Antevisão Etapa 2 — Tour de France
Estamos em San Sebastián mas não há Erlaitz nem Murgil-Tontorra. Ao menos há Jaizkibel.
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Rescaldo da Etapa 1
Sem surpresas Tadej Pogačar venceu o sprint do grupo principal e levantou os braços, ganhando 4 preciosos segundos perante Jonas Vingegaard. A surpresa aqui é que foi um sprint para o 3.º lugar na etapa. Mais à frente seguiam os irmãos Yates. Adam foi o mais forte, descolando o seu irmão Simon e conquistando a etapa e a camisola amarela.
Mas vamos à história da etapa: fuga desde cedo formada por um quinteto — Calmejane, Eenkhoorn, Ferron, Gregaard e Gugliemi — em que surpreende a ausência de corredores espanhóis numa etapa realizada em solo basco. Sempre sem grande margem, foram alcançados a 50km do final. Aqui não se brinca, isto não é o Giro.
Na descida do Côte de Vivero começou o caos: Enric Mas e Richard Carapaz foram ao chão. O primeiro já não voltou a montar a bicicleta e abandonou; o segundo cortou a meta a cerca de 15 minutos mas acabou por desistir devido a lesão — rótula fraturada. Desastre para a Movistar e para a EF. Na aproximação ao Côte de Pike, Mikkel Bjerg aumentou o ritmo e partiu o pelotão, Felix Großschartner arrancou para preparar o ataque do seu líder mas este ficou tapado e o austríaco teve de esperar pelo grupo. No final da subida um trio destacou-se: Pogačar, Vingegaard e um "intruso", Victor Lafay — que etapa do francês da Cofidis. Não houve grande colaboração por parte do dinamarquês da Jumbo e depressa foram alcançados.
Os irmãos Yates atacaram e as abelhas, com quatro elementos, tiveram de dar ao pedal. Não conseguiram reduzir distância e a dupla da frente chegou ao último quilómetro com 20 segundos de vantagem e a vitória no bolso. Adivinhava-se um sprint a dois mas Adam Yates mudou o ritmo na parte mais dura e o irmão não conseguiu acompanhar. É a primeira vitória de Adam Yates numa grande volta. 1-0 para a UAE Emirates.
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Um primeiro dia já com muitas surpresas e muitas desilusões mas vou destacar apenas quatro nomes. Pela positiva: Pinot (4.º) e Lafay (6.º); pela negativa: O'Connor (perdeu 20s, 33.º) e Bilbao (queria a amarela em Bilbau e foi 40.º).
Percurso
A etapa começa com 40 quilómetros divididos entre falso plano, plano e pequenos topos até começar o sobe e desce com cinco subidas categorizadas.
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Estamos em San Sebastián mas não há Erlaitz nem Murgil-Tontorra. Ao menos há Jaizkibel: a última das subidas categorizadas, com o topo a 16.5km da meta, que será decisiva. Esta divide-se em duas — a meio tem um quilómetro em falso plano descendente para esticar as pernas —, sendo que a segunda parte é bem mais durinha: 3700 metros a 7.1%. O corredores descerão então até aos zero metros de altitude e terão nove quilómetros de plano com um pequeno topo a meio.
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O que esperar
Tudo e mais não sei quê. Está dá para todos os gostos e feitios: puncheurs, roladores, sprinters e trepadores.
Se isto fosse no Giro eu dava favoritismo à fuga. Aqui acho que as equipas dos sprinters com possibilidades de sobreviver — Jumbo, Intermarché e quiçá a Alpecin e a Trek — vão controlar a situação. Depois se há ou não um ataque tardio bem sucedido já é outra conversa.
Favoritos
Wout van Aert — Disse que camisola verde não é um objetivo e hoje comprovou as suas intenções ao não participar no sprint intermédio. Mas não abdica de vitórias e esta etapa é mais uma chance para triunfar. É favorito em praticamente qualquer cenário de corrida.
Biniam Girmay — Uma vitória do Bini na Volta à França vai acontecer mais tarde ou mais cedo. E acho que vai ser já nesta edição. E acho que pode ser já nesta etapa.
Alex Aranburu — Desce como poucos e conhece estas estradas como ninguém.
A não perder de vista
Mads Pedersen — O Jaizkibel está no seu limite mas dependendo do ritmo pode conseguir.
Jasper Philipsen — O Jaizkibel está acima o seu limite mas depois do que vi na Primavera... E também dava-me jeito na fantasy.
Mathieu van der Poel — Se o Jasper Disaster for dropado...
Magnus Cort — Vai picar o ponto uma vez, resta saber se é já. É uma boa oportunidade para ele.
Matej Mohorič — Ataque na descida do Jaizkibel, para dedicar a vitória ao Gino Mäder.
Fred Wright — Outra boa opção dentro da Bahrain. Neste caso para o sprint.
Victor Lafay — Late attack na última lomba, com dedicatória especial para Miguel Branco.
Tadej Pogačar — Se ele quiser...
Apostas falso plano
Fábio Babau — Tom Pidcock: 1/3.
Henrique Augusto — Fred Wright. Sabendo que vai bater na trave n vezes, se quer ganhar tem que começar a tentar já.
Lourenço Graça — Philipsen. Qual é a dúvida?
Miguel Branco — Victor Lafay. Sempre soube que ele era bom.
Miguel Pratas — Bini Vidi Vici. Allez Intermarché.
Ricardo Pereira — Corbin Strongest.