Antevisão Etapa 4 — Tour de France

Esperemos que o Wout ganhe amanhã. Já ninguém aguenta isto. Parece uma novela da TVI.

Antevisão Etapa 4 — Tour de France
Tour de France

Rescaldo da Etapa 3

E ao terceiro dia o pelotão descansou. Que é igual a dizer: sprintalhada. Bom, descansou como quem diz, aqueles últimos 10/20 quilómetros foram uma loucura. Mas pronto, ninguém atirou bidons ao chão nem coisas desse género, que é o mais importante neste momento. Ainda que tenha existido aquele drama de um eventual sprint irregular — agora com Wout van Aert há sempre drama, gente.

Jasper Philipsen não tem hipóteses com Lafay na luta pela verde (fotografia via Twitter da Volta à França)

Percurso

Mais uma etapa plana do cardápio da Volta à França. Pelo meio há um sprint intermédio e uma contagem de quarta categoria (Côte de Demu: 2.1 quilómetros a 3.3%) já inserida nos últimos 35 quilómetros — zona essa que apresenta alguns montes; uma espécie de sobe e desce final com pouca inclinação. A ameaça de chuva é baixa, o céu deve estar parcialmente nublado e o vento deve estar curto.

181 quilómetros entre Dax e Nogaro, etapa que decorre no sudoeste francês. 

O que esperar

Sinceramente, não vejo outro cenário que não um sprint em pelotão compacto. Tendo em conta aqueles picos dos últimos 35 quilómetros, não é de excluir que algumas equipas dos sprinters tentem jogar ao "vamos fazer descolar os mais rijos". Jogo célebre do mundo do ciclismo que se baseia num aumento de ritmo quando a estrada empina para que alguns homens rápidos que têm mais dificuldade em lidar com subidas fiquem para trás e por isso afastados da luta pela vitória da etapa. Cavendish, Groenewegen e Jakobsen seriam os principais alvos. Ainda assim, as montanhas são pouco pronunciadas e acredito que qualquer tentativa de colocar este jogo em prática seja infrutífera. Vão chegar os principais favoritos ao sprint. A hipótese de um ataque tardio solitário (ou mesmo a dois ou três) parece-me pouco provável dado o interesse e os bons comboios presentes no Tour — por outra: é pouco provável que resulte, não quer dizer que não exista quem tente. Ainda que, ao que nos é dado a conhecer pelo perfil da etapa, o terreno não pareça o cenário ideal para perseguir.

Favoritos

Jasper Philipsen — Como ficou hoje provado: melhor sprinter em prova. Favorito número um.

Fabio Jakobsen — Hoje foi o que se viu: a Soudal fez um enorme trabalho de aproximação, mas depois Jakobsen não conseguiu sair da roda de Mørkøv na altura certa. Vejamos se amanhã a história é outra, mas o primeiro dia de sprint não prometeu.

Wout van Aert — Pareceu estar bem e com tanta choradeira deve tentar novamente, até porque depois tem de trabalhar para o seu arqui-inimigo.

A não perder de vista

Caleb Ewan — Tem um belo comboio e hoje foi terceiro. Claro que o mais provável é ser penúltimo, mas nunca se sabe.

Dylan Groenewegen — O oitavo lugar de hoje é péssimo. Por isso amanhã tem de mostrar outra cara.

Mads Pedersen — Nono? Nono é péssimo, Mads. Anda lá, não brinques com isto.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Fedorov.

Henrique Augusto — Equipa que ganha não se mexe. Philipsen.

Lourenço Graça — Dylan Groenewegen, em homenagem ao encosto de hoje do Jasper.

Miguel Branco — Jasper Philipsen. Sprint meu, sprint meu, existe alguém mais sprinter do que eu?

Miguel Pratas — Caleb Ewan. Eu não disse que ele era bom?

Ricardo Pereira — Um desastre nunca vem só. É assim, não é? Jasper.

Sondagem falso plano