Antevisão Etapa 12 — La Vuelta ciclista a España
E aí estão vocês novamente à espera que o rapaz tenha um dia mau para poderem dizer: "Eu bem te avisei." Não vai acontecer.
Rescaldo Etapa 11
Bla, bla, bla, fuga constituída com três homens das três equipas continentais espanholas, bla, bla, bla, apanhada pelo pelotão já dentro dos últimos 30 quilómetros, bla, bla, bla, sprint em pelotão compacto, bla, bla, bla, ganhou Kaden Groves.
A subir: Kaden Groves. Na sua primeira grande volta, e apesar de até aqui não ter conseguido nenhum lugar no top 6, o corredor australiano consegue o grande objetivo: vencer uma etapa. E logo num dia em que a Bike-Exchange Jayco perdeu o seu líder, Simon Yates.
A descer: Desistências. A Covid-19 continua a marcar de forma muito negativa esta Vuelta. Não partiram para a etapa 11 com testes positivos nomes importantes para a geral como Simon Yates, Pavel Sivakov. Noutro plano, Alaphilippe caiu, deslocou o ombro e foi forçado a abandonar.
O percurso
São quase 193 quilómetros pela Andaluzia, entre Salobreña e o Alto de Peñas Blancas, na localidade de Estepona. Tirando uma subida não categorizada que termina a 23 quilómetros do início da última subida, tudo se resume à primeira categoria que teremos no final. E que dureza. São 19,8 quilómetros a 6.3% com a meta colocada a mais de 1200 metros de altitude. É uma ascensão muito longa, com pendentes constantes, quase sempre a rondar os 7% e com um último quilómetro com 8.3% de inclinação média. Esta montanha, ao contrário de tantas outras nesta Volta a Espanha, não é uma estreia na competição. Foi feita na Vuelta de 2013, ano da vitória de Chris Horner, com o checo Leopold König a destacar-se num grupo onde também vinham Daniel Moreno, Nicolas Roche, Thibaut Pinot e Ivan Basso — nesse dia, Alejandro Valverde foi oitavo, Urán foi décimo, Pozzovivo décimo terceiro e Nibali décimo sexto. Também na Volta a Andaluzia de 2016, Peñas Blancas coincidiu com um final de etapa, aí vencida por Valverde — Kelderman foi sétimo e Carthy vigésimo segundo.
O que esperar?
Há uma subida não categorizada que termina a 23 quilómetros do início da última subida, onde o fogo de artifício deverá ser lançado. O sprint intermédio está no início de Peñas Blancas, pelo que alguns dos interessados na camisola verde podem tentar sair na fuga — ainda que a luta esteja frouxa e a classificação quase entregue a Mads Pedersen, a não ser que este tenha um acidente ou que Remco Evenepoel coloque este como um objetivo seu. Outro fator é a impossibilidade de amealhar pontos pela montanha durante a etapa, o que deve fazer com que alguns interessados nas bolinhas guardem forças para a chegada em alto. Ainda assim, tendo em conta os inúmeros corredores já muito afastados da geral, espera-se uma fuga numerosa que pode almejar o sucesso — gente como Hindley, Higuita, Carthy, Pozzovivo, já atrasados, podem tentar recuperar tempo com alguma liberdade consentida pelo pelotão. No entanto, o eventual triunfo da fuga vai depender muito do tempo que lhe for dado. Tendo em conta que Remco Evenepoel perdeu hoje Julian Alaphilippe — principal gregário do belga e líder da competição — e que a Quick-Step Alpha Vinyl quer chegar aos últimos 20 quilómetros com as pernas o mais frescas possível, essa é uma possibilidade real.
Independentemente dessas movimentações, penso que Remco vai impor o seu ritmo na subida final, rebentar o pelotão e deixar bem claro que nesta Vuelta já só se corre para o segundo lugar.
Quem vai ganhar?
Remco Evenepoel — Ainda alguém tem dúvidas? Sim, é uma subida longa, e o prodígio belga vai explicar ao mundo que pode ser a subida que quiserem, não vai tremer.
Enric Mas — O espanhol está a andar muito. Sabe sofrer como poucos em grandes distâncias. Será que consegue aguentar na roda de Remco?
Tao Geoghegan Hart — A mais de sete minutos e meio de Remco, se tentar sair cedo pode ter liberdade. Parece estar a andar bem.
Miguel Ángel López — Se o meteremos nesta lista todos os dias, pode ser que um dia ele ganhe.
Sergio Higuita — Está fora do top 10. Ganhar a etapa significa, provavelmente, aproximar-se do mesmo. Vejamos se as pernas estão melhores.
Jay Vine — Segundo melhor trepador da competição. Não tem de sair cedo para defender a camisola da montanha. Matador que é matador não treme e faz o hat-trick.
Thibaut Pinot — Conhece bem a subida e precisa de aparecer. Foi quarto na chegada ao Colláu Fancuaya e vai tentar novamente.
Santiago Buitrago — Esperava-se muito mais do colombiano. E da Bahrain-Victorious. Depois de uma vitória na Volta a Itália, deve querer aumentar o seu cardápio.
Apostas falso plano
Henrique Augusto - Valverde. Mais tarde ou mais cedo vai ter que acontecer.
Lourenço Graça - Carlitos Rodríguez. Estou a sentir este feeling. Vamos ver se é fidedigno.
Miguel Branco - Sergio Higuita. Se soubesses o quanto te amo ganhavas isto.
Miguel Pratas - Aposto no esloveno da UAE Emirates: Jan Polanc.
Ricardo Pereira - Ben O'Connor. From down under a ganhar up over.
