Antevisão Etapa 2 — La Vuelta ciclista a España

Segundo dia, primeiro sprint, quem será o mais rápido?

Antevisão Etapa 2 — La Vuelta ciclista a España
´s-Hertogenbosch - Utrecht (175.1 km)

Rescaldo Etapa 1

Roglic e a sua Jumbo começaram esta Vuelta a fazer o que lhes tem sido habitual: cilindrar os adversários em Espanha. Entregaram como recompensa por anos de trabalho a Roja ao homem da casa, Robert Gesink e começaram a distanciar os seus rivais. Sem estabelecerem diferenças de maior, é sempre melhor começar à frente. Os homens da Ineos ficaram a 13 segundos e Remco a 14, enquanto que Simon Yates, João Almeida e a Bora olham para o esloveno já a mais de 30 segundos.

Pela positiva surpreendeu a FDJ que se intrometeu entre as principais equipas e pela negativa a EF que deixou os seus líderes já a mais de 1 minuto da frente.

O veterano holandês lidera pela primeira vez uma grande volta (foto: Yahoo)

Introdução

Continuamos por terras holandesas e a organização decidiu premiar a cidade de Utrecht  com mais uma chegada, numa etapa que apresenta um percurso sem muita história, sobretudo porque as zonas expostas ao vento que poderiam animar a etapa serão provavelmente neutralizadas pela fraca intensidade prevista do mesmo para amanhã.
público holandês que irá dar espetáculo a saudar o líder Robert Gesink será um dos motivos de interesse da etapa até aos últimos 20km, aliando-se à habitual luta de primeira etapa em linha pela oportunidade de envergar a camisola da montanha que se irá disputar numa 4º categoria a 70 km da meta e que só é categorizada exatamente para termos esta disputa, pois a sua dificuldade não o justificaria (2,1 km a 2,4%).

Daí até ao fim o percurso plano mantém-se e apenas um sprint intermédio a 17 km do fim - nesta Vuelta os organizadores tomaram a curiosa decisão de colocar estes sprints sempre muito perto da meta - fará o pelotão sair do seu ritmo. A partir deste ponto uma rápida aproximação à meta espera os corredores que no nervosismo da primeira semana tentarão evitar percalços e deixar os seus homens rápidos o mais bem colocados possível numa mais que previsível chegada em pelotão compacto.

O que esperar?


Será com naturalidade que acontecerá a formação de uma fuga incontestada, pois não é provável que as equipas WT sequer tentem fazer-se representar e assim o pelotão rapidamente terá à sua frente uma grupo de fugitivos que lhe agradará, com homens das equipas continentais espanholas. Aqui destaque para Luis Angel Mate que deverá começar a amealhar quilómetros em fuga para o seu projeto de angariação de fundos para reparação dos danos causados pelos incêndios em Espanha no verão transato.
No pelotão as despesas da perseguição serão entregues às equipas dos homens rápidos, nomeadamente à Alpecin de Merlier que traz um bloco  dedicado a este tipo de etapas.
A 17 km da meta começará a desenhar-se a luta pela verde com um sprint intermédio onde os pretendentes a esta classificação começarão a ser desmascarados. Curiosidade para ver qual o comportamento de homens como Merlier, Pedersen e Hayter.
Depois disso começará a luta dos comboios pela colocação, com homens da geral e do sprint todos misturados em busca de se manterem afastados de problemas até à entrada dos últimos 3 km e um sprint clássico para se começar a estabelecer quem é o mais rápido nesta Vuelta.

Quem vai vencer?


Tim Merlier -  O sprinter belga venceu na primeira oportunidade nas suas estreias no Giro e no Tour e quererá repetir a dose. Em teoria é o mais rápido, um dia sem dificuldades de maior favorece-o e tem toda a equipas ao seu dispor. Os seus colegas passarão o dia de peito ao vento e isso faz crescer a responsabilidade de levantar os braços no final e provar que só deixará de dar alegrias à sua equipa quando o contrato terminar.

Groves - O jovem que irá substituir Merlier na época que vem quer mostrar ao mundo que a Alpecin tomou a decisão certa e embora gostasse de mais dureza, não pode ser descartado pois já mostrou diante dos mais fortes que lhes pode fazer frente.

Bennett - A grande incógnita dos sprints desta Vuelta. Tem um mini mas fortíssimo comboio com o motor de Ryan Mullen e a explosão de Danny van Poppel a provavelmente serem suficientes para o irlandês disputar o sprint a partir de uma posição privilegiada. Esta etapa deverá marcar o ritmo da sua prova, caso ganhe amanhã tem tudo para se reencontrar com os seus dias de ouro ao longo desta corrida. Caso se apresente mal, poderá começar a desconfiar de si próprio e quem sabe, acabar a lançar Van Poppel.

Tim Merlier vence a 3ºetapa do Tour 2021 (foto: InsideTheGames)

Quem pode surpreender?


Ackermann - O poderoso sprinter alemão deverá ser uma das presenças constantes nas chegadas massivas desta Vuelta. Traz para o lançar Ivo Oliveira e Molano, vem de uma vitória na Polónia e à semelhança de Bennett, procura aqui uma vitória que lhe devolva o estatuto que um dia foi seu.

Pedersen -  Acreditamos que o dia de Pedersen chegará mais lá para a frente nesta corrida, mas com um leque tão curto de sprinters e com a sua experiência o ex-campeão do mundo pode sempre sacar um coelho da cartola, mesmo sem o seu fiel escudeiro Stuyven.

Thijssen - O jovem belga é um dos mais rápidos em prova e não surpreenderá os mais atentos se ganhar já à primeira oportunidade.

Jovem belga surpreendeu a concorrência na Polónia (foto: CyclingNews)

Apostas falso plano

Henrique Augusto: Sam Bennett is back!

Lourenço Graça: Merlier. Está sedento para marcar a sua posição nesta Vuelta e amanhã não vai vacilar.

Miguel Branco: Não atende mas a uma sexta à noite imaginamos que aposte em McLay.

Miguel Pratas: Merlier. Quer despachar a vitória o mais depressa possível.

Ricardo Pereira: O melhor lançador do mundo vai levar Sam Bennett às costas.

Sondagem falso plano