Antevisão Etapa 3 — Giro d'Italia

Rescaldo da Etapa 2

A segunda etapa do Giro d'Italia acabou, como de esperado, ao sprint. O que já não era tão expectável é que uma queda a três quilómetros e meio da meta partisse o pelotão compacto e já em aceleração para a luta pelo posicionamento. Ou seja, o sprint foi caótico e estranho e homens como Mads Pedersen, Alberto Dainese ou Mark Cavendish ficaram cortados e impedidos de disputar a vitória. E homens da geral como Tao Geoghegan Hart, Hugh Carthy, Jay Vine, Arensman, Sivakov, entre outros, perderam (mais) tempo para Remco Evenepoel. O triunfo sorriu a Jonathan Milan, que na sua estreia em grandes voltas alcançou a sua primeira vitória World Tour. É claro que eu já tinha previsto esta queda — embora avise desde já que não tive nada que ver com a mesma — e por isso sabia que Milan ia ganhar, como podem perceber aqui. Não quero falar sobre a prestação do Gaviria, desculpem.

Introdução

Ora bem, a chegada dá-se em Melfi, uma cidade italiana pertencente à província de Potenza, no sul do país. E o fogo-de-artifício — se é que pode ser considerado como tal — está todo concentrado nos últimos 45 quilómetros da etapa.

São duas subidas consecutivas — Valico dei Laghi di Monticchio (6.3kms a 6.4%) e Valico La Croce (3.1kms a 6.1%) — com uma dificuldade reduzida mas que, precisamente por se sucederem com apenas uma ligeira descida entre si, podem trazer problemas aos homens mais rápidos. A descida de La Croce pode também ser um ponto de tensão no que ao resultado final diz respeito. A chegada à meta é depois feita num terreno sobe-e-desce que não parece muito provável para perseguir eventuais escapados.

O que esperar

Tendo em conta as duas montanhas, o mais provável é que a Trek-Segafredo e a Jayco se unam para tentar fazer descolar os homens mais rápidos. Sabendo que Mads Pedersen e Michael Matthews passam bem este tipo de subidas, este parece o cenário mais evidente, com a salvaguarda de que um Groves em forma pode fazer com que a Alpecin se junte a estas duas equipas. Sobretudo depois do fracasso de hoje, Mads Pedersen vai querer mostrar ao que veio e os pontos para a ciclamino urgem. A fuga deve ser apanhada algures nas duas inclinações para evitar dissabores tardios. E o ritmo das equipas já mencionadas deve impedir algum forasteiro de tentar sair para uma vitória a solo. Mas depois do que aconteceu hoje, o melhor é não contar com cenários expectáveis. Vai na volta e o Remco ataca de longe.  

Favoritos

Mads Pedersen — Está tudo dito. Tem de ganhar. Tem de mostrar que é o mais forte.

Michael Matthews — A etapa assenta-lhe lindamente. E tem colegas com qualidade para o deixar bem colocado.

Magnus Cort — Deve ser uma das etapas que assinalou com um x no livro de prova. Tem dureza, alguns dos mais rápidos vão ficar pelo caminho, pode ter uma palavra a dizer.

A não perder de vista

Kaden Groves — Costuma passar bem este tipo de dificuldades e tem quase toda a gente ao seu serviço. Resta saber se vai voltar a ser mais lento do que a concorrência.

Vincenzo Albanese — Sabemos que o corredor italiano gosta destas chegadas relativamente selectivas. E aí é dos mais regulares.

Andrea Vendrame — É das poucas hipóteses da AG2R para vencer etapas. Não acredito que seja mais rápido que os demais, mas é menino para andar por lá, quem sabe se não vai tentar um ataque já dentro dos últimos quilómetros.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Mads. Vai na fuga e no final limpa a concorrência.

Henrique Augusto — Mads. Se não ganhar despeço-o da minha team da app e contrato o João..

Lourenço Graça — Mads. Tenho-te em todo o lado: App, Velogames e coração. Não me desiludas.

Miguel Branco — Eu acho que vai ganhar o Mads, mas como ontem acertei no Milan, tenho de continuar a mostrar que sou vidente, por isso: Jake Stewart, lançado por Pinot.

Miguel Pratas — A minha aposta é a mesma que a do vidente Miguel Branco.

Ricardo Pereira — A minha aposta é Bling Matthews.

Sondagem falso plano