Antevisão Etapa 4 — La Vuelta ciclista a España

Hola hermanos! O João está a chegar.

Antevisão Etapa 4 — La Vuelta ciclista a España
La Vuelta

Rescaldo da Etapa 3

Última etapa em solo lusitano para fechar este início marcante da Vuelta em Portugal.

A etapa já se adivinhava terminar num sprint compacto e assim foi, mas desta vez foi o belga Wout van Aert a levar a melhor sobre o australiano Kaden Groves.

Com esta vitória Van Aert termina assim o jejum de mais de um ano sem vencer uma prova do calendário World Tour e retira (acredito eu) um grande peso de cima dos ombros. Não foi à primeira, não foi à segunda, foi à terceira que tudo o Wout levou.

Ainda sobre a etapa, o espanhol Maté é agora o atual líder da montanha isolado, depois de ontem ter tentado o feito sem sucesso, hoje não deu hipótese à concorrência e isolou-se no topo da classificação.

Wout Van Aert celebra a vitória na terceira etapa da Vuelta. (créditos: getty images)

O percurso

O traçado em Espanha começa com toda a emoção que um ciclista de sofá pode pedir.

A etapa inicia em Plasencia e praticamente com a subida ao Puerto de Cabezabellosa (9.2km @ 5.4%) seguida imediatamente do Alto de Piornal (13.8km @ 5.6%). A partir daí irão descer e seguir-se-á uma zona plana, até ao Puerto de Miravete (7.9km @ 4.4%).

Plasencia - Pico Villuercas (170.5km)

Já dentro dos últimos 50 quilómetros, fica guardada a mais esperada de todas as súbidas, o Pico Villuercas (14.6km @ 6.2%), que conta com uma zona intermédia de quase 3 quilómetros a mais de 13% e um final que termina acima dos 1500 metros de altitude.

Pico Villuercas (14.6km - 6.1%)

O que esperar

Tudo apostos para o primeiro dia em solo espanhol e com a organização a definir logo este como o primeiro teste aos homens da geral.

A Visma, embora carregue a Vermelha com Wout van Aert, não me parece ter o bloco suficientemente forte para tomar conta da corrida, deixando a meu ver essa tarefa, para equipas como a UAE ou a Red Bull.

Neste campo estou curioso para perceber qual será o comportamento da Red Bull, nomeadamente o de Dani Martínez. O colombiano foi segundo no Giro e tem estatuto para poder reclamar a liderança dentro da equipa, se Roglič o permitir.

Como ainda estamos na primeira semana, o pelotão ainda se irá apresentar vigoroso, pelo que qualquer fuga deverá ser atentamente controlada ao longo da corrida.

Os segundos de bonificação no final da terceira categoria Puerto de Miravete são um extra, mas sem dúvida que o momento-chave será a subida final até ao Pico Villuercas. Aqui iremos perceber: quem está para lutar efetivamente pela geral; quem é o líder nas equipas em que não existe um definido; quem pode começar a pensar em etapas porque a geral acabou.

Para quem ama ciclismo estes são os dias que nos movem mais do que outros, no entanto, é importante frisar que não temos em prova corredores que gostem de atacar ainda a poucos quilómetros do fim, pelo contrário, temos os que preferem atacar já dentro do quilómetro final, o que irá certamente fazer com que aqueles que se aguentarem até ao fim na frente, certamente não irão perder muito tempo entre eles.

Favoritos

Primož Roglič — Em condições normais, é o voltista mais forte em prova. Veremos em que condições se encontra o esloveno.

João Almeida — Começa o sonho, até que a esperança se acabe.

A não perder de vista

Adam Yates — A subida tem o seu perfil e a UAE pode tentar jogar várias cartas para deixar para trás os adversários. O britânico é perfeito para o caso.

Mattias Skjelmose — Vamos ver como se porta o dinamarquês neste primeiro teste.

Richard Carapaz — Vai definir se está aqui para a geral ou se vem para a montanha com etapas. Estou para ver.

Carlos Rodriguez — Thymen é o melhor classificado à geral, mas o espanhol deverá estar bem e será certamente protegido para trazer um bom resultado.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Primož Roglič. Começa assim o regresso do rei.

Henrique Augusto — Michael Woods. Etapa e roja a partir da fuga.

Lourenço Graça — A primeira de Roglič ao sprint.

Miguel Branco — Louis Meintjes. Só para não dizerem que ele está sempre no fim do grupo dos favoritos.

Miguel Pratas — Etapa e roja para Florian Lipowitz.

Ricardo Pereira — Valentin Paret-Peintre.