com 22.9 quilómetros a 5.1% de inclinação média, sendo que a inclinação aumenta nos últimos 7 quilómetros.
Quanto ao resto da etapa, é um dia curto com apenas 140 quilómetros, que conta também com mais duas segundas categorias, o Sestriere (39.2kms a 3.7%) e o Col de Montgenevre (8.3kms a 6%). Após a passagem pelo alto do Galibier há uma descida 20 quilómetros até à meta.
O que esperar
A EF fez tudo o que estava ao seu alcance para ficar com a amarela por isso suponho que não a queiram perder já. Pelo que acredito que haja três objetivos para amanhã: não deixar ninguém perigoso para a classificação geral entrar na fuga, evitar ter bonificações ao dispor dos favoritos e aguentar a roda dos mesmos.
Dito isto, espero ver uma fuga grande de corredores muito atrasados (a mais de 3 minutos), talvez um intruso a tentar escapar pelo pingos da chuva e um pequeno teste de Pogačar para ver como Vingegaard reage às subidas longas, à altitude e à descida, mas o facto da inclinação não ser acentuada deverá fazer com que não haja grandes diferenças. Isto é o que eu espero mas, na verdade, não vai haver ataque nenhum por causa do vento de frente no Galibier. E, por fim, a fuga chega para mais uma vitória de um nome surpreendente.
Favoritos
Frank van den Broek — Na forma que demonstrou estar no primeiro dia tem de tentar aqui a sua vitória de etapa. Está já a mais de 8 minutos portanto liberdade vai ter, deve é ser também muito marcado na fuga.
Valentin Madouas — Também esteve muito bem na primeira etapa, acredito que vai ganhar uma etapa, será esta? Lenny Martinez é outra hipótese dentro da Groupama mas até agora as indicações não foram boas.
Odd Christian Eiking — Está a apenas dois minutos e meio e chegou no grupo principal na primeira etapa, por isso a forma deverá ser boa. Tem provas dadas na alta montanha, na Vuelta 2021 andou muito tempo na liderança e acabou quase no top-10. A minha dúvida em relação a ele é estar relativamente perto na geral e portanto poder não ter liberdade para integrar a fuga. A Uno-X tem ainda Tobias, Jonas, Kulset e Magnus Cort (montanha com vento de frente é a especialidade dele).
A não perder de vista
Oscar Onley — Cada vez melhor na montanha mas está à mesma distância da liderança que Eiking. A dsm também tem Barguil para além de Onley e Van den Broek.
Toms Skujiņš — Também chegou no grupo principal na primeira etapa portanto a forma deverá ser boa. Em 2020 ficou em segundo lugar numa etapa de perfil parecido (até mais dura).
Ion Izagirre — Esteve na fuga na primeira etapa por isso acredito que volte a tentar. É destemido e pode tirar proveito da descida final.
Jonas Abrahamsen — Vai com 99% certezas estar na fuga para garantir a camisola da montanha durante mais tempo e na forma em que ele está nada é impossível.
Tom Pidcock — Há uma descida até à meta portanto se dobrar o topo do Galibier no primeiro grupo é um dos favoritos.
Pogačar & Vingegaard — Alta montanha não dá para fugir a estes dois nomes.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Acho que o Bau abandonou o falso plano sem dizer nada a ninguém mas como o conheço bem sei que apostaria em Cavendish.
Henrique Augusto — Carlos Verona. Não tenho explicação plausível.
Lourenço Graça — A primeira de Ving.
Miguel Branco — Chris Harper. Também não tenho explicação plausível.
Miguel Pratas — Derek Gee vence a solo. Pogačar e Vingegaard ganham minutos à concorrência.
Ricardo Pereira — Madouas e os franceses vão à loucura.
