Antevisão Etapa 20 — La Vuelta ciclista a España

Roglič sentenciou a luta pela geral. Mas ainda há a etapa rainha para conquistar.

Antevisão Etapa 20 — La Vuelta ciclista a España
La Vuelta

Rescaldo da Etapa 19

Dia sem grande história até à subida final, com uma fuga de cinco elementos a formar-se, onde se destacava Isaac Del Toro, e o pelotão a preparar-se para o grande embate entre os homens da geral em Moncalvillo. A fuga não teve capacidade para ganhar tempo por isso a etapa viria a ser disputada pelos candidatos à vitória final.

Os homens da frente foram apanhados no sopé da subida e a partir daí a Red Bull tomou conta das operações no pelotão. E que Red Bull... impuseram um ritmo tão forte que Dani Martínez, Vlasov e Roglič se destacaram logo nos quilómetros iniciais e a 4.5 quilómetros do fim o esloveno arrancou sozinho. Lá atrás Carapaz foi o primeiro atacar mas o ataque mais eficaz foi o de Enric Mas, que meteu todos em dificuldades enquanto ia em busca de Roglič.

Só que lá na frente o ritmo era outro. Rogla mostrou mais uma vez a sua capacidade em unipuertos, ganhando cerca de 45 segundos a um renascido Gaudu e Skjelmose, com Mas a quebrar muito no final. Quem também quebrou foi o até aqui líder, Ben O'Connor, que perdeu quase 2 minutos para o vencedor.

Será esta a geral à entrada para a etapa rainha. (foto: Twitter @Domestique___)

O percurso

A penúltima etapa é a etapa rainha desta Vuelta. São mais de 5000 metros de acumulado na cordilheira Cantábrica, passando por três primeiras categorias, duas segundas e duas terceiras. Num terreno que promete muito espetáculo.

Ao fim de 80 quilómetros, quando os corredores já levam duas terceiras categorias e uma segunda nas pernas, o pelotão irá apanhar o Portillo de Lunada, 14 quilómetros a 6.1% com a parte mais dura nos últimos quatro quilómetros.

Depois desta subida, e após dobrarem uma segunda categoria, virá o Puerto de Los Tornos. Uma primeira categoria não muito dura mas que serve para cansar as pernas (ainda mais) para o prato principal.

E esse é o Picón Blanco. A subida final com 8 quilómetros a 9.0%, que será a última oportunidade desta Vuelta para os trepadores fazerem diferenças. A última vez que uma etapa da Vuelta a España terminou aqui, Rein Taaramäe ganhou e assumiu a liderança da prova.

O que esperar

Festa. Espera-se festa. É a última oportunidade para os trepadores e as poucas vezes que Roglič mostrou debilidades, foram em etapas duras. Carapaz, Mas, Gaudu e Landa não se podem contentar com estes lugares, principalmente com Ben O'Connor em clara quebra. O que, a juntar aos interessados na camisola da montanha, deverá proporcionar um dia muito atacado logo desde o início.

Favoritos

Richard Carapaz — É o tipo de etapa que gosta. Muito sobe e desce e provável caos.

Enric Mas — Nos dias mais duros esteve em bom plano. Não pode assinar o 3.º lugar.

Jay Vine — Em busca da camisola da montanha. Acredito que seja mais capaz que Soler neste terreno mas não descarto o espanhol.

A não perder de vista

Primož Roglič — Nas etapas mais duras mostrou que é humano. Acredito que tentará apenas controlar.

David Gaudu — Está a acabar esta grande volta em grande. O pódio não é impossível.

Carlos Rodríguez — Final de grande volta e etapa bem dura. Tem de tentar ganhar uma etapa e tempo a Skjelmose.

Pablo Castrillo — Se houver uma fuga com homens longe da geral a ganhar muito tempo, Castrillo tem de lá estar e tentar ganhar mais uma e/ou a montanha.

Sepp Kuss — Está a 11 minutos e fora do top-10. Mete-te na fuga, rapaz.

Mikel Landa — A sua equipa não ganhou nenhuma etapa e ninguém com o estatuto de Landa defende um 9.º lugar. Go big or go home.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Landa só morre no fim. Free Landismo

Henrique Augusto — Carapaz. Chegar ao pódio ou sair do top-10 a tentar.

O Primož do Roglič — Mais uma masterclass de Roglič

Miguel Branco — Enric Mas. Ataque no Portillo de Lunada.

Miguel Pratas — Lorenzo Fortunato.

Ricardo Pereira — Kuss.