Antevisão Etapa 11 — Tour de France
Veremos se amanhã a fuga é mais do que um orifício.
Rescaldo da Etapa 10
Depois de um dia de descanso tudo o que estávamos — nós, ciclistas de sofá — a precisar era de uma etapa plana. Perdoem-me o tom sínico, mas isto de agora não se formarem fugas em etapas planas tem de terminar.
A corrida teve apenas três momentos até faltarem 10 quilómetros para a meta. O primeiro foi Maxim Van Gils a tentar encabeçar uma fuga, que não durou muito tempo. Depois tivemos Jasper Philipsen a vencer o sprint intermédio entre os integrantes do pelotão daquela forma que só ele sabe. Desta vez passou, visto que organização entendeu que houve um estreitamento na estrada. O que todos vimos foi que Jasper quando sentiu que Biniam ia passar faz uma mudança de trajetória, impedindo o Eritreu de lançar o sprint. O último, se é que podemos considerar um momento, tivemos um alongar do pelotão que durou alguns quilómetros não passando disso.
A 50 quilómetros da meta o pelotão assumiu que a chegada ia ser em sprint compacto e foi já nos últimos 10 que as equipas começaram a organizar os comboios.
Desta vez a Alpecin conseguiu ser o primeiro comboio nas zonas técnicas que antecidiam o final e Mathieu van der Poel conseguiu um bom lead out, deixando Jasper Philipsen sozinho de frente para a meta.
O Belga finalmente conseguiu consumar o trabalho que vinha a ser feito e não deu hipóteses à concorrência. Terminando com praticamente duas rodas de vantagem sobre os restantes e voltou a entrar na luta pela camisola verde. Está agora a 74 pontos de Biniam Girmay.
O percurso
A etapa 11 tem 211 quilómetros que irão levar os ciclistas desde Évaux-les-Bains a Le Lioran.
O primeiros 150 quilómetros serão "planos", mas a partir daí a conversa será outra.
Os últimos 40 quilómetros contam com a passagem no Col de Neronne (3.9km - 8.6%) seguindo imediatamente para o alto do Puy Mary Pas de Peyrol (5.3km - 7.8%) cuja média engana porque o final da subida tem dois quilómetros a mais de 9% .
A festa não termina aqui e depois da descida de Puy Mary Pas de Peyrol, os ciclistas terão mais à frente a subida ao Col de Pertus (4.5km - 8.2%) e o Col de Font de Cère (3.4km - 5.5%) ficando já dentro dos 10 quilómetros finais que começam a descer, mas que acabam a subir.
O que esperar
Acima de tudo espero que seja um dia bem mais animado até porque o perfil promete em várias variantes.
Primeiro espero que exista uma fuga de luxo composta pelos líderes que não vigoram no top-10 numa tentativa de assalto. Simon Yates, Bilbao, Ciccone, ou Healy são alguns dos interessados. Lazkano, Van Gils, Kwiatkowski, Lutsenko, ou Onley, são alguns nomes que podem ter aqui a intenção de levar a etapa para casa.
Já no que diz respeito à classificação geral, o único local onde eu prevejo que possa existir um ataque significativo, é sem dúvida na subida ao alto de Puy Mary Pas de Peyrol que antecede uma descida de 11 quilómetros. Remco tem interesse, Pogačar penso que tem interesse. Veremos como Vingegaard ou Roglič irão reagir.
Favoritos
Simon Yates — Está dentro do grupo dos que pode sair e é bastante perigoso neste tipo de etapas. Não me admira se ele amanhã marcar o ponto.
Giulio Ciccone — O italiano está com os olhos postos no top-10 e neste momento é a única esperança real da equipa depois do abandono de Mads Pedersen.
Richard Carapaz — É o meu feeling.
A não perder de vista
Michał Kwiatkowski — Os grandes palcos são o seu palco. É uma questão de percebermos o que vai na cabeça de Pidcock para perceber se ele irá querer tentar.
Maxim Van Gils — Hoje só não estabeleceu a fuga porque queria fazê-lo amanhã. Se for o Van Gils da primavera, Sigurðsson.
Oier Lazkano — Jovens a vencer na sua primeira edição do Tour. Enquadra nessa amostra.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Richard Carapaz. É o que eu sinto.
Henrique Augusto — Michał Kwiatkowski pica o ponto..
Lourenço Graça — Gaudu é o meu ciclista favorito.
Miguel Branco — Chris Harper. Não tenho explicação plausível.
Miguel Pratas — A última masterclass do Rui Costa.
Ricardo Pereira — Boitrago.
