Antevisão Etapa 14 — Giro d'Italia
31 quilómetros a fundo. Luta pela etapa, pela branca, pelo pódio e pelo top-10. Esta última em slow motion.
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Rescaldo da Etapa 13
Numa etapa praticamente sempre em plano, formou-se uma daquelas fugas inofensivas com as equipas italianas a mostrarem a camisola. Andrea Pietrobon, pela Polti Kometa, e Manuele Tarozzi com Alessandro Tonelli, da Bardiani, passaram grande parte do dia fugidos. Até chegarmos aos 60 quilómetros finais, onde o vento fez das suas, a Ineos acelerou, o pelotão partiu, e obviamente os fugitivos foram alcançados. O mais importante dos que se deixaram atrasar foi Jonathan Milan, acompanhado por Laurence Pithie, Tobias Lund Andersen, entre outros. No fim, a Lidl trabalhou para juntar tudo e levar as coisas para o expectável sprint final. Pelo caminho ainda houve uma tentativa de fuga liderada por Dries de Pooter e uma queda que envolveu, entre outros, Nairo Quintana e Filippo Zana.
No sprint final, o leadout da Lidl fez um lançamento perfeito e Jonathan Milan provou que é o mais rápido em prova. Hat-trick incontestável para o italiano, seguido de um surpreendente Stanisław Aniołkowski e de Phil Bauhaus.
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O percurso
Depois de um contrarrelógio bastante acidentado na primeira semana, agora é a vez dos puros contrarrelogistas. Isto porque, apesar de alguns pequenos topos no percurso, este é tendencialmente plano e até termina a uma altitude inferior àquela em que se inicia. Nota também para um início algo técnico.
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O que esperar
Muita velocidade, muitos watts na estrada e depois uma luta a dois tempos. Em primeiro lugar, a luta pela vitória na etapa, onde a principal curiosidade recai na disposição, ou falta dela, de Pogačar para arriscar e lutar pela vitória. Vale a pena lembrar que na parte plana do primeiro esforço individual perdeu 47 segundos para Ganna, mas também se diz que existiram mudanças na direção do vento que prejudicaram o esloveno. Parece-me ser o único que pode bater Ganna e, mesmo assim, parece-me muito difícil, tendo que arriscar tudo e ter mais um dia incrível.
O segundo ponto de interesse será ver como se vai desenvolver a luta pelo pódio entre Daniel Martínez (que parte em 2º), Geraint Thomas (a 16 segundos), Ben O'Connor (a 59 segundos) e Antonio Tiberi (a 1 minuto e 47 segundos). Em teoria, o australiano será o pior na especialidade, mas todos andam bem e qualquer um se pode destacar dos restantes num dia sim.
Arensman subirá na geral e o resto da luta pelo top-10 é entre péssimos contrarrelogistas que vão lutar entre si a ver quem é o menos péssimo.
Favoritos
Filippo Ganna — Contrarrelógio plano sem Remco à partida tem de dar Ganna. É o favorito, já venceu 5 contrarrelógios no Giro e não penso que vá falhar.
Tadej Pogačar — Pogačar é Pogačar, por isso pode sempre ganhar. O facto de já irmos no fim da segunda semana pode beneficiá-lo perante o italiano, mas mesmo assim parece-me que ficará curto, sobretudo não precisando.
A não perder de vista
Thymen Arensman — Precisa de um grande dia para se aproximar da camisola branca. Costuma dar-se bem com o avanço das grandes voltas, por isso espero vê-lo entre o top-5.
Magnus Sheffield — Mostrou boas pernas na chegada em alto da décima etapa e aqui chega o seu terreno. Fez terceiro no primeiro dos esforços individuais.
Geraint Thomas — Redenção do primeiro contrarrelógio, onde desiludiu? Bem precisa, que a luta pelo pódio está apertada.
Antonio Tiberi — Grande Giro até ver, muito sólido. 6º no primeiro contrarrelógio, espero um resultado na mesma linha. Num grande dia, pódio.
Mikkel Bjerg — Joker. A UAE está confortável o suficiente para poder dar liberdade ao motor dinamarquês para procurar um bom resultado.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Bjerg, a preparar os mundiais.
Henrique Augusto — Andiamo signore Ganna.
Lourenço Graça — Allez allez, Ganna.
Miguel Branco — Will Barta. Cheio de vontade.
Miguel Pratas — Top Ganna, com Sheffield e Bjerg no pódio.
Ricardo Pereira — Ganna.