Antevisão Etapa 15 — Tour de France
Continuação de bom tempo.
Rescaldo da Etapa 14
O dia de entrada nos Pirinéus não começou da melhor forma. Thomas Pidcock (Covid-19), o sétimo ciclista mais bem pago do mundo, e Guillaume Boivin (doença) não compareceram na partida. Amaury Capiot, afetado pela queda no final da etapa anterior, foi forçado a abandonar ao fim de poucos quilómetros, em lágrimas.
A fuga com mais de vinte corredores foi-se formando até ao sprint intermédio de Esquièze-Sère com Coquard a levar os 20 pontos à frente de De Lie. Girmay (9.º) somou 7 pontos contra os 6 de Philipsen (10.º), aumentando assim a vantagem na luta pela camisola verde em 1 ponto. À medida que começaram a subir, os sprinters e os gregários — Rui Costa trabalhou para Healy — foram ficando. Nesta altura a UAE controlava os fugitivos a 4 minutos, com Nils Pollit a marcar o ritmo. Oier Lazkano e David Gaudu atacaram na fase final da subida e o espanhol foi o primeiro a passar no mítico topo do Col du Tourmalet. Entretanto mais dois abandonos eram anunciados: Louis Vervaeke e Alberto Bettiol.
Nils Pollit continuou o trabalho fantástico e foi diminuindo as diferenças para os fugitivos que continuavam na frente. Ben Healy foi o mais forte da fuga, descolando David Gaudu na fase inicial da última subida. Pouco depois, a sensivelmente oito quilómetros da meta, foi a vez da UAE Emirates aumentar o ritmo no pelotão e dar início à fase derradeira da etapa: primeiro foi Sivakov, depois João Almeida e por fim lançaram Adam Yates ao ataque. A cerca de cinco quilómetros da meta surgia o ataque demolidor de Tadej Pogačar que fez a ponte para o britânico — Vingegaard e Evenepoel não conseguiram responder.
O esloveno aproveitou o trabalho de Yates e geriu muito bem o seu esforço, aumentando gradualmente a vantagem, e chegou à meta 39 segundos antes de Vingegaard — agora a 1:57 na GC — e 1:10 antes de Evenepoel — a 2:22 na GC. João Almeida foi 12.º na etapa e segurou o 4.º posto com 8 segundos de vantagem para Carlos Rodríguez.
O percurso
São praticamente 200 quilómetros a partir pernas — 5000 metros de acumulado—, é uma das etapas mais duras desta edição.
Quem não fizer bem o aquecimento (e atenção ao pequeno-almoço) vai ficar logo com cãibras na subida ao Col de Peyresourde (7km @ 7.8%). São sete quilómetros bem durinhos a abrir a etapa.
Seguem-se cerca de 30 quilómetros para esticar as pernas e voltar a subir duas primeiras categorias consecutivas: o Col de Mente (9.4km @ 8.6%) e o Col de Portet-d'Aspet (4.4km @ 9.7). Três primeiras categorias nos 65 quilómetros iniciais é dose...
A cerca de 70 quilómetros da meta surge a ascenção ao Col d'Agnes (10.1km @ 8.2%), logo seguida de uma subida não categorizada ao Port de Lers (4.4km @ 5,4%). Os corredores vão aproveitar os 35 quilómetros em descida para se preparem para a derradeira dificuldade: a contagem de categoria especial no Plateau de Beille. São praticamente 16 quilómetros com pendente acima dos 7% e com alguns trechos intermédios a rondar os 10%. O último quilómetros é um falso plano.
O que esperar
Na teoria esta etapa encaixa melhor ao campeão em título, Jonas Vingegaard. Estando o dinamarquês a dois minutos de Pogačar, tem de testar já o esloveno antes que seja tarde de mais — Van Aert "poupou-se" na última etapa...
Já na perspetiva do esloveno: é ficar na roda do dinamarquês e não entrar em loucuras — será capaz de se controlar?
No meio desta guerra, pode haver margem para que outros trepadores de topo tenham liberdade para procurar a vitória na etapa.
Favoritos
Tadej Pogačar — Só ele pode bater Vingegaard.
Jonas Vingegaard — Só ele pode bater Pogačar.
A não perder de vista
Simon Yates — A 14 minutos do top-10, tem margem.
Jai Hindley — C'mon Red Bull, do something.
Wout Poels — Está a chegar a altura dele e a Bahrain ainda não picou o ponto. Na última edição conquistou a etapa 15.
Felix Gall — Vai entrar no top-10.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Jai Hindley. Red Bull (era suposto) dar-te aaasas.
Henrique Augusto — B-O-T-A L-U-M-E! Pode ser que um dia resulte.
Lourenço Graça — Vou-me render. Vai dar Pogačar.
Miguel Branco — Enric Mas. Obá obá obá / Mas que nada / Sai da minha frente / Que eu quero passar.
Miguel Pratas — Pogačar arruma o Tour.
Ricardo Pereira — Vingegaard arruma o Tour.