Antevisão Etapa 19 — La Vuelta ciclista a España
As pernas estão doridas de hoje? Esperemos que alguém procure saber a resposta.
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Rescaldo Etapa 18
Finalmente tivemos os favoritos a discutir uma chegada em alto entre si! E o principal culpado foi João Almeida, que com oitenta e cinco quilómetros para a meta se lançou no encalço do grupo de quarenta unidades que tinha escapado ao pelotão no início da etapa e levava já cerca de nove minutos de vantagem. Inicialmente levou McNulty consigo, depois teve Ivo Oliveira e ainda Marc Soler à sua espera, tentando aproveitar as boas pernas para ir à procura de uma dia épico. A Astana de López e a Movistar de Mas não acharam muita graça e a vantagem nunca ultrapassou o minuto e meio para o português, enquanto diminua substancialmente para a frente da corrida.
Chegámos à entrada da subida final com o pelotão a dois minutos da frente e a trinta segundos de João Almeida e foi Evenepoel quem aproveitou o endurecimento da Movistar para atacar. Não saiu à primeira, saiu à segunda com Enric Mas — podem acusá-lo de tudo, menos de não tentar — que o levou até à roda do último sobrevivente da fuga — Robert Gesink. Lançou o sprint a duzentos metros do fim e com facilidade levantou festejou a primeira vitória em linha numa grande volta.
Os restantes favoritos chegaram a doze segundos e apenas Carlos Rodríguez perdeu mais tempo, consequência provável da queda no início da jornada.
A subir: Remco — Altitude, terceira semana, subidas longas bla bla bla, é o patrão. Bota Lume — Não defender sextos lugares é algo que me agrada. Deixou tudo na estrada, deu espetáculo e mesmo assim não quebrou no final.
A descer: O número de corredores em provas. Contam-se já quarenta e oito abandonos. Hoje Jay Vine esteve entre os azarados e abandonou de forma inglória quando tinha a classificação da montanha praticamente assegurada.
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O percurso
Em apenas cento e quarenta quilómetros se realizarão as duas voltas ao circuito do dia, com partida e chegada a Talavera de la Reina. Apenas com uma subida categorizada ao Puerto del Pielago — 9 km a 5,9% — o percurso pode parecer mais fácil do que realmente é, dado que existem duas pequenas subidas — 5.6 km a 4,1% e 1.5 km a 6,6% — a antecedê-la, o que fará com que os ciclistas estejam quase sempre a subir durante vinte quilómetros.
A primeira destas passagens inicia-se logo ao quilómetro onze e meio e a segunda deixa os ciclistas a apenas quarenta e dois quilómetros da meta, distância essa que será feita a grande velocidade, pois de forma mais ou menos acentuada, é sempre a descer até à meta.
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O que esperar?
Se esta última semana fosse mais difícil, esta etapa poderia ser vista como sendo de transição. No entanto as oportunidades escasseiam e a colocação da subida logo na fase inicial da jornada aliada à curta distância a percorrer amanhã podem transformar esta corrida num caos. Enric Mas quer tentar até ao fim para que nada lhe possa ser apontado, López vai prosseguir o assalto ao top 3, Almeida tem de dar uso às suas pernas de terceira semana e gente como O’Connor ou Hindley não têm nada a perder.
Não sei se é só whisful thinking, mas ou muito me engano ou amanhã não vamos ter o guião dos últimos dias, com uma fuga a ganhar muito tempo e os favoritos a só entrarem em jogo na fase final. Até porque se querem jogar amanhã, terão de jogar de longe. Terão que tentar entrar na fuga do dia com companheiros, colocar a Quick-Step sob pressão e testar as forças dos rivais depois de um dia que foi duro para todos. Haver pouco terreno plano ajuda, a última subida ficar tão longe dificulta, pelo que os blocos serão fundamentais.
Ou isto ou vai tudo guardar-se para Sábado e amanhã é dia de siesta. Prefiro acreditar que não. É de ciclismo de ataque que o povo gosta.
Quem vai ganhar?
Remco Evenepoel — O tiro pode sair pela culatra a toda a gente e o belga voltar a mostrar quem é o mais forte.
Ben O’Connor — Está cheio de força. Mas há-de perceber que não é a partir do grupo principal que pode subir na classificação ou ganhar uma etapa.
Juan Ayuso — Se estes ataques e contra ataques acabarem com um grupo reduzido de favoritos, o espanhol é dos que tem melhor ponta final.
Jai Hindley — Pode ganhar da fuga ou no cenário falado para Ayuso. Provar ao pessoal que não só em Itália é um ciclista de topo.
João Almeida — Vai ter liberdade e pernas para se aventurar outra vez? Talvez não, mas a UAE poderá usar os números para ataques na fase final e a sorte sorrir ao português.
Alejandro Valverde — Até acabar a Vuelta, o Bala estará aqui.
Sergio Higuita — Hoje já esteve melhor, amanhã poderá ser o seu dia.
Jesus Herrada — Agora já ganha ao sprint e se der fuga, será um dos principais favoritos.
Fred Wright — O rapaz já merece. E deve ter amanhã a sua última oportunidade.
Apostas falso plano
Henrique Augusto - Ayuso. Hoje tive em modo Jihad o dia inteiro, preciso de compensar.
Lourenço Graça - João. Porque não?
Miguel Branco - Nibali. Desce tubarão, desce.
Miguel Pratas - Luis León Sánchez. Vai ensinar ao Fred Wright como se faz.
Ricardo Pereira - Fred Wright. É desta, tou a sentir.