Antevisão Etapa 20 — Giro d'Italia
O show rosa no Monte Grappa. Sentai-vos e desfrutai.
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Rescaldo da Etapa 19
Tivemos como esperado um arranque a todo o gás, já que como a vitória de uma fuga era dada como quase garantida todos queriam estar presentes. Chegou a formar-se um grupo com roladores no plano mas, à semelhança do que já aconteceu em etapas passadas, foi alcançado nas primeiras pendentes do dia, onde se formou o grupo que toda a gente esperava. O movimento iniciado por Alaphilippe contava inicialmente com dez unidades, às quais se juntaram mais tarde outras nove. Gente a mais para dizer aqui o nome de todos, portanto. Na primeira real subida do dia, o Passo Duron, Alaphilippe voltou a atacar e fez a primeira grande seleção da jornada, deixando apenas seis corredores na frente. Ao francês juntaram-se Quinten Hermans, Jhonatan Narváez, Andrea Vendrame, Georg Steinhauser e Pelayo Sánchez. Antes da subida seguinte houve um rápido reagrupamento, mas em Sella Valcada Alaphilippe voltou a atacar, chegando a estar sozinho, e o grupo voltou praticamente à sua composição original vendo apenas de novo Luke Plapp juntar-se. Foi na zona seguinte a esta subida que Andrea Vendrame aproveitou alguma descoordenação no grupo e atacou, entrando na subida final com mais de um minuto de vantagem e já não voltaria estar em ponto de mira dos seus antigos colegas de fuga e, apesar dos esforços de Pelayo Sánchez e de Georg Steinhauser, rolou tranquilamente para a vitória, a sua segunda no Giro depois de já ter sentido o sabor do sucesso em 2021.
Na GC nada de relevante, uns poucos e fracos ataques na subida final e uma queda de Geraint Thomas que se revelou inconsequente, dado que o restante grupo aguardou por ele para ir até à meta.
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O percurso
Último dia a sério antes da cerimónia em Roma. Mais uma vez um início a rolar que dura cerca de 80 quilómetros, com pequenos topos mas sem um lugar claro para a formação da fuga.
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Depois chega o monstro. São duas passagens pelo Monte Grappa, possivelmente a mais dura ascensão que os corredores terão de ultrapassar neste Giro. A segunda termina a cerca de 30 quilómetros da chegada, quilómetros esses praticamente sempre em descida com uma interrupção para um muro de 1.5km @ 9.2%. É duro, é no fim de uma grande volta e é a última oportunidade para quem quer fazer ajustes.
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O que esperar
Muita luta na fase inicial para fazer parte da fuga do dia, como tem sido apanágio deste Giro. No entanto, essa luta será "inútil" pois amanhã creio que o menino que se anda a passear por Itália de rosa quererá deixar a sua última e definitiva marca na corrida transalpina e por isso colocará a sua equipa a trabalhar para manter os fugitivos a uma distância alcançável na dupla ascensão ao Monte Grappa. A minha dúvida principal é se ele vai para o épico, atacando na primeira passagem e deixando toda a gente a três ou quatro minutos na etapa e a mais de dez na geral. Ou se se controlará e o ataque de Poga acontecerá apenas nos últimos quilómetros da segunda passagem. Seja como for, dá Poga amanhã.
Os outros pontos de interesse serão a disputa final pelo pódio, onde Ben O'Connor é aquele que tem mais responsabilidade de atacar, já que se encontra a cerca de dois minutos de Geraint Thomas e de Daniel Martínez. Entre estes últimos dois nomes, há também curiosidade para ver se o galês se esforçará para chegar ao segundo lugar e se o colombiano consegue realmente fazer três semanas sem qualquer quebra.
Há também a luta pela classificação da juventude e pelo top-5 entre Antonio Tiberi e Arensman, onde o italiano parte com 40 segundos de vantagem.
Por fim, numa etapa tão dura pode acontecer muita coisa pelo que a parte de baixo do top-10 poderá sofrer alterações, com Lorenzo Fortunato e Michael Storer a tentarem aproveitar alguma debilidade de Jan Hirt, Filippo Zana ou Einer Rubio.
Favoritos
Tadej Pogačar — Ele já deu a entender que tem esta etapa marcada. E quando ele quer ganhar, tem-se visto que é praticamente imbativel. Será o fecho com chave de ouro da exibição mais dominante numa grande volta dos últimos anos.
A não perder de vista
Rafał Majka — É o único ciclista que vejo com alguma real hipótese de vencer, pois se o fizer é porque tem o consentimento do patrão, num cenário em que o grupo dos GC tem 10 elementos e ele ataque, ficando toda a gente a entreolhar-se.
Nairo Quintana — Eu acredito muito pouca na fuga, mas caso a mesma vingue o pequeno colombiano tem mostrado estar forte e este tipo de subida, longa e inclinada, é o seu estilo e seria por isso o maior favorito caso tal situação se verificasse.
Romain Bardet — Tem estado bem na última semana e é maluco o suficiente para se mandar por aquela descida abaixo em modo meio suicida. Para isto acontecer teria de se aguentar com os melhores na subida e Poga teria de não atacar de longe.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Bardet. Desta é de vez.
Henrique Augusto — Eu tinha dito que não apostaria Pogačar este Giro. Mas amanhã é demasiado óbvio que vai dar a histórica sexta para o esloveno. E eu apoio sempre a possibilidade de se ver história.
Lourenço Graça — Pogačar, é tudo nosso.
Miguel Branco — Pogi. Ataque no primeiro quilómetro do Grappa.
Miguel Pratas — Tadej Pogačar.
Ricardo Pereira — Pogačar.