Antevisão Etapa 14 — La Vuelta ciclista a España

Rescaldo da Etapa 13

Que etapa louca aquela a que assistimos hoje.

Cedo se percebeu que a etapa iria para os homens da geral, apesar de ter havido ainda algumas tentativas de formação de fuga. Mas a equipa da Jumbo colocou logo praticamente desde o início um ritmo alto e isso deu frutos. Quando ninguém esperava e sem haver ataques, Remco Evenepoel e João Almeida começam a perder o contacto com o pelotão no Col d'Aubisque. Primeiramente pareceu que podia ser recuperável para o português, pois ainda tentou esboçar alguma reação, mas na descida voltou a ficar mais longe. Quanto ao belga, sempre acompanhado pela sua equipa, ao contrário do português, notou-se claramente que hoje seriam largos os minutos perdidos e no final da etapa foram 27:05 minutos. O João agarrou-se ao top-10 da geral e terminou em 15º a 6:47.

No Col de Spandelles nada de relevante se passou tirando a passagem em primeiro de Storer na busca de pontos para a montanha. E eis que chegamos ao Tourmalet. Aí foi Jumbo-show-Visma. Atacou Vingeggard, atacou Kuss e Roglič ainda fechou terceiro. Tanto Enric Mas, como Cian Uijtdebroeks tentaram contrariar a supremacia da equipa das abelhas, mas em vão.

Kuss mostrou que é capaz de lutar pela Vuelta e agora resta saber qual a decisão dentro da equipa. No final do dia de hoje, para além dos três lugares mais altos da etapa, o pódio geral da Vuelta 2023 também mora todo lá para os lados dos Países Baixos.  

Percurso

Mais uma etapa com duas categorias especiais, uma subida de terceira e outra de primeira. São mais cerca de 156 quilómetros de sobe e desce após um início em falso plano.

Começamos bem logo com as duas de categoria especial. Primeiro o Col Hourcère.

Serão quase doze quilómetros com pendentes na maioria das vezes nunca a baixo dos 7%. Para mim, a subida mais difícil do dia.

De seguida, os ciclistas terão pela frente o Puerto de Larrau.

Apesar da anterior me parecer a mais difícil do dia, esta terá pendentes mais elevadas em algumas alturas. Como, por exemplo, no quilómetro sete em que andará perto dos 15%. Boa parede.

Passadas as maiores dificuldades do dia, gostaria de destacar a terceira categoria. O Portillo de Lazar.

E preferi mostrar esta subida, pois já estará no encalce da última ascensão do dia e terá pendentes bem elevadas. Um topo ao estilo de La Vuelta.

O Puerto de Belagua depois de dois dias como os ciclistas irão ter parece quase um mal menor.

O que esperar

Depois do aparente cheque-mate que a equipa da Jumbo fez nesta etapa 13, parece-me claramente um dia para a fuga vingar. Ou até mesmo algum dos incialmente favoritos ter liberdade e poder vencer.

Favoritos

Michael Storer — Hoje foi aos pontos da montanha e acredito que seja um objetivo dele. Amanhã será o primeiro dia do resto da tua vida.

Romain Bardet — Está a cinquenta e três minutos, mas não deixa de ser um trepador razoável. Poderá ser a sua chance.

Lennard Kämna — Já venceu, mas numa etapa destas o nome dele tem de ser sempre considerado.

A não perder de vista

Andreas Kron — Outro que já não vai de mala vazia, mas ainda assim tem tentado sempre enchê-la mais.

Damiano Caruso — Outro daqueles que sobe muito bem e ao pelotão não faria confusão.

Einer Rubio — Estamos na Vuelta e a Movistar ainda mal se viu. Esperava mais do colombiano, mas ainda vai a tempo.

Remco Evenepoel — Chamem-me louco e até pode nem ser amanhã, mas se não saltar fora ainda o vamos ver a vencer uma etapa a solo.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Caruso.

Henrique Augusto — Kelderman. Mesmo a dar gozo.

Lourenço Graça — Storer, amanhã é dele.

Miguel Branco — Sergio Higuita. Eheheheheheh.

Miguel Pratas — O Storer leva a etapa e a montanha.

Ricardo Pereira — Buitrago se a Jumbo quiser.

Sondagem falso plano