Antevisão Etapa 11 — Tour de France

Rescaldo da Etapa 10

Dia caótico desde início como se previa. Todas as equipas a querer meter alguém na fuga, chegámos até a ver Vingegaard e Pogačar por lá. Bardet, Gaudu, Wout van Aert e Mathieu van der Poel (ao que parece doente) passaram mal e descolaram muito cedo mas recolando mais tarde, depois de chegarem a estar a quase dois minutos.

Passados cerca de 60 quilómetros lá se formou a fuga com dois grupos a medir forças, com nomes como: Alaphilippe, Skjelmose, Ben O'Connor, Pello Bilbao, Esteban Chaves, Kasper Asgreen, Kwiatkowski, etc. Estes dois grupos acabaram por se juntar mas Chaves ganhou alguma vantagem sobre o resto da fuga na penúltima subida categorizada do dia numa iniciativa que durou pouco tempo.

Na última subida Neilands atacou, ganhou cerca de 30 segundos e, principalmente, despoletou a luta pela vitória na etapa que acabaria por ser discutida por Neilands, Bilbao, Chaves, Ben O'Connor, Zimmermann e Pedrero. Com o basco da Bahrain a ganhar a etapa e a subir ao top-5 da geral. Aukera Berriak!

A subir: Pello Bilbao, grande salto na classificação geral e vitória na etapa.

A descer: Bardet e Gaudu, os dois péssimos a sofrerem imenso na parte inicial da etapa. Alaphilippe, nem na fuga consegue estar sequer na discussão da etapa.

Percurso

180 quilómetros de sobe e desce constante (quase 2000 metros de acumulado) onde é raro o troço plano, o que pode dar alguma esperança a uma fuga. Ainda assim as subidas categorizadas não são muito longas ou duras e são maioritariamente na primeira metade do percurso.

O que esperar

O percurso quase não tem partes planas e isso nunca são boas notícias para os sprinters. Ainda assim, Philipsen, Mads, Girmay, Wout e Groenewegen, que são a grande parte dos melhores sprinters aqui presentes, estão a passar bem as dificuldades que o Tour tem apresentado pelo que acredito que todos eles terão o objetivo de disputar a etapa.

Por outro lado, com tanto sobe desce a gestão da fuga torna-se mais difícil e por isso podemos ter aqui uma oportunidade para os corredores atacantes, possibilidade essa que pode ganhar ainda mais força caso Van Aert, Mads, Cort ou até Van der Poel, se fizerem ao piso.

Eu estou à espera de um sprint com os homens que referi acima.

Favoritos

Jasper Philipsen — Já ganhou 3 e disse que ia tentar ser útil a MvdP mas não acho que esta etapa seja dura o suficiente para o holandês, por isso acredito que esta é mais uma para Jasper.

Mads Pedersen — A forma está lá, o final desta etapa é plano e isso dificulta-lhe a tarefa. Mas é um dia com alguma dureza e ele pode beneficiar disso.

Dylan Groenewegen — Surpreendeu-me na chegada a Limoges, aguentou muito bem as dificuldades finais. Esta chegada assenta-lhe melhor, precisa é de estar no sítio certo na hora da verdade.

A não perder de vista

Wout van Aert — Foi o mais rápido em Limoges mas mal lançado por Laporte. Tem velocidade para se bater com os melhores sprinters do pelotão, o que para mim é sempre surpreendente, e mais do que um cenário de possível vitória.

Biniam Girmay — Na chegada a Bordéus parecia ter possibilidade de lutar pela vitória mas acabou fechado por Philipsen. Em Limoges desiludiu numa chegada perfeita para ele. Será sempre difícil bater os melhores sprinters mas em condições perfeitas é possível.

Rémi Cavagna — O TGV de Clermont-Ferrand tem aqui uma etapa que parte da sua terra natal e boa para as suas características. Não me espantaria vê-lo na fuga do dia e com o seu motor é uma ameaça.

Magnus Cort — Só terá hipóteses se for da fuga. É um especialista e um motor como o dele pode facilitar esse mesmo cenário.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Jasper. 4/3 a superar expectativas.

Henrique Augusto — Mads. Só porque te adoro.

Lourenço Graça — Wout van Aert. Tem de ser. Está cheio de vontade, deixem la o homem ir.

Miguel Branco — Jasper Philipsen. Monsieur carga de ombro.

Miguel Pratas — Dylan Groenewegen. Se a Alpecin der uma abébia.

Ricardo Pereira — Jasper. Um desastre este Tour, para os outros sprinters.

Sondagem falso plano