Antevisão Etapa 16 — La Vuelta ciclista a España
E se o Remco atacar a 50 quilómetros da meta? Estou a brincar, vai ser uma seca.
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Rescaldo Etapa 15
A etapa 15 ficou marcada pela subida à Sierra Nevada, uma montanha de 23 quilómetros com a meta a 2500 metros de altitude. Depois do dia menos bom de Remco Evenepoel na Sierra de La Pandera, esperava-se um eventual vacilo mais pronunciado do líder da prova, algo que não se verificou, perdendo apenas 15 segundos para Roglič e seguindo com uma vantagem de 1:34 minutos para defender a roja na derradeira semana de competição. A partir daqui as dificuldades não são tão pronunciadas, pelo que a corrida deverá ser mais atacada pelos seus mais diretos rivais. Algo que pode ser bastante divertido. Diga-se, contudo, que a chegada à Sierra Nevada foi uma maravilha de ver, com ataques e mudanças de ritmo constantes e muita emoção — até Enric Mas atacou, vejam bem. A vitória sorriu ao único sobrevivente da fuga — ainda que Vine, Hindley e Meintjes tenham chegado dentro do top10 —, Thymen Arensman. O corredor que para o ano vai estar na INEOS Grenadiers mostrou muita capacidade e perspectivas de, afirmando-se com mais regularidade durante três semanas, ser capaz de se intrometer por uma luta em grandes voltas num futuro próximo. Assim continue a evoluir.
A subir: Miguel Ángel López. Mantém o sexto lugar na geral, mas foi o único que conseguiu seguir Enric Mas, quando este saltou do grupo dos favoritos. E está muito mais próximo de Carlitos e de Ayuso. Cuidado.
A descer: Tao Geoghegan Hart e Wilco Kelderman. Estavam ambos dentro do top 10 no início da etapa e estão ambos já algo distantes. O primeiro teve um dia péssimo e chegou 22:32 de Arensman, sendo agora 19º à geral a quase 18 minutos de Hindley, que é décimo. Já o neerlandês da Bora-Hansgrohe cruzou a meta a 10:42 minutos e é 14º classificado a quatro minutos do colega de equipa australiano que dorme no décimo posto.
O percurso
Esta é uma típica etapa de transição, antes dos últimos terrenos acidentados desta Vuelta. São 190 quilómetros praticamente planos entre Sanlucar de Barrameda e Tomares. No final, há duas rampitas pouco pronunciadas, uma delas a três quilómetros da meta: 600 metros com 8.3% de inclinação média. Tomares é um município sevilhano que já conhece a Volta a Espanha. Em 2017, Matteo Trentin, ainda ao serviço da Quick-Step, venceu a etapa num sprint nervoso, onde homens da geral como Chris Froome, Alberto Contador, Vincenzo Nibali e Wilco Kelderman também se intrometeram no top 10.
O que esperar?
É a última oportunidade para os sprinters antes do último dia na chegada a Madrid. Por isso, o natural é que equipas como a Trek-Segafredo, a Cofidis e a BikeExchange - Jayco controlem a fuga — que terá, seguramente, elementos das equipas continentais espanholas, como é habitual. Ainda que existam duas rampas que podem afastar alguns puros sprinters da decisão final — sim, estou a pensar em ti, Merlier — não me parece que isso vá acontecer com a grande maioria. É óbvio que a existência de poucos sprinters e dos seus comboios nesta fase da competição pode fazer com que algum ataque tardio possa ter sucesso, mas esse é também um cenário pouco provável. Pode dar-se também o caso de equipas com corredores rápidos não sprinters — estou a pensar na Bahrain-Victorious e em Fred Wright — tentem eliminar os elementos mais rápidos do pelotão, mas a força das restantes equipa deve ser suficiente para impedir tais ideias.
Quem vai ganhar?
Mads Pedersen — A verde está garantida. Mais uma vitória ficava-lhe muito bem. Parece ser o sprinter em melhor forma e gosta deste tipo de dificuldades nos últimos quilómetros.
Kaden Groves — O australiano já tem a sua vitória na Vuelta 2022. Mas quem não quer mais uma na sua estreia em grandes voltas?
Bryan Coquard — O francês foi segundo na chegada a Montilla, pareceu ter saído tarde para o sprint. Vai mais cedo, miúdo.
Danny Van Poppel — A Bora-hansgrohe precisa de dignidade. Van Poppel é, provavelmente, a melhor hipótese de a alcançarem.
Pascal Ackermann — Já por algumas vezes nesta Volta a Espanha — e na sua carreira, diga-se — Pascal Ackermann pareceu ter-se precipitado no momento de lançar o sprint. Será que aprendeu e vai esperar pelo momento certo?
Fred Wright — Já mostrou que se consegue intrometer nestes sprints de segunda e terceira semana. Se há alguém que está sedento é o britânico.
Apostas falso plano
Henrique Augusto - Pedersen. Difícil não cair para ele.
Lourenço Graça - Mads Pedersen. Quase 200 pontos de vantagem não são suficientes para vencer a verde?
Miguel Branco - Danny Van Poppel. É só para não votarmos todos no Pedersen. Alguém tem de fazer isto pela credibilidade do falso plano.
Miguel Pratas - Mads Pedersen. Com dedicatória especial para Diogo Kolb.
Ricardo Pereira - Fred Wright. É desta.