Antevisão Etapa 3 — Tour de France
Estamos todos à espera do desastre.
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Rescaldo da Etapa 2
A fuga formou-se cedo com 10 corredores a quem foi dada muita vantagem, dado não haver ninguém perigoso na geral, mas que cada vez que havia uma subida percebia-se que não estava segura. Neste grupo destacavam-se o repetente Jonas Abrahamsen (que termina o dia na liderança da classificação da montanha e dos pontos), os franceses Axel Laurance, Quentin Pacher e Kévin Vauquelin (que ainda trazia Cristián Rodriguez no grupo, também da Àrkea) e, claro, Nelson Oliveira.
A distância foi aumentando dada a passividade do pelotão — a dsm de amarela estava satisfeita com a situação, a UAE parece curta de homens de trabalho e só a Lotto a espaços assumiu a perseguição. Sendo assim, viu-se que existiriam duas corridas nas passagens por San Luca.
Após mostrar debilidades na primeira passagem, Nelson Oliveira atacou o grupo, dando inicio à decisiva fuga de la fuga e levando consigo Jonas Abrahamsen e Kévin Vauquelin. O francês destacou-se logo no inicio da última subida e seguiu isolado para a vitória, fazendo o 2 em 2 para os franceses e alcançando o maior feito da história da sua equipa. Atrás chegou o motor norueguês Jonas Abrahamsen e a fechar o pódio ficou Quentin Pacher.
No grupo dos favoritos, uma UAE desorganizada deixou, em ambas as passagens, a Visma definir o ritmo. Já no quilómetro final da subida Tadej Pogačar deu sequência ao tardio leadout de Adam Yates e testou pela primeira vez neste Tour as pernas dos seus rivais. Vingegaard foi o único a aguentar a roda, mostrando que já está no ponto. Até final foram colaborando, embora com mais trabalho para o lado do esloveno, e na reta da meta acabaram por ser apanhados pelos dois ciclistas que se apresentaram no nível seguinte, Richard Carapaz e Remco Evenepoel. Chegaram os 4 juntos com 21 segundos de vantagem para o grupo dos restantes líderes, onde não houve nenhuma ausência de peso. Destaque apenas para a incapacidade Primož Roglič, que chegou a ser dropado pelos próprios colegas, não dando grandes indicações, e para a presença de João Almeida nesse grupo, passando estes dois difíceis dias iniciais sem grandes percalços.
Pogačar está de amarelo, Vingegaard está pronto para a luta.
Habemus Tour.
![Kevin Vauquelin Wins Stage 2 of the 2024 Tour de France](https://hips.hearstapps.com/hmg-prod/images/kevin-vauquelin-of-france-and-team-arkea-b-b-hotels-news-photo-1719762381.jpg)
O percurso
Depois da tempestade, a calmaria. Etapa muito longa (231 quilómetros) que não conta com grandes dificuldades e as que existem são todas ainda fora dos 50 quilómetros finais, que são totalmente planos. A última reta é bastante longa, pelo que se espera um tradicional sprint de primeira semana.
![](https://www.procyclingstats.com/images/profiles/ap/df/tour-de-france-2024-stage-3-climb-4ee269893b.jpg)
O que esperar
Nada de especial, para ser sincero. Uma fuga composta pelas poucas equipas presentes que não têm grandes ambições ao sprint nem à geral. A TotalEnergies é a única opção óbvia, esperará que alguém se disponha a fazer-lhes companhia, algo que nestas fugas "condenadas" à nascença nem sempre acontece.
No pelotão a curiosidade será ver quem ajuda a Alpecin na perseguição, mostrando confiança no seu sprinter. Eu diria que a Lotto será a principal candidata, mas veremos.
É a primeira etapa para homens rápidos do Tour, toda a gente acha que pode ganhar e o nervosismo será muito nos rápidos quilómetros finais também com a intromissão das equipas da GC na luta pelo posicionamento. Esperemos que não existam quedas e que tenhamos um bom showdown de velocidade na chegada a Torino.
Favoritos
Jasper Philipsen — Há muitas ausências mas na perspetiva do Disaster "só interessa quem está". Tem a defender a camisola verde e o título de melhor sprinter do mundo, conquistado com as 4 vitórias alcançadas na edição passada. Conta com o melhor comboio, será lançado por Mathieu van der Poel e é no papel o mais rápido. Por tudo isto, aparece sozinho nesta categoria.
A não perder de vista
Dylan Groenewegen — O único que penso ter velocidade de ponta para bater Philipsen no mano a mano numa etapa como esta. O problema do neerlandês costuma ser a colocação e o timing do lançamento do sprint. Quando tudo se alinha, é um perigo, como provam as 5 vezes que já venceu na prova. Conta com Michael Matthews e Luka Mezgec para o lançar.
Arnaud de Lie — Impressionou e de que maneira nos campeonatos belgas, ao bater alguns dos melhores sprinters do mundo, incluindo Philipsen. É verdade que já existia mais desgaste nas pernas depois de um dia duro, algo que lhe agrada. Ainda lhe falta provar que consegue estar a esse nível nos grandes palcos (só uma vitória de nível WT na carreira) e que sítio melhor que o Tour para o Touro o fazer?
Sam Bennett — Tem mostrado uma forma um bocadinho mais alta do que lhe vinha sendo habitual e acho que vai acertar uma nesta prova. Dificilmente será já, mas por via das dúvidas deixo aqui.
Mads Pedersen — Mostrou grandes pernas, impressionantes mesmo, na etapa inaugural, ao ser o único sprinter a manter-se no grupo principal até à meta. Nestas etapas muito planas tem sempre mais dificuldade em vencer mas traz um bom comboio e boas pernas, lançando-se de longe pode surpreender.
Mark Cavendish — Quanto mais cedo, com menos desgaste acumulado, mais provável é a vitória de Cav, penso eu. Todos queremos, a questão é se as pernas deixam.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Última curva a 900 metros? Perfeito para uma vitória de Gaviria.
Henrique Augusto — Jasper mete a primeira de muitas.
Lourenço Graça — Philipsen, o melhor sprinter do mundo.
Miguel Branco — Arnaud Démare. Um fantasma nunca morre.
Miguel Pratas — Jasper Philipsen, com um lançamento perfeito de Gaviria.
Ricardo Pereira — A primeira é para os pardais. Groenewegen.