Antevisão Etapa 11 — La Vuelta ciclista a España
Não há tempo a perder. Roglič tem que atacar e Ben O'Connor tem que se aguentar nas canetas.
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Rescaldo da Etapa 10
Num dia em que estava na cara a oportunidade de fuga, a formação da mesma foi, como seria de esperar, caótica, chegando ao ponto do camisola vermelha, Ben O'Connor, fechar espaços na primeira pessoa para travar as investidas da Red Bull. Com o que se tem passado nesta Vuelta, onde o único elemento consistente tem sido a anarquia (e o Cian Uijtdebroeks), a expetativa e a luta para ver quem estaria no grupo da frente era tremenda. E hoje finalmente tivemos direito a assistir a esse período da corrida. Depois de ataques e contra ataques, já na subida para Fonfría, lá se fixou um trio na frente composto por Marc Soler, Wout van Aert e William Lecerf. O pelotão não estava satisfeito, as diferenças continuavam muito pequenas e Quentin Pacher, juntamente com Juri Hollmann, acabaram por chegar à frente.
Depois de não ter perseguido decentemente Ben O'Connor e Adam Yates, o pelotão estava tão traumatizado que durante muito tempo manteve esta fuga por perto, provavelmente com medo que o Soler ganhasse uma hora ou assim.
Calmaria na etapa até Wout van Aert e Quentin Pacher se terem tentado antecipar, antes da última subida, com sucesso. Os perseguidores estiveram quase sempre perto mas o duo já não mais foi alcançado até depois do pano de meta.
No fim, sem qualquer dificuldade, Wout van Aert venceu sem precisar de sprintar, já que assim que aumentou a velocidade Quentin Pacher sentou-se e "entregou" a etapa. Postura estranha (para não usar adjetivos piores) do francês, que colaborou demais com o Wout, parecendo satisfeito com o segundo lugar na etapa.
Vão 3 para o belga que vinha a esta Vuelta com a intenção de "salvar a época" e está a seguir por um bom caminho. Nunca deixa de me fascinar a versatilidade dele, e eu que nem sou grande fã.
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O percurso
É parecido com a etapa anterior. Quase sempre no sobe e desce, com pendentes maioritariamente pouco elevadas (na subida ao Puerto Aguasantas estão lá escondidos 2km a 10.9%). Só que há uma diferença grande que deve ser uma boa novidade para o espetáculo e, consequentemente, para nós.
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A novidade chama-se Puerto Cruxeiras. Un parédon. Daqui para a meta são apenas oito quilómetros, e maioritariamente a descer, o que ainda alimenta mais a hipótese de um ataque ser bem sucedido.
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O que esperar
Etapa parecida, expetativas parecidas. Pelo menos para o início de etapa, onde a luta pela fuga voltará a ser tremenda, quer por parte dos homens que estão cá somente com isso em mente, quer por homens que queiram aproveitar as fragilidades que as equipas mais fortes têm mostrado para se tentarem misturar com os fugitivos e subir mais uns lugares na geral. Este será o primeiro grande momento da etapa e decidirá a forma como ela irá ser corrida: se houver alguém perigoso para a GC vamos ter uma corrida louca, caso contrário talvez tenhamos duas corridas, uma na frente e outra no grupo dos favoritos.
Isto porque, posso-vos "garantir", nesta etapa existirão diferenças. Primož Roglič viu as fragilidades do camisola vermelha na subida a Cazorla, onde lhe ganhou imenso tempo. A subida final é semelhante, muito explosiva, bem ao jeito do esloveno, que com a diferença atual e com a boa resposta que Ben O'Connor deu na alta montanha, não pode desperdiçar oportunidades.
Que vai haver ataque, eu considero certo. Se a equipa perseguirá o dia inteiro para a luta pela geral coincidir com a luta pela etapa, já me deixa mais dúvidas.
Favoritos
Primož Roglič — Caso a vitória seja disputada entre os ciclista da geral, não vejo ninguém com possibilidade de bater o esloveno aqui (não Israel, nem o Michael Woods).
Jhonatan Narváez — O homem que aguentou a roda de Pogačar numa etapa deste género em Itália tem de ser considerado. Provavelmente da fuga, mas até, se tiver nos seus melhores dias, do grupo principal caso seja um pouco menos atacada do que aquilo que eu acho. Ou caso seja atacada mas depois junte tudo e fiquem a olhar uns para os outros.
A não perder de vista
Michael Woods — Dizer que ele não vai bater Roglič não quer dizer que não seja o favorito à vitória numa fuga, assim consiga chegar ao sopé da última dificuldade ainda no grupo.
Florian Lipowitz — Vão tentar outra vez jogar a reverse card e tentar colocar o alemão na fuga? Se sim, na forma que está é um perigo.
Matthew Riccitello — Brilhou e muito na primeira chegada em alto, também ela num esforço explosivo. Entretanto desapareceu da GC e deverá tentar uma etapa.
Brandon Mcnulty — Não deve ter gostado nada de ter falhado a fuga de hoje depois de diversas tentativas. Amanhã deverá andar por lá outra vez.
Mauro Schmid — Admito que é uma aposta ousada, mas ele arrancou super bem a prova em Lisboa e devia ter capacidade de ser perigoso em etapas como esta.
Richard Carapaz/Lennert van Eetvelt — Long shots para dar luta a Rogla a partir do grupo dos favoritos.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Soler. Ataca quando o Wout for ao carro.
Henrique Augusto — Lorenzo Rota. Isto parece uma clássica italiana, vá, mais ou menos.
O Primož do Roglič — Ao décimo dia descansou, para ao décimo primeiro atacar. Roglič.
Miguel Branco — Ion Izagirre. Continua a descer lindamente.
Miguel Pratas — Late attack Sivakov.
Ricardo Pereira — Narváez.