Antevisão Etapa 21 — La Vuelta ciclista a España
Uma luta anárquica e imprevisível, à imagem do que foi esta Vuelta. É o fim das grandes voltas deste ano 😔 Até para o ano 👋🏼
![Antevisão Etapa 21 — La Vuelta ciclista a España](/content/images/size/w1200/2024/08/IMG_9539.jpeg)
Rescaldo da Etapa 20
Mais um etapon no penúltimo dia da Vuelta e algumas decisões ainda pendentes, como a montanha, a juventude e posições no top-10.
Os onze ciclistas da fuga do dia — Marc Soler, Jay Vine, Clément Berthet, Marco Frigo, Sylvain Moniquet, Carlos Canal, Jack Haig, Enzo Leijnse, Thomas Champion, Harold Tejada e Pablo Castrillo — foram caindo que nem tordos com o passar dos quilómetros até Marc Soler ser um deles e Jay Vine tornar-se o grande favorito a vencer a camisola da montanha.
Enquanto isto, vários corredores da Red Bull iam desistindo e começava a correr o boato de que existia uma intoxicação alimentar na equipa alemã.
Voltando à corrida propriamente dita, no pelotão era a T-Rex que tomava as rédeas e no cimo do Puerto de Los Tornos Jay Vine pontuou e confirmou que será o vencedor da camisola das bolinhas.
Pavel Sivakov ganhou alguma vantagem e a Red Bull pôs-se ao trabalho na subida ao Picón Blanco. Skjelmose começou por sofrer e rapidamente o patrão da Vuelta, Primož Roglič, meteu-se na cabeça do pelotão e colocou o ritmo que lhe era confortável. Enric Mas e Mikel Landa, tentaram mexer, mas sem sucesso. David Gaudu ainda ganhou alguns metros a certa altura da subida, mas foi Eddie Dunbar que desferiu o ataque para a vitória.
![](https://www.falsoplano.pt/content/images/2024/09/Eddie-Dunbar-Picon-Blanco.jpeg)
Skjelmose recuperou e voltou ao grupo dos favoritos, mantendo assim a camisola da juventude. Carlos Rodríguez que ao dia de ontem era o principal rival perdeu-se na estrada e chegou a mais de cinco minutos de Dunbar. No que à geral diz respeito, Mas foi segundo e Roglič terceiro na etapa. E partimos assim para o contrarrelógio final em Madrid.
![](https://www.falsoplano.pt/content/images/2024/09/GW46zShXYAAdTay.jpeg)
O percurso
São 25 quilómetros em cima de mais de 3000 já percorridos, pelo que as pernas já choram sempre um bocadinho. É plano, só que não é bem plano. É assim mais para o ondulado. E termina, como o meu povo gosta, nuns dois quilómetros de um belíssimo falso plano que fechará esta edição da Vuelta com chave de ouro.
![](https://www.falsoplano.pt/content/images/2024/09/imagem-3.png)
O que esperar
Como se sabe, contrarrelógios de fim de grande volta são propícios a surpresas, as pernas contam muito nesta altura, até mais do que as características dos corredores. Esta "imprevisibilidade" ainda se acentua mais se pensarmos que não teremos à partida nenhum dos grandes especialistas dominadoras da atualidade. Isto tudo para dizer que podem ganhar uns 20, tento deixar os nomes daqueles 7/8 que acho mais prováveis de vencerem em baixo.
Outro ponto sempre interessante destes contrarrelógios finais são os ajustes a fazer por lugares na geral final da prova. Destaque aqui para a luta pelo segundo lugar — Enric Mas a apenas 9 segundos de Ben O'Connor.
Favoritos
Stefan Küng — O eterno segundo tem aqui (e nos europeus que estão por vir, já agora) uma grande oportunidade de vencer ao mais alto nível, podendo aproveitar as ausências dos habituais vencedores. Nunca venceu uma etapa numa grande volta e seria um marco bonito para a sua já longa e bem sucedida carreira.
Primož Roglič — É a consagração? Será só isso ou ainda resta um pouco de ambição no tanque do esloveno? Eu se fosse a ele focava-me só em manter-me em cima da bicicleta, mas o compatriota dele teve outras ideias no contrarrelógio final do Tour.
A não perder de vista
Brandon McNulty — Tem estado fortíssimo este ano no esforço individual. Abrir e fechar a Vuelta a ganhar, why not?
Mattias Skjelmose — Está a fechar a prova em crescendo e é bom neste tipo de esforços. Ganhar é capaz de ser pedir demais mas nunca se sabe.
Nelson Oliveira — A distância é do seu agrado. Lida bem com o desgaste das grandes voltas. Faltam aqui os papões principais. Pode ser dia de uma surpresa por parte do português que recentemente só se tem mostrado ao mais alto nível no contrarrelógio com a camisola nacional.
Victor Campenaerts — Já foi esta a sua especialidade, hoje é mais um atacante/classicómano. No entanto chega aqui com boas pernas e pode ser um dos jokers do dia.
Isaac Del Toro — Estes míudos às vezes sacam uns coelhos da cartola e já nada me surpreende.
Edoardo Affini — Muito longo para ele, acho eu. De qualquer maneira é mais um a ter em conta.
Bruno Armirail — Campeão francês trabalhou muito ao longo desta Vuelta mas acredito que nos últimos dias se tenha poupado um pouquito para tentar estar bem hoje.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Nelsão.
Henrique Augusto — Küng. Se nem quando os outros não estão ganha...
O Primož do Roglič — Rendam-se ao senhor Roglič.
Miguel Branco — McBacon a abrir e a fechar a refeição.
Miguel Pratas — King Küng.
Ricardo Pereira — Küng.